Capítulo 16: "Lesão"

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Quando os portões da escola se abriam, o garoto já estava acostumado com a indiferença – ao menos era o que ele mais preferia considerar, do que a repulsa ou o enorme desprezo que os demais lhe direcionavam com o olhar

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Quando os portões da escola se abriam, o garoto já estava acostumado com a indiferença – ao menos era o que ele mais preferia considerar, do que a repulsa ou o enorme desprezo que os demais lhe direcionavam com o olhar.

E foi no meio desses tantos olhares que ele finalmente encontrou um diferente.

Foi quando ele a conheceu.

(...)

Aquele não era um dia fora do comum, porém, Taehyung devia admitir que, infelizmente, suas visitas a diretoria ficaram cada vez mais frequentes nos últimos meses. Mesmo que os motivos para que isso acontecesse fossem sempre os mesmos – número excessivo de faltas, uniforme incompleto ou desregular, suas notas extremamente baixas, e mesmo que nunca reclamassem de seu comportamento individual em classe, nunca falta o sermão sobre dormir em horário de aula, e claro, as constantes reclamações sobre brigas dentro e fora da escola (sempre deixando implícito suas acusações sobre suposto vandalismo) – era incrivelmente tedioso e patético aqueles longos minutos onde ele ficavam sentado ouvindo aquelas advertências, onde, mesmo ele não fazendo nada sozinho – aqueles mauricinhos drogados cheios da grana estavam lá também – ele era o único a realmente levar alguma punição, a única coisa que a diretora fazia é passar a mão nos ombros daqueles garotos idiotas e pedir que "não voltassem a se envolver em brigas novamente" e voltava-se com a expressão enojada para Taehyung mais uma vez.

Mas neste dia, quando ele finalmente saiu daquele escritório infernal, ouvindo mais uma vez aquele zumbido insuportável de cochichos e olhares – que ele aprendera a ignorar – por todo aquele extenso corredor, e aproveitara que, ao menos desta vez, aqueles covardes não foram estúpidos o suficiente para provocar outra confusão no meio da escola – ao menos não tão grande quanto o usual, afinal, como os covardes, que sempre foram, eles ainda chutavam feito criancinhas – mas, Taehyung logo conseguiu se afastar daquele lugar inconveniente e tentar dar um jeito naquelas escoriações como um ser humano decente.

Assim que pode, finalmente, se recostar contra o velho papel de parede empodrecido que ainda estava porcamente colado em uma das alas abandonadas daquela enorme escola, foi capaz de ver, ao que parecia ser, somente algumas escoriações – o que já era muito, para conseguirem fazer contra esse ágil garoto – relevaram como, alguns cortes um pouco preocupantes no corpo do rapaz – ele deveria ter logo desconfiado no momento que sentiu certa ardência quando fora atingido por um daqueles moleques, e realmente aquele filho da puta fora covarde o suficiente para usar armas em suas briguinhas, e, com uns punhos tão fracos como os deles, não era de se surpreender que ele as usassem.

A água cheia de cloro do antigo bebedouro ao seu lado, deveria ser o suficiente para que, no mínimo, limpasse parcialmente seu uniforme – para que ao menos ele pudesse sair dali sem parecer ter fugido de uma carnificina – mas, infelizmente, aqueles malditos cortes pareciam ser fundos o suficiente para dificultar seus planos – dos quais se resumiam em: estancar seus cortes com pedaços da bandana que usava, e pular o muro da escola para que, ao menos, se livrasse da bronca do professor de química por faltar em sua prova, passada naquela mesma manhã.

E quando ele estava revirando seus olhos tentando pensar racionalmente ao suportar aquelas feridas que pinicavam mais do que tudo – que sem dúvida alguma, já deveriam estar ficando infecionadas – viu um barulho suspeito vindo do começo do corredor onde estava. Tentou se endireitar na parede onde estava, pois se fossem aqueles covardes idiotas inventando de implicar com ele até aqui, machucado nenhum iria impedi-lo de chutar o traseiro deles novamente!

Pressionava seu ombro esquerdo com força, para que ao menos não desse o gosto, seja para quem for, de ver como estava machucado – como também, para que de certa forma, continuasse a tentar estancar aquele maldito sangramento – seus olhos vidravam contra aquele vulto que vinha receoso em sua direção, e quando a luz que saia da pequena janela atrás de si, pode enfim clarear o indivíduo a sua frente, não pode evitar o espanto – como o súbito alívio – ao se separar com a linda garota parada a sua frente.

Pressionava seu ombro esquerdo com força, para que ao menos não desse o gosto, seja para quem for, de ver como estava machucado – como também, para que de certa forma, continuasse a tentar estancar aquele maldito sangramento – seus olhos vidravam ...

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Meus Sete Clichês | BTSWhere stories live. Discover now