Capítulo 46: "Incidente"

134 24 31
                                    


"Pulei para o lado oposto, gritando assustada, desesperada para me desviar dela, porém, meu impulso fora tão rápido que, não tive tempo suficiente para manter o equilíbrio sobre meu corpo

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

"Pulei para o lado oposto, gritando assustada, desesperada para me desviar dela, porém, meu impulso fora tão rápido que, não tive tempo suficiente para manter o equilíbrio sobre meu corpo. Fechei meus olhos, já prevendo a queda que levaria, entretanto, ao invés disto, senti uma mão firme segurando minha cintura, evitando assim, minha queda."

(...)

Yoongi, de alguma forma fora rápido o suficiente para me aparar antes que eu colidisse contra o chão, todavia, não fora rápido o suficiente para segurar a toalha que se desprendera do meu corpo.

Observei com horror a toalha caindo rente ao chão, me deixando completamente exposta ao homem que estava praticamente em cima de mim.

Ficamos paralisados por longos segundos, encarando um ao outro, sem saber exatamente o que fazer, via o rosto pálido de meu vizinho ficar gradualmente mais rubro enquanto eu não estava em uma situação muito diferente, já que, naquele instante, meu peito arfava pesadamente, em completo desespero ao me expor para um homem aquela maneira, e, por outro lado, observava os olhos vidrados de Yoongi, que pareciam forçar suas pupilas a não desviarem sua visão de meu rosto um momento se quer.

Sendo assim, minha primeira reação fora: juntar minhas pernas o máximo que podia, como cruzar meus braços para que assim cobrisse o quanto possível meus seios.

Então, finalmente teve alguma reação da parte dele, que se virou de costas para mim logo que me colocara de pé novamente, assim, me abaixei rapidamente para recolher minha toalha, me enrolando na mesma com agilidade.

− Pode... − limpei a garganta, tentando fazer com que minha voz parecesse o mais firme possível. − Pode se virar. − Falei com o resquício de dignidade que ainda me restava.

− Me desculpe. − Ele respondeu, ainda não olhando diretamente para mim, uma das mãos posta desconfortavelmente sobre sua nuca, e eu não nego a surpresa em finalmente ouvir aquelas palavras saindo de sua boca. − Eu.... Não devia...

Seu embaraço estava tão palpável que até ignorei momentaneamente minha própria vergonha, e, dei ouvidos a necessidade súbita de amenizar seu constrangimento, talvez, pela própria empatia pelo sinal de decência que ele finalmente mostrara.

− Não se desculpe. − Consegui falar sem gaguejar, porém, mal consegui encará-lo por mais de alguns segundos, fixando meu olhar para qualquer coisa que não fosse nele. − Eu que agradeço.... Por me ajudar. − Apertei a toalha que segurava em nervosismo. − Você, tecnicamente, não teve culpa, afinal, isso foi um acidente. − Tentei reproduzir um sorriso, porém não deu muito certo. − Talvez, eu que devesse pedir desculpas.

Tentava transparecer a situação como algo irrelevante, para que de alguma forma meu constrangimento diminuísse.

− Afinal, eu o fiz vim aqui por algo tão bobo, acabei fazendo um escândalo desnecessário que... resultou nesse acidente e.... − não finalizei, meus olhos fitavam o chão, enquanto eu segurava um dos braços para controlar meu nervosismo.

− Não! − Ele começou a falar apressando. − Não foi nada! − Balançava os braços rapidamente. − Quer dizer.... Eu não fiz nada mais que minha obrigação! − Coçou seus braços de forma ociosa. − Em lhe ajudar com a rã, é claro.

Parou novamente, parecendo incerto do que falaria em seguida.

− Para falar a verdade... − pausou. − Ao menos, desta vez, tive finalmente a oportunidade de... − Já o olhava desconfiada, pois não era comum o escutar falando por mais de poucos segundos. − Retribuir o favor que fizera para mim, semanas atrás.

Voltou a me encarar, porém, como ainda estava estática com sua fala, ele resolveu continuar.

− Pois, com toda a sinceridade... − coçou timidamente uma das bochechas, como se o ato justificasse a vermelhidão nas mesmas. − Sou eu que devo agradecer, e claramente, sou eu quem devo um enorme pedido de desculpas a você.

E como se tudo que ele falara não fosse espantoso o suficiente – sendo que ele conversar, por si só, já era um ato surpreendente – quando o vi se inclinar a minha frente, em uma mesura formal de desculpas, pensei seriamente que ele estivesse possuído por alguma entidade sobrenatural, ou, no pior dos casos, estivesse com alguma doença terminal, e estivesse resolver pedir perdão por seus pecados.

− Eu entendo perfeitamente, se não aceitar... − O vizinho voltou a falar, vendo que, pelo choque, eu não havia mostrado nenhuma reação.

− Não! Não é isso... − Estendi uma das mãos, pedindo calma. − É só que... − Recolhi meus braços, lembrando do fato pertinente de minha toalha, tentei pensar em alguma desculpa aleatória, mas já que via sua tentativa de se manter sincero, também fui. − ...Eu estou surpresa. − Recoloquei uma mecha de meu cabelo atrás da orelha, incerta sobre sua reação, e limpei minha garganta ao continuar. − Na verdade, muito surpresa, é isso.

− Entendo. − Falou simplista, e por mais surpreendente que fosse, pude notar em sua expressão um toque tristonho e sua face. − Você tem toda a razão de estar. Eu me portei horrivelmente com você. − Quase me deixei levar por sua expressão sentida e rosto envergonhado, porém, não gostei da forma como especificou minha pessoa, e pareceu omitir seu comportamento com os outros vizinhos, que não fizeram nada de mal a ele. − E entendo, caso não queira me ouvir.

− Na verdade, − Meu lado defensivo veio à tona novamente, me fazendo fechar a expressão, mais uma vez. − Eu quero ouvir sim.

E eu não ia me deixar levar por aparências novamente, mesmo que o sorriso temido que Yoongi mostrara, fosse puramente adorável.

− Mas aqui não é melhor dos lugares para termos uma conversa. − Pontuei, lembrando do aperto frouxo de minha tolha, enquanto olhava para os azulejos de meu banheiro. − Você se importa de me esperar na sala de estar, enquanto me visto?

− Claro. − Voltou a responder polidamente, em uma voz tão mansa que nem sabia que ele era capaz de reproduzir. − Não é como se essa rã vá sair de trás da pia tão cedo... − Complementou, me fazendo lamentar por esquecer daquele animal horripilante que estava preso conosco.

Assim que saímos juntos do banheiro, o acompanhei até que ele estivesse fora do quarto, e fechei a tranca de minha porta, assim que o vi sentar acanhadamente sobre o sofá. E me preparava mentalmente para lidar com o que quer que ele fosse me revelar.

N/A: aproveitando o restante das minhas férias para publicar, porque o 2° semestre promete me despedaçar, espero muito ter mais um incentivo por parte de vocês, até~~~

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

N/A: aproveitando o restante das minhas férias para publicar, porque o 2° semestre promete me despedaçar, espero muito ter mais um incentivo por parte de vocês, até~~~

Meus Sete Clichês | BTSWhere stories live. Discover now