− ... Não precisa se preocupar comigo, pode ir fazer seu trabalho.
− Eu que te fiz os derrubar. − Ele já se levantava com quase todos os livros nos braços, mas na minha visão, parecia que ele estava fazendo uma propaganda de shampoo ao balançar seus cabelos daquela forma. − Eu os carregos para você. − Ditou, e esperou pacientemente eu me levantar com os meros quatro livros nas mãos, e me acompanhou silenciosamente, corredor afora.
(...)
Era a hora do intervalo, Jimin e Yongsun já me puxavam sala afora, para que não perdêssemos nosso lugar no refeitório lotado daquela escola.
− Vamos, garota! − Yongsun berrava em meu ouvido, me apressando, ao notar que eu não estava com a mínima vontade de apressar meu passo, mesmo com ela e Jimin agarrados em meus braços, como se já não fosse trabalho suficiente carregar a bandeja de lanche nas mãos.
− Ah! Tem uma mesa vazia bem ali! − Jimin falou estridente, quase colado ao meu ouvido, como se me punisse por não ajudá-los, e em segundos todos nós já estávamos postos na mesa que ele indicara.
Estamos quase terminando nosso lanche – e enrolando naquela mesa com uma localização privilegiada, como Jimin mesmo tinha dito – e estava somente bebericando meu suco enquanto vez ou outra ria das piadas absurdas que Yongsun insistia em contar para Jimin – acho que só para ter prazer de vê-lo se engasgar com a própria comida – quando senti que a cantina ficara repentinamente silenciosa.
Meus amigos pararam de rir assim que desviaram sua atenção para a ala de entrada da cantina, e assim que acompanhei seus olhos, pode entender, em parte, toda aquela apreensão. Taehyung acabara de chegar ao local.
Segurei o impulso de sorri em sua direção e chamá-lo para se juntar conosco, mas ao invés disso, somente abaixei os olhos e senti os braços de meus amigos rodearem minhas costas em um afago.
− Não fique assim, amada... − Yongsun, a mais melosa dos dois, tentou me consolar ao apoiar sua cabeça em meus ombros já caídos, enquanto ainda acariciava minhas costas.
− Você sabe que isso vai ser melhor para você quanto para ele não é...? − Jimin continuou, ao passar a brincar com meus cabelos. E para Jimin, realmente pensar em defendê-lo, não pude negar que isso era sério o suficiente para eu obedecer.
− Sim, eu sei... − Concordei, com minha voz abafada entre meus braços sobre a mesa. − Isso é melhor para nós dois. − Tentei reafirmar, para que eu mesma passasse a acreditar nisso.
Mas na realidade, eu realmente não entendia o porquê de todos terem aquela reação. Havia se passado meses, desde que pude falar com Taehyung pela primeira vez, e que logo após isso, ele mesmo tentou se dar uma chance, e, passou a cumprir suas responsabilidades como um estudante normal.
Obviamente, ele não se tornou um aluno exemplar, não era para tanto, mas aquele garoto que mal aparecia na escola, passou a realmente trazer uma mochila com livros para estudar, do que somente um soco inglês sobre seu punho.
E por incrível que pareça, não vimos mais boatos sobre ele se meter em brigas desde então – bom, ao menos, não na escola – Ele não era um estudante perfeito, mas era um bom começo.
E até mesmo nossa relação, depois de poucos meses, se tornou bastante próxima – conversávamos sempre que tínhamos a oportunidade nos intervalos entre as aulas e algumas vezes encontrava com ele na biblioteca para ajudá-lo com algumas matérias escolares – pois, assim que ele perdeu a suposta vergonha, Taehyung passou a se mostrar um garoto um tanto que falador, e sempre que via algo de novo em que estudava, fazia questão me explicar tudo que conseguiu aprender.
Depois disso virei praticamente sua tutora particular, e não posso negar que meu orgulhoso inicial, ao vê-lo evoluir daquela forma, passou a se transformar em um humilde carinho fraterno, onde, após esse tempo, não pude negar o considerar como amigo.
Todos da escola, pareciam se conformar com isso, uma garota esquisita que resolveu controlar o pequeno delinquente que trazia problemas por toda escola – ou, melhor dizendo, o garoto pobre e sem escolta, que acabava sendo o único a ser culpado por toda a bagunça que os mauricinhos do bairro arranjavam – isso pareciam ótimo para todo mundo, sem bagunça, sem trabalho e de sobra, a reputação de escola acolhedora e pacificadora que a diretora tanto desejava.
Porém, eles não estavam satisfeitos com isso, não quando viram que após o bom comportamento do garoto, não haveria mais um bode expiatório para quem levar a culpa, e o que eles fizeram? Continuaram a importuná-lo mesmo assim.
Só que agora, ele não estava sozinho, eu estava próxima dele, mas isso não os impediu de o denegrirem mesmo assim, e logo aquela proximidade que antes era tão bem-vista na escola, se tornou alvo de boatos tão absurdos que nem mesmo meus amigos conseguiam me defender.
Surgiram fofocas desde eu ter me tornado uma delinquente, como espalharem que a causa de alguns poucos incidentes fora de minha responsabilidade; apareceram até mesmo boatos d'onde Taehyung provavelmente me ameaçava e estava sendo usada por ele – e eu literalmente não queria imaginar em que sentido as pessoas estavam insinuando isso.
Meus pais, obviamente, não gostaram desses boatos e logo quando chegou aos ouvidos deles – o que numa cidade pequena como esta, fofocas eram espalhadas bem rapidamente – me fizeram prometer que não me encontrasse com tanta frequência com um garoto que tinha tão má reputação.
Todavia, me afastar de Taehyung, não evitou que aquilo acontecesse.
N/A: Nada a declarar, amores, mas estou aberta a teorias...
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Meus Sete Clichês | BTS
قصص الهواةbts | comédia romântica | hétero "Eu sempre achei que o amor, era algo raro de se acontecer. Que estava muito longe da minha realidade. Nunca pensei que me apaixonaria, ou que, muito menos, mais de uma pessoa se apaixonaria por mim. " imagine bts...