Capítulo 12.

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Escola, existe palavra pra te deixar mais na baixa estima que essa? Sinceramente, não.

Tomo banho, me enxugo, passo hidratante já que minha pele estava praticamente em carne viva, e visto o uniforme da escola. Depois de escovar os dentes, fazer uma maquiagem simples, pentear os cabelos e pegar minhas coisas eu saio do quarto e vou coçando os olhos até a cozinha.

Vejo Bruno e Diego no balcão conversando, assim que vejo Bruno abro um sorriso, queria só ver a reação dele ao ver a roda da "bebê" dele furada. A roda não, as rodas.

─ Bom dia ─ digo sorrindo e me sentando também no balcão pra realizar o desjejum.

Bruno hoje está exalando seu perfume, em uma camisa social e uma gravata preta frouxa em seu pescoço. Os cabelos estão bem penteados e sua cara péssima, ressaca.

─ Bom dia ─ Léo fala sorrindo. Sorriso maravilhoso.

─ Priminha acordou de bom humor? ─ Bruno ironiza.

─ Muito bom humor, priminho ─ pisco. ─ Por que tá acordando cedo mesmo?

─ Reunião às sete e meia no escritório, um saco, de tarde é a faculdade ─ ele fala bufando. ─ Tô morrendo de dor de cabeça.

─ Tadinho ─ digo me esticando pra pegar um pedaço de bolo de goma na cesta.

─ Essa calça é bem colada, né? ─ o pego olhando pra minha bunda, idiota.

─ Essa calça não é da sua conta ─ digo me sentando e tomando o café rápido.

─ Calma pra não engasgar, priminha.

─ Cuida da tua vida ─ rolo os olhos.

─ Tu devia estudar na escola da faculdade, quando terminasse os estudos ia direto pro curso, além de aplicarem os conteúdos do curso escolhidos desde o terceiro ano ─ ele diz mexendo no celular.

─ Estudou lá? ─ demonstro meu desinteresse.

─ Estudei toda minha vida em um internato, só via meus pais duas vezes por mês ─ ele diz e me calo. Bem duro. Devia ser daquelas famílias ricas que os pais querem por tudo os filhos longe pra não atrapalhar em nada.

─ Pais ausentes? ─ o olho.

Ele me encara por um tempo, seus olhos claros se fixam nos meus e eu me arrepio.

─ Ao contrário de você não fui mimado, tive pais rígidos. O tempo que passei no Canadá no internato me fez bem por um lado.

─ Não sou mimada.

─ Só tem tudo o que quer, se pedir cartão pra papai ele manda estourar.

─ Sua definição de mimada está bem errada, querido. Talvez eu só tenha pais que me amem e queiram me ver uma adolescente feliz ─ digo tomando o café.

─ Você tem muito que aprender na vida, criança ─ sacode a cabeça negativamente.

─ Vá se ferrar ─ termino meu café e vou escovar os dentes. ─ Bora, Léo?

Léo assente enxugando as mãos e pega as chaves, Bruno também pega as chaves dele e vai com a gente pegar o elevador... eita. Se eu rir ele vai sacar na hora, então respiro fundo e penso em coisas ruins, mas não dá, antes mesmo de chegar no -1 eu já estou morrendo de rir enquanto Léo e Bruno me encaram confusos.

─ Já disse pra Arthur internar ela, essa garota tem problemas ─ Bruno fala sarcástico e gargalho mais ainda.

Esse viadinho me paga hoje.

Paraísos PerdidosWhere stories live. Discover now