Capítulo 65.

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NÃO AGUENTEI ATÉ SÁBADO KKKK, TINHA QUE POSTAR LOGO! BJ

Eu fui pra casa depois de um tempo, e graças ao pai Bruno não estava lá. Fui direto pro quarto e peguei minha mochila colocando algumas roupas lá dentro, bufei, estava morrendo de raiva e decepção, não era pra acabar assim, na verdade, não era pra acabar. Mas não dava certo permanecer com alguém que tinha vergonha da namorada e que se importava com outras pendências e depois comigo.

Eu estava cansada, eu amava ele, era uma paixão que jamais havia sentido, sei que ele sentia o mesmo, mas Bruno era uma pessoa muito difícil de se compreender.

Mando mensagem pro Ricardo.

Lara ─ Posso dormir na sua casa mais essa noite?

Olho pro quarto, a cama de Arthur está vazia e bem arrumada, meus olhos se enchem de lágrimas porque a decisão que estou tomando na minha cabeça é uma decisão que não pretendia tomar.

Eu só queria pra tudo se resolver e se encaixar. Arthur havia aprovado o namoro, Bruno e eu éramos melhores amigos e namorados, ele me entendia tão bem e me protegia. Mas não podia continuar naquilo, eu já estava cansada.

Termino de colocar as roupas dentro da mochila e me sento em minha cama olhando pro nada e sentindo meu rosto arder. As coisas estavam muito boas pra ser verdade.

Ricardo ─ Claro! Aconteceu alguma coisa?

Lara ─ Já tá em casa?

Ricardo ─ A caminho, por quê?

Lara ─ Já tô indo então.

Bloqueio meu celular e vou tomar um banho antes de ir, entro no box sentindo a água morna cair sobre meu corpo e minha cabeça, a água se junta com as lágrimas e soluços que saem de mim. Quando termino meu rosto está inchado e vermelho, mas não me importo, faço uma maquiagem e vou vestir um short com uma blusinha cinza.

Saio do quarto já pedindo o táxi mas na sala meu primo me puxa com tudo.

─ Pra onde a moça pensa que vai? ─ Arthur pergunta com os braços cruzados.

─ Casa da Júlia ─ minto, de cabeça baixa.

─ Ela não estava viajando com sua outra amiga? ─ arqueia a sobrancelha de forma interrogativa.

─ Já chegou.

─ Lara... não mente.

─ Eu não quero mais ficar nessa casa com a presença de Bruno! ─ digo exasperada.

─ Então eu saio! ─ Bruno surge de braços cruzados, ele anda em passos calculados até o lado de Arthur e me encara. ─ Não é isso que você deseja?

─ Não quero ficar em um lugar onde as pessoas têm vergonha de mim... ─ abaixo meu olhar.

─ Eu não tô entendendo nada. Lara onde você tava ontem?

─ Fala Lara... diz pro seu primo com quem você estava, diz pra ele que foi dormir na casa do seu amiguinho Ricardo.

─ Cala a boca, Bruno! ─ grito sentindo meus pulmões doendo.

─ Que história é essa? ─ Arthur questiona.

─ Não é nada, eu vou pra onde eu quiser.

─ Não vai porque você está sob meus cuidados e ainda tem dezessete anos.

─ Ela não vê que a gente se importa com ela, que a gente quer o melhor... Ricardo é um monstro! ─ Bruno cospe as palavras com raiva e me solto das mãos de Arthur.

─ Eu vou sair daqui...

─ Lara se você sair por essa porta e for pra onde ele, eu vou ligar pra titia e falar tudo pra ela ─ Arthur ameaça sério.

─ E se você falar com ela eu nunca mais vou falar com você e nossa relação você pode cortar completamente, pode não me chamar mais de prima, e eu também vou fugir e ninguém nunca mais vai me ver! ─ retruco determinada caminhando até a porta.

Mas alguém me puxa com tudo, me viro batendo meu corpo contra o dele e sentindo seu cheiro inebriante.

