Capítulo 75.

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Estava deitada na cama mexendo no celular quando a porta foi aberta. Bruno adentrou no quarto e já foi se jogando em cima de mim.

─ Sai, você tá suado e fedendo ─ empurro ele mas o mesmo me segura e beija meu rosto. ─ Eca!

Ele gargalha, estava jogando bola lá em baixo com os meninos. Ele alisa meu rosto e tem em seu semblante um sorriso travesso. Bruno me dá um beijo rápido e levanta indo pegar alguma coisa dentro da sua mochila.

─ Eu ia deixar pro final do ano... mas... por que não agora? ─ ele tira de lá um envelope e me entrega. ─ Queria te dá como presente, e também é uma forma de esquecer toda essa confusão.

Olho o envelope branco e em seguida olho pra Bruno que parecia um garotinho ao entregar a carta pra sua mãe de dia das mães. Ele alisou o braço e só consegui me concentrar em sua barriga gostosa e suada. Abri o envelope e encarei os dois papéis que haviam ali dentro.

Meus olhos se arregalaram e abri um sorriso imenso.

─ Duas viagens pra Fernando de Noronha? ─ indaguei incrédula e ele assentiu e se jogou na cama ao meu lado.

─ A pousada é incrível... é pro início de novembro, estamos no meio de setembro, então falta bem pouco. Acha que consegue esperar um mês?

Eu dou um pulo em seu colo e o abraço forte.

─ Claro ─ o encho de beijos e ele gargalha. ─ Eu te amo. Obrigada por isso.

─ Faria qualquer coisa por você ─ ele beija meu rosto enquanto afaga meus cabelos.

***

O final de setembro e o mês de outubro passaram incrivelmente rápido. E nem preciso comentar que estava mega ansiosa pra minha viagem com Bruno no começo de novembro.

As coisas estavam indo bem até, mas Bruno estava estudando muito porque em janeiro ele pegaria suas especializações. Mas ele me dava toda atenção do mundo, me buscava na escola, comprava chocolate e dizia que me amava.

Não podia estar melhor nossa convivência, e agora parece que finalmente, tudo vai dá certo.

Há três dias havia sido o aniversário de Diego, foi um churrasco doido aqui, nunca havia tido tanta gente no apartamento. Nesse dia, em quê os amigos de todos os meninos estavam aqui, até mesmo Victor e Luana, Bruno não desgrudou um momento de mim. E fazia questão de me beijar pra todos olharem. E depois de toda a festa lá no apartamento a gente desceu pro BK, e literalmente, comemos quase todo o estoque do BK. Nesse dia minha barriga estufou só de hambúrguer e batata frita que comi... mas também, a dor de barriga foi certa nos meninos.

No começo do mês também foi aniversário do Peter Pan, mas ele viajou pra onde os pais, por isso nem comemoramos do nosso jeito típico de comemorar.

Eu havia voltado pra escola, queria terminar logo o ano e pra isso precisava de notas. Eu percebia que Maysa e Júlia não tocavam por nada no assunto do bebê, e por isso constantei que elas já sabiam. E por um lado era até bom, não queria ser lembrada disso. Meu filho era uma lembrança feliz em minha vida, mas uma lembrança feliz que não gostava de lembrar.

Eu e Bruno fomos num orfanato com o pessoal do curso dele, e eu me apaixonei por um garotinho negro de olhos castanhos chamado João. Ele tinha um ano e seis meses, não quis desgrudar de mim. Eu e Bruno nos apegamos nele de um jeito incrível, e na hora de ir embora eu me desmanchei, chorei tanto no colo de Bruno que solucei. Principalmente pelo João pedir pra ir comigo embora. Nesse dia eu coloquei na minha cabeça que adotaria uma criança, futueamente é claro. Mas se eu pudesse congelar aquela criança eu faria sem pensar.

Paraísos PerdidosWhere stories live. Discover now