Capítulo 38.

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Bruno acerta um soco forte no nariz de Ruan que logo sangra. Até eu me assusto, mas resolvo não me meter, apenas fico olhando de longe com meu coração batendo forte.

─ Nunca mais chegue perto dela, nunca mais nem respire o mesmo ar que ela, ou pense nela, ou sequer fale o nome dela... está ouvindo? Não quer conhecer meu outro lado, não é? Se quiser conhecer posso te mostrar agora ─ ele levanta o punho.

─ Bruno... ─ minha voz sai de forma desesperada. ─ Bruno... não.

Na mesma hora Bruno para, ele me olha, respira fundo e solta Ruan. Nessa altura do campeonato, Ruan está com os olhos cheios de lágrimas, com o nariz sangrando e mega vermelho e se tremendo todo. Bem, até eu estou trêmula.

Bruno ajunta minha mochila do chão e vem até mim, o abraço com os olhos marejados e inalo seu cheiro procurando me acalmar.

Várias pessoas presenciaram a cena, alguns bem assustados, mas ninguém ousou impedir.

─ E da próxima vez... pense bem antes de gravar vídeos com suas namoradas e forçar alguém a fazer sexo... não é homem o bastante pra conquistar alguém pra foder com você? Idiota.

Bruno me aperta e se vira pra irmos pro carro, estou bem nervosa, meu coração só falta sacar do meu peito.

Entro na hilux e logo em seguida Bruno entra, ele puxa meu braço com delicadeza olhando o vermelho feito por Ruan.

─ Você está bem? ─ sua pergunta demonstra sua preocupação, eu fungo e assinto. ─ Está vermelho.

─ Vai ficar um hematoma, ele apertou forte ─ digo e Bruno me puxa pra um abraço apertado.

─ Se ele encostar em você de novo... eu... ele vai se arrepender ─ sussurra.

─ Tudo bem ─ o solto e me acomodo no banco.

─ Você está bem mesmo? ─ pergunta sério.

─ Sim... ─ dou uma pausa. ─ Só estou com fome.

─ Então vamos comer ─ ele gira a chave na ignição e dá partida.

Ligo o rádio pra descontrair um pouco, tocava uma música eletrônica na rádio, fiquei olhando a paisagem pela janela e me acalmando do susto de agora pouco.

Não me assustei pelo soco, mas sim pela reação de Bruno, e fiquei certamente preocupada de acontecer um problema maior.

─ Ei ─ sinto seus dedos quentes se enrolando nos meus. ─ Tá tudo bem.

Percebo que estamos no sinal vermelho, por isso ele toca minha mão.

─ Tá tudo bem, isso não vai mais acontecer ─ garante de forma segura.

Eu apenas suspiro.

Paramos em um restaurante em Copacabana mesmo, era bem perto da praia. Fomos pro espaço climatizado e sentamos na mesa reservada, ele ficou ao meu lado.

Fizemos nosso pedido logo em seguida.

─ Como foi a escola? ─ indaga tentando tirar aquele clima todo.

─ Como sempre... e o trabalho?

─ Um tédio, não vejo a hora de chegar próxima semana ─ ele estala a língua.

─ O que vai ter? ─ pergunto curiosa.

─ Vou pro tribunal defender, com um juíz mega poderoso... Sebastian Guimarães, já ouviu falar? ─ ele diz animado e certamente ansioso.

─ Acho que sim, tá confiante?

─ Sim, sim... ─ diz me olhando. ─ Hoje Vivian veio se desculpar comigo... mandou mensagens com aquele drama todo e desculpei ela.

Paraísos PerdidosWhere stories live. Discover now