Capítulo 49.

54K 4.3K 1.5K
                                    

Estou na sala de aula morta de sono, meu corpo está meio dolorido, principalmente as coxas. Havia acordado com um mal-estar, mas era coisa da pílula, havia lido na bula. Léo que me trouxe pra escola, e creio que também viria me buscar.

Quando o intervalo bate eu vou comer algo e me sentar, mal consigo sentar direito e dou um sorriso por isso.

Mando mensagem pra Bruno.

Lara ─ Tô no intervalo, comendo, e vc?

Brutamontes ─ Estudando códigos de defesa no escritório. Bom dia.

Lara ─ Bom dia.

Brutamontes ─ Podemos almoçar juntos hj?

Lara ─ Claro, vou falar pro Léo.

Brutamontes ─ Já falei, n precisa.

Lara ─ Tá né.

Ele não fala mais nada e muito menos eu, mas entendo que ele estava estudando e Bruno quando estava estudando não gostava de escutar nem o som de uma mosca perto dele. Era incrível quando ele ficava concentrado, e lá em casa não era bem o local ideal pra ele estudar, os meninos ficavam fazendo bagunça mas era só de mal mesmo.

Terminei de comer meu lanche e fui no banheiro e depois lavar as mãos. Quanto à Ruan, ele havia voltado pra escola, mas havia mudado de sala e eu nunca mais havia visto ele. Duda ainda estava com o mesmo, ouvia sua voz irritante berrando o nome dele na sala, talvez só pra me provocar, mal sabendo que merda e Ruan tem o mesmo significado pra mim.

Bate a saída e eu nem percebo, fico meia área nas últimas aulas, como sempre. Ajeito minhas coisas e saio.

Dessa vez Bruno não está se mostrando pra todos como costuma fazer, ele me espera dentro do carro estacionado na calçada da escola. E coloco um sorriso no rosto e vou dando pulinhos até a hilux.

Adentro no carro sentindo aquele cheirinho gostoso dele e o abraço enchendo seu rosto de beijos.

─ Oi, ranzinza ─ ele ri me soltando. ─ Como foi a aula?

─ Chata como sempre, amanhã tenho prova ─ faço bico e ele dá partida.

─ Prova de... ? ─ demonstro minha curiosidade.

─ Álgebra.

─ Um saco, graças ao bom Deus sou formado. Mas quer ajuda com a matéria?

─ Nossa, senhor sabe tudo.

Ele pisca e ri, pego meu celular vendo uma nova mensagem de Ricardo e dou um sorriso. O respondo em imediato, ele pergunta como estou e se tenho compromisso de noite.

─ Não está curiosa pra saber onde vamos almoçar? ─ ele cerra os olhos para mim.

─ Sempre estou.

Ele não fala mais nada, apenas aumenta o som e fica batendo os dedos no volante conforme a batida do rock antigo. Eu fico conversando no celular com Ricardo e as meninas.

Quando chegamos no local eu levanto a cabeça e encaro o local bem simples mas com uma decoração deslumbrante. Ele desliga e desce pegando o celular, e desço também com o celular na mão, havia alguns carros parados e não havia placa indicando o nome do local, eu nunca havia visto aquele restaurante, mas ficava perto de casa, umas ruas depois.

Bruno estendeu a mão pra mim e segurei em seus dedos quentes. Fomos de mãos dadas até lá dentro, nós dois éramos o centro das atenções dentro do restaurante, várias pessoas olhavam pra gente e aquilo me incomodava de certa forma. Soltei a mão de Bruno, talvez as pessoas não estivessem acostumadas à verem um homem enorme junto de uma garota de uniforme escolar, logo Bruno que anda todo bem trajado e cheiroso, esbanjando sua posição.

Paraísos PerdidosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora