Vamos cantando e dançando estranhamente durante a viagem, Bruno me fez ouvir rock antigo, e eu até gostei de Scorpions. Eu usava sua caixinha de óculos como microfone pra cantar "Always Somewhere de Scorpions" nós dois cantávamos juntos.
─ Always somewhere miss you where I've been I'll be back to love you again... ─ Bruno canta com seu inglês perfeito e piro no solo da guitarra.
─ Bem... pausa pra comer algo ─ ele diz abaixando o som e tirando o boné que ele tinha da minha cabeça. Estraga prazeres.
Ele estaciona em uma lanchonete que estava até cheia e saímos, ajeito meu cabelo que estava bagunçado por conta dos movimentos que fazia com a cabeça quando escutava o solo.
O tempo estava meio nublado, coisa difícil. Fui andando do lado de Bruno mas quando foi pra atravessar ele estendeu a mão.
Olhei pro mesmo incrédula.
─ Não vou segurar sua mão ─ digo olhando a avenida meio movimentada.
─ Claro que vai... criança tem que andar de mão dada ─ me zoa.
Cruzo os braços e me emburro. Ele me abraça de lado e beija meu rosto, meu coração se acelera cada vez que ele faz isso. Demonstra carinho.
─ Vamos lá, tô com fome pra merda.
Ele estende a mão e rolo os olhos segurando em sua mão quente e áspera, vamos de mãos dada até a lanchonete, muitas pessoas olham pra nós dois mas nem ligamos. Na verdade, não é pra nós dois e sim pra Bruno. As mulheres então...
Abracei ele de lado e encarei elas, dei um sorriso forçado e fomos procurar uma mesa pra gente. Sentei do lado dele e uma mulher veio trazer o cardápio.
─ Uma porção de batata, dois hambúrgueres, uma salada e dois sucos... ─ ele fala e ela anota tudo prestando atenção nele. ─ Quer suco de que, amor?
─ Cupuaçu com leite, amor ─ digo e a garçonete meio que revira os olhos.
─ Quero o mesmo ─ ele diz retirando o óculos escuro e se espreguiçando.
A garçonete sai dali sorrindo pra Bruno. Abusada!
─ Odeio esse tipo de mulher que dá em cima ─ ele comenta baixo.
─ Ela estava se insunuando, mal sabe ela que tinha feijão no dente dela.
Ele ri.
─ Boba ─ puxa meu nariz.
─ Idiota ─ dou língua.
─ Esse idiota te deixa louca ─ coloca a mão na minha perna e vai subindo mas retiro dali.
─ Para, estamos em uma lanchonete!
─ Tô nem aí ─ ele pega um guardanapo fazendo um aviãozinho de papel.
─ Bruno... vejo que você não é muito de beber, nem de participar muito das resenhas dos meninos, por quê? ─ pergunto após um tempo curiosa.
─ Porque eu era alcoólatra, pior que Arthur, eu bebia dia e noite, bebia muito, trocava água por vodca ─ ele suspira. ─ Vivian me ajudou a parar, foi bem no início do nosso namoro, pensei que nunca conseguiria, mas hoje, coloco álcool na minha boca sem sentir o prazer imenso que sentia antes.
─ Vivian foi uma pessoa importante pra você, não é?
─ Foi, não vou mentir. Amei ela como nunca amei ninguém... mas infelizmente parece que isso foi pouco pra ela.
─ E ainda sente algo por ela? ─ pergunto olhando pros meus dedos.
─ Não. Eu esqueci... sou bom em esquecer pessoas ─ pisca.
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Paraísos Perdidos
Teen FictionLara Miller é uma adolescente de dezesseis anos que vê sua vida virar de cabeça para baixo após ter que morar com seu primo universitário e seus quatro amigo irresistíveis. Lidando com problemas pessoais e tentando lidar com sua fase adolescente, La...