Capítulo 68.

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Me olho no espelho, apenas de sutiã e short de malha, e até que há um volume engraçado em minha barriga. Um volume até visível. Um sorriso dança em meus lábios e toco aquele pequeno inchado e pontudo.

─ Meu bebezinho ─ digo me imaginando com aquelas barrigas enormes de nove meses. ─ Será que você é uma menininha ou um menino? Só espero que não seja a cara do seu pai.

Acabo gargalhando falando sozinha com aquele bebê que nem sabia se estava ou não me escutando. Imaginei ele com o rosto de Bruno, os olhos, cabelos lisos e claros e bochechudo, se fosse menina seria do mesmo jeito, de qualquer forma se puxasse pra Bruno ele seria perfeito. Em falar em Bruno... eu precisava contar pra ele sobre a sua paternidade, querendo ou não, afinal, era uma vida e uma responsabilidade.

Mas as primeiras pessoas que espalhei a notícia foi pros meus amigos, os meninos e Arthur. Mas ainda não havia obtido resposta dele, mas eu sei que no fundo ele ficaria mega feliz em ser titio. Arthur é uma pessoa que não guarda rancor ou qualquer tipo de ressentimento, ele sempre está de bem com tudo e todos ao seu redor. Isso que admiro nele. E peço pra eles guardarem segredo por enquanto, eu ainda não estava preparada pra falar pros meus pais, pro resto da família, e claro, pra Bruno.

Fiquei alisando minha barriga esperando que meu bebê mexesse mas ele ainda estava novinho até demais pra mexer pra mim.

A porta é aberta e Ricardo adentra no quarto sem convites e me pega alisando minha barriga na frente do espelho, eu tomo um susto e me viro rápido pro mesmo.

─ A porta serve pra bater ─ reclamo pegando uma blusa e vestindo.

─ Estou na minha casa ─ ele adentra o quarto e caminha até onde estou.

─ Se joga tanto na minha cara que estou na sua casa eu vou embora, ok?

─ Não vai pra lugar nenhum ─ o sinto apertar meu braço, seus olhos estão avermelhados, esse é seu sinal que usou drogas, mas geralmente ele não fica agressivo comigo, ao contrário, ele fica rindo de qualquer coisa.

─ Vai me impedir? ─ me viro e bato de frente com ele.

─ Você é corajosa, admiro isso em você.

Ele soa debochado e irônico em tudo que fala, eu apenas sou sarcástica mas não me rebaixo, ele não é capaz de fazer nada contra mim.

─ Você não me machucaria, você mesmo disse, ainda mais agora que estou grávida ─ digo engolindo o seco. Ele meio que coloca uma expressão de raiva no rosto, mas em seguida gargalha.

─ O advogadinho de merda vai fazer o quê? ─ ele pergunta próximo ao meu ouvido.

─ Você não está bem... está drogado.

─ Juro que não sabia. Mas ainda não respondeu minha pergunta, o que Bruno vai fazer?

Eu encaro seus olhos escuros, eles não brilham e me dão um certo medo, confesso. Mas respiro fundo e procuro desviar meu olhar.

─ Bruno tem capacidade pra fazer muitas coisas, Ricardo.

Ele não fala nada, solta meu braço e vejo a vermelhidão no mesmo. Ele vai saindo mas se vira e me dá um tapa estridente no rosto.

Eu dou dois passos para trás levando minha mão no rosto e colocando uma expressão atônita no semblante. Ele me olha sem expressão alguma e logo em seguida sai do quarto, naquele momento meu coração se acelera e sinto medo de estar ali de baixo do mesmo teto que ele.

Após um tempo ainda não acreditando na cena que acabou de ocorrer eu fui até a porta e tranquei, em seguida peguei minhas malas e comecei a faze-las porque não passaria mais nenhum minuto ao lado daquele monstro.

Paraísos PerdidosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora