Capítulo 16.

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─ Todo dia, ele me fala a mesma coisa, que sou maravilhoso.

─ Ele, com toda a certeza, está mentindo.

─ Lara? Vai comer não? ─ Léo me grita.

─ Tô sem fome ─ digo pro mesmo quando aparece na sala.

─ E tu lanchou na escola? ─ pergunta e nego. ─ Se quiser comer tem lasanha no forno. Peter já está vindo, então come logo porque ele tem um buraco negro no lugar do estômago.

Dou um sorriso e assinto, ele pisca e volta a se arrumar pro serviço.

─ Não comeu por quê? ─ dessa vez Bruno pergunta, rolo os olhos, inconveniente.

─ Deve ser porque não quis.

─ Quer sumir é, garota? Se tu cair eu te enterro.

─ Obrigada.

Ele se levanta, pega o controle e muda a programação colocando no documentário que passava, e depois, esconde o controle.

Idiota!

Vou pra cozinha, vejo Léo já vestido na roupa preta e branca do restaurante dele, ele vem e me dá um selinho.

─ Come viu, vou fazer o que mais gosto ─ ele diz pegando as suas chaves, estava mais que cheiroso. ─ Ah, eu fiz gostoso...

Olho pra ele e dou um sorriso.

─ A lasanha ─ completa, manda beijo no ar e vai embora pro serviço.

Bebo só uma água e volto pra sala, só eu e aquele idiota no apartamento. Ele estava atento ao documentário e eu morrendo de sono, então só me aconcheguei no sofá e adormeço em imediato.

***

Acordo com um barulho alto, dou um pulo do sofá e vejo Bruno ouvindo aquela merda de rock no último volume e lendo um livro, ele estava de óculos e confesso que seu óculos lhe caia muito bem, mas isso não era hora pra reparar nele...

Vou até o mesmo e tomo o controle da sua mão, desligo a televisão e taco o controle com tudo nele. Ele me olha e cerra os olhos.

─ Nem vi você ali, priminha ─ diz com ironia e bufo.

Quando lhe dou as costas ele coloca aquela merda de música alta de novo e me viro o fuzilando. Se eu pudesse matar ele... iria o torturar de todas as formas, esse bastardo maldito!

Vou pro quarto, lavo o rosto e escovo os dentes, olho no celular e já são três da tarde. Ainda tinha atividade de física e química pra fazer e disposição estava lá em cima.

Olho pro quarto e procuro algo pra fazer. Logo me lembro das roupas, iria começar a separar elas pra doar, e faria isso agora. Fui atrás de algumas sacolas grandes e voltei. Joguei todo meu guarda-roupa no chão e na cama.

Ser filha de donos de uma empresa de roupa se resultava nisso, todo dia, era lei, mamãe tinha que comprar uma peça de roupa pra mim e como eu também desfilava com as roupas da empresa, eu ganhava toda a coleção. Muita das vezes nem usava as roupas.

Olhei pra toda aquela multidão de roupa e pensei comigo: mãos à obra!

Comecei a separar as roupas que iriam pra doação e as que eu deixaria. Foi quase meu guarda-roupa todo pra sacola, e quando terminei, estava suando mesmo com o ar ligado, e já tinha três sacolas grandes cheias. Fui ver as horas no relógio e eram cinco e meia.

Paraísos PerdidosWhere stories live. Discover now