Capítulo 55.

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Depois de conversar mais um pouco Arthur foi pra sala junto de Léo e Bruno desapareceu indo pros quartos. Eu fui atrás, é claro. Entrei no quarto dele e fechei a porta, ele estava sentado na cama olhando pro vento.

─ Bruno...

─ Você não vai embora ─ me interrompe com a voz arrastada. ─ Se você for pra Itália eu vou junto, está ouvindo bem?

─ Bruno... ─ caminho até ele e me agacho dentre suas pernas, toco seu rosto e olho profundamente em seus olhos. ─ Eu prometi nunca te deixar? Não foi? Eu vou cumprir minha promessa, eu prometo.

─ Não consigo pensar em você longe de mim... ─ sussurra me puxando pro seu abraço onde me aconchego.

─ Nem eu, por isso que não vou me afastar de você ─ digo ronronando e sentindo seu perfume impregnado na camisa.

***

Dia 10 chegou em um passe de mágica, e só de saber que faltava quatro dias pro meu aniversário eu já estava eufórica. Finalmente faria dezessete anos, finalmente terminaria essa droga de escola. Hoje eu havia ficado de férias e viajaria às duas da tarde com a galera toda, sim, todos iriam só porque eu sou um amor de pessoa e porqur Búzios promete muita piração.

Mas enquanto isso eu olhava o relógio do meu celular, uma e vinte e três da madrugada, o barulho do funk estava mega alto. Já que as meninas não passariam meu aniversário ao meu lado, já estávamos nos adiantando curtindo a noite só nós três numa baladinha em Copacabana mesmo.

Os meninos também haviam saído, mas combinamos de nada deles na noite das meninas. Bruno toda hora mandava mensagem, perguntava como eu estava e se estava bebendo acima do meu limite, eu mandava foto, áudios e sorria com toda a preocupação dele, mandava ele curtir a noite também.

A noite estava maravilhosa porque a gente estava dançando muito e não estávamos bebendo quase nada, ou seja, eu, Júlia e Maysa estávamos sóbrias e felizes aproveitando a noite.

─ Larga esse celular ─ Júlia gritou pulando no meio da balada, eu ri. ─ São quase uma e meia da manhã, dia dez de julho, estamos oficialmente de férias e seu aniversário é daqui à quatro dias. Vamos curtir, vai?

Ela me encarou com seus olhinhos brilhantes e assenti guardando mej celular na bolsa de lado e indo pra pista dançar com ela. Maysa já estava aos beijos com um cara em um sofá, e Júlia tirou fotos e gargalhou muito da situação. Fiquei bebendo meu energético e dançando com Júlia até minha bexiga apertar, merda, isso que dá passar a noite no energético: insônia e muita vontade de fazer xixi. Pelo menos comigo era assim.

Disse pra Júlia que iria no banheiro e a mesma continuou pirando bem pensando que era um show de rock. Ela batia cabelo, se jogava no chão, fingia tocar uma guitarra e eu até me afastava fingindo nem conhecer a louca.

Fui pro banheiro pegando meu celular e vendo mais três mensagens dele.

Brutamontes ─ Aqui tá chato.

Brutamontes ─ Lara, tá na hora não tá não? Quer q eu busque vc?

Brutamontes? ─ Qual nome do nosso presidente? Deixa eu ver se ainda tá sóbria.

Eu apenas abro um sorriso e não o respondo. Entro no banheiro, vou fazer xixi e depois lavo as mãos. Pego meu lápis de olho pra retocar a maquiagem e é o momento exato em que a porta do banheiro é aberta. Nem dou importância pra figura branca e loira que surge vindo pro espelho. Mas quando ela se aproxima do meu lado e vomita na pia eu sinto meu corpo todo gélido.

Paraísos PerdidosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora