Capítulo 85.

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Os dias se passavam sucessivamente, na escola tudo pareceu voltar ao normal e aquele vídeo pareceu nunca ter existido. Ninguém nem me olhava, e quem me olhava apenas sorria o mais amigavelmente possível pra mim. Por ser de maior Duda e Ruan foram presos sem direito à fiança, Bruno realmente fez com que a justiça fosse verdadeira, e daqui um mês iríamos ao tribunal pra eles serem julgados diante da lei e pra ser decidido quantos anos cada qual receberia. Ruan estava mais fodido que tudo.

No dia quinze de dezembro recebemos nossas férias, seguido do resultado: havia passado direto.

Fiquei bem feliz porque pensei que ficaria reprovada mediante do tanto de faltas que tinha, sem falar que eu não estava indo muito bem em algumas matérias como física e química. Mas fui passada e finalmente terminei o ensino médio. Mal esperava pra começar a faculdade.

Eu e Bruno estávamos na mesma, nos falávamos mas estávamos meio afastados um do outro. Eu sinceramente achei melhor assim, eu ainda pensava seriamente sobre nós dois e tudo isso.

Mas apesar de tudo ele estava ao meu lado sempre, perguntava se estava tudo bem, se eu precisava de algo e me procurava pra conversar pela noite, fazia isso com toda vontade. Ele me falava de Vivian e de como seus pais reagiram sobre isso: tanto o pai de Bruno como os dela ficaram mais que felizes em saber que seriam avós. Mas eram pra estar... eles dois eram o casal perfeitinho.

O natal chegou e consigo a saudade imensa da minha família. Lembro-me que nessa data meu pai ficava mega feliz e eu, mega gorda. Juntamos a família toda (que não era pequena) e fazíamos um banquete imenso indo pra praia às cinco pra meia noite.

Titio e papai compravam fogos e jogavam ao céu. Era incrível, mesmp a torta de bacalhau de papai me causando uma dor de barriga imensa.

Quando era pequena e a magia do papai noel ainda reinava em mim, toda madrugada meu pai se vestia de papai noel e descia pelo jardim de inverno do meu quarto com vários presentes. Mas certo dia meu pai estava tão bêbado que caiu do telhado e deslocou o ombro, e então eu descobri que na verdade o papai noel era meu pai.

Gostava de recobrar essas lembranças no natal. Gostava de recobrar que eu tinha a família mais linda e perfeita do mundo.

E nesse natal eu não estaria ao lado dos meus pais, e por conta disso estava meio entristecida. Mesmo realizando chamadas de vídeo com papai e mamãe, mesmo chorando feito um bebê pelas saudades e mesmo os meninos fazendo de tudo pra me animar.

Mas era natal, não é mesmo? Precisava ficar feliz. Pelo menos pelos meninos que faziam de tudo pra fazer esse natal ser legal.

Era noite já, estavam todos aqui. Eu passei o dia todo ajudando Léo com as comidas e no final a mesa estava lotada de coisas, ainda fui no shopping comprar o presente do nosso amigo invisível.

Nossa árvore era de dois metros, estava toda enfeitada assim como o resto do apartamento na qual Arthur fez questão de botar um pisca-pisca na sacada pra todos verem que aqui era natal e que nosso andar era o mais lindo. Parece que aqui no condomínio havia competição, só pode.

Eu já estava arrumada e sentada no sofá: usava um vestido soltinho na cor azul forte e uma rasteirinha, fiz uma maquiagem simples e babyliss no cabelo. Nada muito exagerado, não iríamos sair mesmo, eu acho.

Os meninos todos também estavam arrumados e bebendo. Eu e Léo assistiamos televisão comendo salpicão enquanto Bruno andava pra lá e pra cá olhando em seu relógio cada instante.

─ Tá com formiga no cu? ─ Arthur indagou.

─ Não ─ disse ríspido.

─ Tá esperando quem? ─ dessa vez sou eu quem pergunto.

Paraísos PerdidosTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang