Capítulo 62: "Amigo"

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− Não parecia mais que aquilo era uma entrevista, ou se quer uma conversa casual, mas somente ele pensando em voz alta comigo como seu plano de fundo

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− Não parecia mais que aquilo era uma entrevista, ou se quer uma conversa casual, mas somente ele pensando em voz alta comigo como seu plano de fundo. − E mesmo que o velho queira discordar de tudo que faço, não haverá motivos para ele reclamar da minha escolha desta vez, então... − Parou de andar pela sala e parou bem a minha frente. − ... Está contratada!

E eu sorri maravilhada, não acreditando na minha sorte.

(...)

Parando para pensar, era realmente vergonhoso pensar como eu me considerava sortuda em ter um chefe como Namjoon – na verdade, comparando a todos os babacas que fui forçada a trabalhar e, – até que ele era muito bom. Nos meus primeiros anos.

Namjoon era espontâneo, criativo e muito simpático com todos a sua volta. E devo admitir que se ele tivesse se mantido assim até hoje, minha paixonite platônica por ele teria durado mais algum tempo e provavelmente aceitaria sua proposta pretensiosa sem pensar duas vezes.

Porém, muita coisa mudou desde que o encontrei pela primeira vez. Ele não é mais um simples gerente comercial supervisionado pelo pai, depois de dois longos anos, negando toda orientação formal e impessoal que o antigo CEO o obrigava a estudar, Namjoon finalmente se rendeu, e poucos meses antes se tornar o formal sucessor da empresa, podia-se ver como se tornara a cópia perfeita que seu pai idealizara, ou talvez pior.

O homem alegre e descontraído, que uma vez ou outra me chamava para jantar depois do expediente – coisa que eu sempre recusava, pois não me permitia cair por completo em seus encantos – agora se tornara um chefe – definido por todo o significado desta palavra – estritamente metódico e indiferente, que somente pensava em seu próprio umbigo e como afastar todos ao redor dele.

Suspirei ao lembrar daquele passado que eu sentia tanta falta, mesmo inexperiente – e um pouco atrapalhada – eu ainda me sentia satisfeita com meu trabalho modesto – que se resumia em ser a sombra do atual CEO daquela grande indústria – ao lado de uma pessoa que eu realmente admirava.

Todavia, os anos se passaram, e mesmo com grande experiência e com um curriculum e um salário que daria inveja a várias pessoas, ainda não deixo de lamentar o que o tempo deixou para trás.

As noites bem-dormidas, um chefe legal que sempre estava de bom humor, e fazia questão de me perguntar como fora meu dia, como também sempre confidêncializar seus problemas, quando tinha um dia difícil.

Eu sinto falta dele.

Mas agora a única coisa que me restou foi um homem arrogante e hipócrita sentando em seu lugar, onde sua interação intransigente para comigo se tornou mais fria do que sua própria indiferença para com um desconhecido.

(...)

Ainda lembro de meu choque ao vê-lo nos últimos estágios de sua mudança, onde assim que voltara de uma viagem de negócios em Moscou com seu pai, eu fui animadamente recebê-lo.

− Sr. Kim, Namjoon-sshi*, como foi o voo? − Perguntava animada, deixando escapar a conotação informal que me dirigi a ele em frente ao seu pai, enquanto os acompanhava para dentro do prédio.

Naquele momento, não me parecia um grande problema, afinal, nos dirigíamos assim quando estávamos a sós, mas agora vejo como fui estúpida ao me portar daquela maneira tão intima na frente do antigo CEO.

Porém, só notei meu erro, quando vi o olhar repreensivo, tanto dele como do sr. Kim em minha direção.

Porém, Namjoon não disse nada, na verdade, ele me ignorou.

Guiou seu pai diretamente para o hall principal, e passou direto por onde eu estava, não me dirigindo uma palavra.

− Você realmente permite que um funcionário qualquer fale desta forma com você? − Ouvi a voz rouca do velho sr. Kim o questionar com um tom de repreensão.

− Ela é somente uma nova estagiária, meu pai. − Mentiu ao olhar por alguns milésimos para onde eu estava, com a mesma expressão de desagrado. − Ela não deve ter a menor noção do estava fazendo, somente a ignore.

− Peçam que se livrem dela. − Mesmo acompanhando-os de longe pude ouvir os seus sussurros, enquanto abanava a mão em descaso. − ...Como também daquela namoradinha de quem me falaram, um homem como você não precisa de mais distrações.

− Entendido, meu pai. − E assim eles sumiram no elevador, me deixando para trás.

(...)

A partir daquele momento seu comportamento para comigo fora cada mais frio e impessoal. Passou-se meses até que ele voltasse a falar mais do que três frases comigo durante o dia, me chamando somente para questões estritamente necessárias, mas, não que eu realmente quisesse voltar a ser amigável para o tipo de homem que ele se tornara de qualquer maneira.

Eu já deveria estar feliz o suficiente por não terem me demitido naquele dia, e deveria compensar a oportunidade.

Usei todo o meu tempo para me aperfeiçoar em meu trabalho, para que não tivessem mais nenhum pretexto para tentar "se livrar de mim" novamente, e pude notar que, até mesmo Kim Namjoon ficou aliviado com a minha nova postura.

Mas a verdade é que, apesar de todas essas mudanças, nunca deixei de sentir falta dele, mas, ainda assim, também passei a ter medo.

Medo que aquele homem que um dia fora tão bondoso comigo, se voltasse contra mim mais uma vez, pois toda a raiva que transbordara de meu âmago, não era somente por sua atitude, ou que sá pelo desgosto contra sua nova personalidade, que bateu diretamente sobre mim, como nunca antes. Mas, por tudo que ele se tornou, e, por tudo que ele sabe, e, como pode se aproveitar disso.

Eu não deveria admitir, mas, por tudo que posso saber dele – todas as suas falhas, hábitos, traços e sorrisos – por tudo que possa ditar e rebater contra suas atitudes mesquinhas, como se ele estivesse na palma de minha mão...

... Ele também poderia fazer o mesmo comigo.

Pois, afinal de contas, eu não o considerava como um chefe. Para mim, Kim Namjoon era como um amigo.

N/A: vocês notaram a sugestão que o pai dele fez, não é? anotem

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N/A: vocês notaram a sugestão que o pai dele fez, não é? anotem. 

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