Capítulo 33.

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Dancei bastante com Peter que não cansava de jeito nenhum, e depois de um tempo ali pulando e dançando a gente foi se sentar, tinha mais um pessoal com os meninos na mesa, umas meninas lá e John. Me sentei suada e fui pegando logo um pastelzinho e mordendo pra colocar geleia, estava uma delícia.

Por incrível que pareça eles não bebiam, eles tomavam energético e tinha cerveja por lá, mas eles não bebiam a cerveja, é, parece que o negócio esquentou mesmo pro lado deles ontem. A ressaca foi forte.

Chiclete com banana chegou na carreta da praia umas duas da tarde, a gente gritou abessa, e eu até bebi dois ice e um energético. Fiquei grudada com meu primo e Peter, a gente cantava as músicas pulando e rindo. Bruno estava de longe, ele me observava, mas ainda não havia falado comigo, então eu que não iria falar.

Umas quatro a gente foi descansar pra noite na praia, iria ter luau.

Eu só comi um pouquinho e fui tomar banho e dormir mega cansada.

Por volta das sete da noite acordei, tomei banho, coloquei um vestido branco soltinho e minhas havaianas, quando terminei de me arrumar eu desci com meu celular na mão e me surpreendi com a praia.

Ela estava extremamente maravilhosa, havia uma fogueira enorme e ao redor várias pessoas estavam sentadas e duas tocavam violão. A praia estava linda, toda decorada, havia luzes brilhantes como pisca-pisca pendurados sobre nossas cabeças, uma mesa com salada de frutas, mingau, salgados e coquetel, e algumas pessoas estavam sentadas na beira da praia observando o mar, alguns brincavam com luzes brilhantes, alguns namorados caminhavam pela orla. Fui entrando mas uma mulher me parou sorrindo e colocou uma tiara de flores em minha cabeça, eu agradeci e fui andando pela areia em busca dos meninos.

Eles estavam na fogueira, comiam salada de frutas e tomavam coquetel. Me sentei ao lado de Diego que observava os dois caras tocando violão e uma mulher cantando, ela tinha a voz linda.

Olhei pra Bruno que também me olhava, ele comia a salada de frutas, estava vestido em uma camisa branca e uma bermuda jeans lavagem preta, os cabelos bagunçados e o rosto levemente corado. Desvio o olhar e abraço meus braços olhando o fogo queimar as madeiras da fogueira.

Diego me ofereceu sua salada se frutas e peguei comendo.

─ Alguém tem algum pedido? ─ a mulher perguntou após terminar de cantar "tiê - a noite", eu e Bruno nos olhamos no mesmo instante.

─ Parece piada de Henrique e Juliano ─ Bruno fala e eu meio que dou um sorriso por dentro. Essa música era bem a gente, eu sabia que ele havia escolhido justamente por conta disso.

─ Ih, viadinho ─ Arthur tem que atentar.

─ Cala a boca que tu escuta anitta e eu não falo nada ─ Bruno aponta rindo e bebericando seu coquetel.

Todos dão um sorriso e no final a mulher assente também rindo e os dois rapazes começam a tocar a música no violão.

─ Então tá, fica combinado
Só mais essa noite vai acontecer
Depois é cada um pra um lado
Você me esquece e eu esqueço você
A gente promete, mas o coração nunca deixa cumprir
O beijo é bom e o abraço não deixa fugir
E a história se repete no final
A gente não é normal
Longe um do outro o coração pede socorro
E a boca pede o gosto da noite passada
A gente não se assume, não
Mas também não se larga, não
Num dia dá pause, no outro dá play
E parece piada
Longe um do outro, coração pede socorro
E a boca pede o gosto da noite passada
A gente não se assume, não
Mas também não se larga, não
Num dia dá pause, no outro dá play
E parece piada
Só dando risada de nós dois ─ ela canta e eu meio que me pego sorrindo, ele me olha e dou um sorriso pra ele também, ele retribuiu divertido.

Passamos a noite na praia aproveitando o máximo possível do nosso último dia, amanhã já era dia de voltar pro Rio de Janeiro e já estava com saudade dali. Havia amado o feriado de carnaval, literalmente amado.

Fomos dormir por umas duas e meia da manhã, ficamos contando histórias, cantando na roda, observando a lua e fazendo brincandeiras.

Fomos cada qual pro seu quarto, mas quando ia entrando no meu fui puxada e o ser, que já sabia quem era pelo perfume, me jogou dentro do meu quarto e me imprensou na porta.

─ Que foi? ─ ele segurava meus braços, nossas respirações estavam próximas uma da outra, conseguia sentir o calor que emanava de sua pele.

─ Que... que foi... que foi o quê? ─ gaguejo por conta da distância que nos separa que é bem pouca.

─ Tá me ignorando? ─ ele olha em meus olhos, puta merda.

─ Não.

─ O que aconteceu, priminha? ─ seu hálito quente atinge minha bochecha fazendo minhas pernad ficarem como gelatinas.

─ Eu só vi uma cena desagradável hoje, no quarto dos meninos.

─ A suruba que rolou? ─ ele ri, mas fico séria e ele desfaz o sorriso. ─ Lara... ─ ele fala meu nome de forma séria e sensual, sinto os cabelos do meu corpo de pé. ─ Nós não temos nada e não podemos ter.

Ele sussurra olhando dentro dos meus olhos.

─ Quer dizer que eu fui só mais uma?

─ Não... jamais, não estou falando isso, estou tentando te dizer que cada um de nós tem sua vida, eu posso ficar com quem eu quiser e você... é... você também ─ ele fala travando no final, eu o olho e arqueio a sobrancelha.

─ Você só me usou então? Brincou comigo? Acha que sou um brinquedo seu?

Ele bate o punho fechado na porta ao lado do meu rosto e abaixa a cabeça, em seguida levanta os olhos e aproxima a boca da minha.

─ Você não é meu brinquedo. Eu acho melhor isso não acontecer mais... vamos... vamos dar um tempo disso tudo? Voltar a ser como era antes... não quero ninguém machucado no final disso tudo, você é prima de um dos meus melhores amigos... eu sou mais velho... isso é errado.

─ Bruno... ─ sussurro e fecho minhas pálpebras. ─ Só sai do quarto.

Ele continua me olhando, passa a língua nos lábios e se afasta de mim. Meu corpo quase implora pra que ele volte e fique perto de mim.

Eu me seguro na maçaneta da porta para não cair, minhas pernas estão dormentes de certa forma.

Ele apenas se debruça e deposita um beijo em minha testa, depois espera que eu abra a porta pra sair.

Meu coração dispara. Que vontade de mandar ele voltar aqui agora e beijar ele como se não houvesse o amanhã, mas não podia...

Afinal, não éramos nada um pro outro. E tinha que continuar assim. Se ele podia pegar quem ele quisesse eu também podia.

Me deitei na cama com os pensamentos grudados nele, não sabia bem como era Bruno, se era aqueles cara com lista de garotas ou que iludia e pegava, mas de uma coisa eu tinha certeza, ele não me descartaria como papel, ainda mais eu sendo prima do melhor amigo dele. Eu só queria que ele não fosse tão medroso em relação à Arthur...

Mas se ele queria um tempo disso tudo... daríamos um tempo disso tudo.

Paraísos PerdidosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora