Capítulo 26: "Consolo"

232 34 4
                                    


"Jimin me olhava com uma expressão tão abatida que não pude questionar mais nada, só me senti ainda mais culpada por fazê-lo se preocupar tanto comigo

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

"Jimin me olhava com uma expressão tão abatida que não pude questionar mais nada, só me senti ainda mais culpada por fazê-lo se preocupar tanto comigo."

(...)

Ainda me lembro de sua expressão quando parei em frente à sua porta, de seu rosto assustado. Mas acima de tudo, em como ele cuidou de mim naquela noite, que mesmo com todos aqueles machucados cobrindo todo meu corpo, o que mais doía era o meu coração.

− Au...! − Afastei meu braço de suas mãos pela trigésima vez naquela noite, temendo a dor ardente causada pelo remédio de Jimin passava em meus machucados. − Isso doí Jimin! − Voltei a reclamar, como se fosse a primeira vez que ele aplicava aquilo em mim.

− Quando se está machucada tudo doí né, princesa... − Ele respondeu ao pegar meu braço mais uma vez, e voltou a ficar naquele silêncio culposo novamente.

− Mas você bem que poderia ser mais delicado, não acha...? − Ousei a reclamar, mesmo sabendo que ele tinha feito o favor de, tanto me ajudar com os curativos, da forma mais delicada possível, como não me questionar feito um louco sobre o que havia acontecido, e eu sabia que ele estava se controlando muito para não fazer isso.

− Estou fazendo o melhor que posso, mas... − E desde que ele abrira a porta a minutos atrás, ele voltou a me encarar novamente, e pude enxergar aquela mistura de raiva e compaixão transbordando em seus olhos. − Fica difícil fazer um trabalho que preste enquanto você fica se mexendo feito um gato arrisco do meu lado. − Ele finalizou enquanto voltava a puxar meu braço para perto de si mais uma vez, com mais força que o normal, com seu rosto levemente irritado.

Logo depois disso, voltamos ao silêncio mais uma vez. E eu realmente passei a me esforçar – em uma força quase que sobre-humana – para não reclamar da ardência dos remédios mais uma vez, e me manter imóvel, para que assim Jimin pudesse fazer seu trabalho de uma vez, e, com sorte acabar não ficar mais irritado com aquela situação.

Depois de um tempo, voltamos a ficar realmente... confortáveis. Não sei onde tinha tirado a ideia que Park Jimin não estava sendo delicado comigo, pois assim que fiquei calma o suficiente para sentir os seus toques sobre minha pele machucada, vi que, na verdade, havia contado uma das mentiras mais deslavadas do mundo.

Suas mãos eram como de um anjo – pois não esperaria menos daquelas coisinhas pequenas e adoráveis que guiavam o seu tato – e apesar de ainda morder meus lábios para conter os resmungos da dor que sentia, se estivesse em outra situação, eu facilmente cairia no sono com seus afagos.

E quando o senti fechar a última volta da gaze em meu braço, já estava apoiada sobre seu ombro prestes a cochilar mais uma vez. E neste momento, onde ele passou a me segurar mais firmemente em um abraço ao seu lado, também resolveu falar mais uma vez.

− Então... − Ele passava levemente seus dedos sobre meu rosto, me acariciando com cuidado. − Quando vai me contar o que aconteceu? − Sua voz era suave, como se tivesse receio que eu me assustasse quando tocasse no assunto.

Eu me encolhi sobre o sofá em que estávamos, e me mantive quieta, esperando que ele acreditasse que já estivesse dormindo.

− Foi mais de uma pessoa que te atacou? − Ele perguntou de modo complacente em meu ouvido. Eu apenas maneie com a cabeça. Ele voltou a inspirar com dificuldade, tentando controlar sua cólera.

− Você os conhecia? − Jimin afagava meus cabelos enquanto sussurrava, e desta vez eu neguei rapidamente a sua pergunta.

Passou-se alguns segundos até que meu amigo resolvesse continuar com aquele questionário, como se temesse minha resposta ou como reagiria.

E não poderia negar que minha respiração estava um pouco irregular desde que comecei a respondê-lo, mas Jimin se mantinha quieto, acariciado meus cabelos em forma de me acalmar.

− Foi por causa... Dele? − E no momento em que ouvi a voz arrastada de meu amigo, junto com aquele aperto involuntário sobre meus ombros, sabia que não poderia evitar lhe esconder mais nada. Não quando, pela simples menção dele, fizesse com que fragmentos do que havia acontecido voltasse a minha memória.

Quando dei por mim, o que a muito eu estava tentando conter na frente dele, já chorava copiosamente ao seu lado. Eu não queria, simplesmente não queria! Mas não tinha como evitar.

Meus braços seguravam meu próprio dorso ou lembrar daquele cara enorme apontando o punho em minha direção, ou aqueles outros rapazes que mal conseguia ver o rosto, me segurando contra o chão para que não fugisse daquele inferno. Meus ferimentos pulsavam ao lembrar do contato gelado daquele metal em contato com meu corpo.

Quando vi, já me agarrava, quase que desesperadamente, contra Jimin, como se ele fosse capaz de apagar todas aquelas memórias da minha cabeça.

Ele não falou nada. Afinal, senti-lo me acolher em seus braços era mais do que o suficiente para mim naquele momento, e realmente, era tudo que eu precisava.

 Afinal, senti-lo me acolher em seus braços era mais do que o suficiente para mim naquele momento, e realmente, era tudo que eu precisava

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

N/A: não me toquem

Meus Sete Clichês | BTSWhere stories live. Discover now