Capítulo 49: "Desculpas"

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− Alguém especial? − Sorri desconfiada e achando um pouco engraçado o título que ele arranjara

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− Alguém especial? − Sorri desconfiada e achando um pouco engraçado o título que ele arranjara. − Quem?

Você.

(...)

− Eu?! − Neste momento, não pude esconder meu evidente descredito, em quase gritar em sua frente. − E eu por quê?! − Praticamente o acusei.

Eu não sei, oras! − Agora éramos dois que falávamos em tons alterados, acusando um ao outro. − Porque sim! − Levantou as mãos para o alto.

− E o que eu tenho a ver com você?! − Foi a minha vez de me levantar, apontando meu indicador para o próprio peito e depois para ele.

− N-Nada, mas... − Ele desistiu de competir comigo e abaixou o tom de voz. − Não pude evitar de ficar te observando pelos corredores, e notei que, você era diferente do que eu pensava.

Assim que notei sua postura um pouco mais passiva, me contive e voltei a me sentar, o ouvindo com mais atenção.

Diferente, é? − Levantei a sobrancelha, esperando que ele não viesse com idiotices novamente.

− Diferente das outras mulheres daqui, pelo menos. − Pontuou. − Diferente das garotas, e alguns rapazes, você realmente foi gentil comigo, na primeira vez que nos encontramos. − Sorriu sem graça, e eu quase admitia que ele parecia mais bonito daquela forma. − E foi a partir dali que, eu passei a te observar por todo lugar que a via.

Todo lugar? − Questionei desconfiada, já havia lidado com um vizinho pervertido antes, e, não era porque ele tinha um rosto bonito que eu baixaria a guarda.

− Claro que, a não ser por vê-la da janela do prédio algumas vezes, eu nunca ultrapassei nenhum limite... − Complementou, como se lesse meus pensamentos, porém, falava como ele mesmo já tivesse sido vítima de algo semelhante. − Mas, a forma como a via tratando todos os nossos vizinhos, por mais inconveniente que alguns fossem, até mesmo a sra. Heo...

− Pobre sra. Heo... − Não pude deixar de comentar penosa, pois, por mais inconveniente que aquela velha senhora fosse algumas vezes, sempre me dava certa pena de sua carência por companhia.

− ...Com literalmente todos. − Ele resumiu. − Você sempre foi gentil. − Ele pausou por alguns segundos, e mesmo não tendo certeza, juro ter sentindo seus olhos ficarem me observando com uma precisão desconcertante. − E foi nesse momento que me dei conta que, eu queria ser alguém admirável como você. − Ele suspirou novamente. − Ou ao menos, não tão rude como eu estava sendo.

E assim que senti aqueles olhos afiados pensarem sobre os meus, eu não consegui dizer mais nada.

− ...é óbvio que eu não consegui, é claro. − Admitiu dando de ombros. − Mas eu sabia que, ao menos, um pedido de desculpas eu deveria ser capaz de fazer. − Sorriu desconcertado, ainda se mantendo firme ao olhar para mim.

Porém, depois de alguns instantes em silêncio – onde eu quase não conseguia me segurar de tão constrangida, ao sentir alguém me encarar tão desinibidamente – onde eu estava prestes a ignorar a vergonha e questioná-lo sobre o que ele queria dizer sobre aquilo, quando senti um toque gelado sobre minhas pernas.

Quando olhei para baixo, quase desejei que fosse as mãos do tarado que morava no andar de cima, mas, para o meu horror – assim que espiei a porta do banheiro aberta, e confirmei que não estava delirando – aquela maldita rã estava realmente sentada sobre minhas coxas.

Gritei apavorada enquanto corria sala afora, não ligando se no instante seguinte a rã se quer tocava minha pele – pois parecia mais assustada do que eu – mas, felizmente, para a minha salvação, Yoongi fora tão habilidoso quanto eu e já corria como um felino atrás daquele animal monstruoso;

(...)

− Você não vai matar ela, vai? − Questionei assim que observava, com extrema cautela, a rã presa em um vasilhame de plástico transparente.

− Mas não era você que estava morrendo de medo dela? Por que se importa com o que vou fazer a ela? − Questionou intrigado, e vi que ele tinha aprendido muito menos sobre empatia e gentileza do que eu havia pensado.

− Você é um grande sem coração, sabia? − Dei um leve soco em seu ombro em reclamação, me surpreendendo pela livre intimidade que repentinamente sentia por ele. − Não é porque eu não gosto de algo, que eu vou querer que ela morra! − Justifiquei. − O que seria de você nas minhas mãos, caso essa regra fosse verdadeira? − O provoquei e ele riu em resposta.

− Se fosse por você, eu estaria a sete palmos do chão. − Continuou ao rir comigo. − Mas não se preocupe, eu não sou tão insensível assim...

− Será? − Me fingi duvidosa, e ele me mostrou uma falsa carranca.

− Eu vou levá-la ao lago daqui perto, provavelmente ela terá um lar bem mais convidativo do que no seu banheiro. − Sorriu ao encarar o pote onde a pequena rã estava.

− Ah, isso eu não tenho dúvidas. − Tive de concordar, enquanto o acompanhava até a porta.

− Então... − Yoongi falou antes que eu fechasse a porta as suas costas. − ...Estamos bem? − Perguntou receoso.

− Eu não sei... − tocava meu dedo indicado sobre o rosto, como se me mostrasse em dúvida. − Será que devo? − Olhei para o alto, como se esperasse uma resposta divina, e quase sorri ao ver que meu vizinho realmente estava acreditando em minha atuação fajuta. − É claro, como não seria sua amiga, afinal? − Sorri abertamente, e mesmo com um leve atraso, Yoongi também me acompanhou.

− Vejo você pelos corredores? − Questionou mais uma vez.

− Ou até fora dele. − Mantive o sorriso convidativo, e logo vi Yoongi acenar positivamente e se afastar aos poucos.

Demorei alguns segundos até vê-lo fazer a curva no corredor e fechei a porta a minha frente.

Suspirei animada, enfim teria outro bom vizinho para me fazer companhia.

N/A: então, o que acharam desse vizinho no final? sei que não justifica muito, mas não era mesmo essa a intenção

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N/A: então, o que acharam desse vizinho no final? sei que não justifica muito, mas não era mesmo essa a intenção... Porém, com mais um arco finalizado, espero que estejam prontos com o novo protagonista que parecerá, que alias, já vou mostrar logo quem é, para não ficarem ansiosos, porque realmente não sei se aparecerei até o mês que vem, mas por favor, não desistam da hitória!

Meus Sete Clichês | BTSWhere stories live. Discover now