Capítulo 23: "Impulso"

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Todavia, mal ele sabia que, seu distanciamento estaria longe de ser o suficiente

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Todavia, mal ele sabia que, seu distanciamento estaria longe de ser o suficiente. E que, o pior de tudo, seria o impulso para que a tragédia acontecesse.

(...)

Havia quase duas semanas que Taehyung não a via, e era melhor assim. Os poucos vislumbres de seu rosto já eram o suficiente para que ele se contentasse, e se manteria assim.

Mas em respeito a todo o esforço que ela teve ao ajudá-lo, ele não voltaria ao que era antes, não daria esse gosto a eles. Mas ao que parece, foi exatamente por isso que aqueles idiotas fizeram o que fizeram.

(...)

Já havia passado do pôr do sol, Taehyung estava sozinho em uma das muretas da escola, praticamente vazia, quando viu uma silhueta familiar correndo rapidamente em sua direção. Era Yongsun.

Não passou se quer um minuto para que, após sua aproximação, o rapaz corresse dali. Sua voz inconstante e sua expressão preocupada ao falar o nome da amiga, de que vira instantes atrás, se aproximar de um grupo de garotos desconhecidos, fora o suficiente para alarmar Taehyung por completo.

Não poderia ser eles, não eles. O garoto sentia seu calcanhar fazer mais pressão que o necessário contra o chão, ao tentar correr mais rápido do que o fisicamente possível, para que ao menos tentasse alcançar o local – indicado pela garota – a tempo.

O suor começava a brotar de sua testa e se misturava com as gotículas que insistiam em sair de seus olhos, somente ao pensar que algo poderia acontecer com ela. Ele teria de salvá-la, do que quer que fosse, custe o que custasse.

Ao avistar o terreno baldio, já pode observar uma movimentação incomum, poucas pessoas costumavam passar por lá naquele horário, e a movimentação por si só, já era motivo para que se preocupasse.

Ao chegar perto o suficiente viu o tumulto no centro daquela área, um grupo de garotos gritavam freneticamente como se estivessem assistindo a uma briga de galo – mesmo que eles parecessem os verdadeiros animais por ali. Taehyung estava prestes a pausar seus passos, para que pudesse recuperar o seu fôlego e pensar na melhor maneira de encontrá-la e de se livrar de todos aqueles moleques arruaceiros que estavam por ali. Porém, foi neste momento que ele a ouviu.

No primeiro momento, ele não queria acreditar em seus próprios ouvidos, pois as vaias animadas daqueles moleques abafavam, quase que completamente, qualquer resquício de voz que parecia ser a dela no meio daquela roda, porém, no instante que Taehyung finalmente pode ouviu aquele grito desesperado de socorro, foi naquele momento, que ele ficou completamente fora de si.

(...)

Seu sangue parecia fervilhar em seu corpo, e sua respiração estava trancada sobre seus pulmões, e, a única coisa que ele conseguia se lembrar claramente, foi a dor repentina de seu braço esquerdo trincando, após conseguir – de alguma maneira – penetrar naquele círculo de gente, ao impulsionar seu punho contra o energúmeno que estava por cima da pobre garota.

Milésimos depois, já sentia seus dedos doerem pela quantidade de força com que pressionava os mesmos contra o corpo alheio – que ainda conseguia ouvir ao longe gritar por ajuda – mas ele não pararia, ele acabaria com quem quer que fosse que tocasse nela. Porém, infelizmente, logo pode sentir vários braços o segurando e o puxando para trás, o impedindo de acabar com seu serviço. Fez o que pode para continuar – chutando quem alcançasse, mesmo não estando completamente ciente do que ainda fazia – mas assim que o afastaram o suficiente dali, ela entrou em seu campo de visão e sua vista clareou mais uma vez.

A lua estava alta sobre o céu, mas ele ainda podia ver claramente a garota jogada no chão, em posição fetal, e Taehyung ainda teve o impulso violento de tentar se soltar de todos os braços que ainda o prendiam, e acabar com todos que permitiram a deixar com todos aqueles machucados, mas parecia que eles estavam muito bem preparados contra ele.

− Você acha que poderia se livrar da gente assim? − Ele não pode identificar quem estava sussurrando em seu ouvido, mas sua selvageria era tão grande que quase pôr-se a morder o rosto de quem se aproximara. − Achou que poderia virar a casaca e deixar nossa mercadoria no buraco e fingir ser um bom garoto naquela escolinha de merda?

Taehyung se remexia, tentando revidar, pois só queria deixar sua garota a salvo mais uma vez.

− Eu só pedi para darem as boas-vindas para essa sua namoradinha idiota, − Seus olhos estavam vidrados, tentando enxergar quem estava se aproximando de si. − Para ela ter uma noção, com quem estava lidando, para ela saber de onde você pertence. − E quando o homem parou em sua frente, Taehyung arregalou os olhos em ansiedade.

− Eu só vou falar uma vez... − O homem mais velho puxou o colarinho do garoto, fazendo seu corpo se esticar desconfortavelmente, por ainda estar sendo segurando por todos os outros rapazes. − Se livre dessa garota, ou eu mesmo vou mostrar a ela como se machucar de verdade.

E ele soltou Taehyung, deixando o garoto escolher – como se ele realmente tivesse alguma escolha – de como agiria a seguir, e desapareceu do lugar.

Assim que o homem saiu dali os outros rapazes enfim soltaram Taehyung, praticamente o empurrando em direção a garota caída no chão. Ele não queria fazer isso, não queria. Pressionou seus punhos com força – o suficiente para machucar as palmas de suas mãos – e voltou a estendê-lo em direção a ela.

Ele não teve coragem de encará-la. Não mais. Doía ao ver que, mesmo ela estando machucada, ainda se preocupava consigo, pela sua segurança, pensando ingenuamente que ele teria outra escolha.

Ele foi um completo babaca. Um covarde. Um covarde que não mais tinha coragem de lutar por si só, ou nem mesmo por ela.

Ele tinha medo.

E enquanto ele ouvia seus passos correrem para longe dele, ele chorou.

Chorou por horas a fio, chorou ao saber que não mais a veria, não a teria perto de si. Chorou por ser um grande covarde que sempre fugia quando as coisas ficavam pesadas demais para ele aguentar.

Taehyung chorou, porque era um garoto. E tinha medo que, mesmo quando crescesse, não pudesse mudar.

N/A: eu não estou chorando (porque minha lagrimas já secaram) vocês estão

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N/A: eu não estou chorando (porque minha lagrimas já secaram) vocês estão. Eu não sabia que poderia me destroçar a esse ponto e espero não chegar ainda mais fundo, porque nem sei se tenho psicológico para isso... Mas aqui vocês terão um tempo para digerir tudo isso, e no próximo começaremos um arco novo e (Deus queira) bem mais leve.

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