Capítulo 48.

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Bruno narrando:

Ela adormece, só então posso a livrar de meus braços e me sentar na cama a observando, ela dormia encolhida como uma criança após chorar com medo do escuro.

Eu passei minha mão por seu rosto devagar, Deus, como ela me cativava.

Eu nunca fui muito bom em demonstrar sentimentos e falar palavras falsas, quando sinto a coisa eu realmente sinto.

Sei que às vezes sou um idiota, mas é porque sou impaciente. Eu e Vivian não temos nada apesar dela sempre querer "dar uma dentro", eu não consigo mais a ver como a mulher que eu via. Acabou.

Às vezes acho que não sou o melhor pra ela, que ela merece muito mais, mas eu não conseguia desistir dela.

Ouço o celular dela apitar e o pego, deslizo meu dedo e o celular me requere a senha. Só então que me lembro que ele também é pela digital, pego o dedo polegar dela e desbloqueio o celular indo nas mensagens.

Vasculho o celular dela até que vejo o contato de Ricardo, clico na conversa e vejo ambos conversando amigavelmente. Lara tão ingênua e alheia ao que Ricardo é.

Sei que é uma invasão de privacidade, mas era bom eu dar uma olhada justamente pra situações como essas.

Ricardo já foi meu amigo, não éramos melhores amigos mas a gente se falava, ele estava em todas as resenhas e festas e tínhamos aquela parceria de sempre colar juntos. Até o dia em que ele se relacionou com minha amiga e dos meninos, a Lua, ela ficou estranha de repente, não falava mais direito com a gente, e com o tempo surgia com os hematomas no corpo. Até no dia que eu a pressionei e ela falou tudo, ele se drogava e batia nela.

Nesse dia Ricardo foi um homem que apanhou como um ladrão de Arthur, eu também ajudei em alguns socos mas Arthur estava irado de raiva. Ele odeia Arthur, e por odiar Arthur sei que Lara era apenas um pretexto para descontar sua vingança acumulada. Mas isso não ia acontecer, eu não ia deixar.

Não ia falar com Lara, eu falaria com ele, pessoalmente.

Despejo um beijo na lateral da cabeça de Lara e saio do quarto indo pra sala, e claro, com uma certa raiva por saber que Ricardo conversava com ela. Eu sabia bem o que ele queria, sabia exatamente o que ele queria.

***

Pela manhã eu fui até o banco onde ele era gerente, não quis saber de segurança me barrando, nem de qualquer pessoa que estivesse em minha frente.

Tirei o relógio, coloquei no bolso e estralei os dedos.

Ele estava em sua sala, abri a porta com tudo e não me limitei com o segurança na porta que quis me barrar. Apenas fui em passos duros até Ricardo e o puxei pela gola da camisa o fazendo derrubar algumas coisas da mesa.

Lhe acertei um soco na cara e o mesmo cuspiu o sangue.

─ Não chegue perto de Lara ─ o acerto mais outro. ─ Porque se não, você pode dar "adeus" pro que chama de vida. Eu vou acabar com você, Ricardo.

Digo tudo isso entre dentes e expressando minha raiva.

─ Lara não é brinquedo, então não brinque com ela, se quiser que eu não brinque com você.

O solto e o mesmo se ergue rindo e limpando o sangue que escorria pelo nariz.

─ Espero que o recado esteja dado.

Saio dali pisando fundo e respirando irregular. Meus músculos tensionam, aperto meu punho e trinco a mandíbula.

Odiava perder meu controle. Mas era por uma boa causa.

Era pela garota da minha vida.

Paraísos PerdidosWhere stories live. Discover now