Meu olhar se levanta e posso encarar seus olhos claros que estão em chamas, de raiva.

─ Você não vai! ─ diz entredentes.

─ Vai me impedir? ─ coloco toda minha confiança em minhas palavras enquanto olho em seus olhos, ele aperta meu braço enquanto também fita meus olhos. Sinto vontade de desabar, mas me seguro.

─ Lara, por favor, eu sei que fui idiota... eu já me desculpei, todo ser humano erra, mas você está agindo como uma cabeça de vento ─ fala calmamente.

─ Já deu ─ puxo meu braço indo até o elevador e aperto no térreo, as portas se fecham bem ao seu olhar de raiva que me encarava.

***

Ricardo me prepara um chocolate quente de microondas, é uma delícia. Ele se senta ao meu lado no sofá enquanto me encara esperando uma resposta minha.

─ O que você fez com a pintura? ─ ele indaga, não queria dizer que Bruno veio aqui, se revoltou e quebrou tudo. Eu joguei as coisas fora após o surto de Bruno.

─ Levei pro meu quarto, tem algum problema? ─ minto descaradamente.

─ Não, é sua ─ ele abre os dois primeiros botões da camisa social. Os cabelos estão pro lado de forma bem penteada e alinhada, aquilo me dá um certo desconforto porque amava o jeito que os cabelos de Bruno sempre estavam desgrenhados. Já Ricardo parecia passar gel em todo o cabelo. ─ Lara, o que houve?

─ Nada demais ─ dou de ombros, minha cabeça pesa pela enxaqueca, meu nariz arde e a vontade de chorar me atinge em cheio. ─ Eu só acho que vou pra Itália onde meus pais estão, eu saí de casa...

─ Vai abandonar tudo é? ─ se mostra indignado e preocupado. ─ Já estudei fora, sei como é difícil mudar de um país pro outro, você já vai terminar a escola mas se for embora vai ter que repetir. Você sabe não é? E sem falar nos seus amigos, no seu primo, vai abandonar todos eles?

─ Há um problema maior ─ me remexo no sofá e engulo o chocolate, olho pro nada porque não consigo encarar os olhos escuros dele. ─ Terminei com Bruno, ele tem vergonha de mim...

─ Bruno sempre foi uma pessoa que atirou sem se importar com o alvo, alguém sem sentimentos. Vivian passou pela mesma coisa que você, acredite, todos consideram Vivian uma vilã mas ela já foi muito maltratada nas mãos dele ─ diz esticando o braço e segurando em minha mão. ─ O que eu quero dizer, é que não quero que você desista de tudo tão fácil... que se foda Bruno, se quiser ficar aqui por enquanto até suas aulas acabarem não vejo problema, eu só não fico muito em casa...

─ Obrigada, Ricardo ─ aperto sua mão e lhe dou um sorriso. ─ Você está sendo um grande amigo, mesmo. Mas não quero abusar de você, vou embora daqui uns dias pra casa de uma amiga.

─ Tudo bem... só quero te ver bem, isso é o que importa ─ abre um sorriso enorme e sincero, em seguida me puxa pros seus braços me envolvendo em um abraço apertado mas sufocante. Seu perfume me causava muita vontade de vomitar.

E quando pude me desvencilhar de seu abraço respirei fundo vendo se aquela ânsia passava.

E depois pedi licença pra subir e então poder vomitar. E depois fiquei lá por cima mesmo pensando sério em tudo, devo ter agido como uma idiota com Arthur, ele é meu primo mas o tinha como um irmão, e reconheço que fui dura sendo que ele não tem culpa de nada. Mas eu estava estressada, até demais na verdade.

E olhando agora minhas fotos com Bruno no meu celular eu vejo o quanto eu amo esse brutamontes petulante, mas não dava mais. Na verdade eu não queria que tudo isso tivesse acontecendo, eu só queria que tudo tivesse em paz.

E agora não sei definir como estão meus paraísos. Perdidos, talvez?!

Paraísos PerdidosWhere stories live. Discover now