Capítulo 52.

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Acordo no outro dia morta de dor de cabeça, o despertador parece tocar dentro da minha cabeça, estou morta de sono mas é a vida. Preciso fazer a prova hoje.

Tomo um banho, me enxugo e visto a calça da escola normal, e a blusa, faço uma maquiagem pra disfarçar a cara de ressaca e calço o vans. Dou um beijo de bom dia em Arthur e pego minha mochila indo pra cozinha.

Léo está no balcão lendo jornal, o abraço por trás e beijo seu rosto indo tomar café da manhã, meu estômago ardia só de fome. Comi um bolo de goma, pão com presunto e queijo e suco. Depois escovei os dentes rapidinho e passei um pente nos meus cabelos e os amarrei em seguida.

Léo colocou uma camisa e pegou as chaves do carro, ele estava só de cueca box e camisa. Quando íamos saindo, Bruno surgiu com uma toalha enrolada na cintura, o observei caminhar até o bolo e tirar um pedaço, ele me olhou, eu o olhei. Mas virei a cara, a cena deliciosa dele enrolado na toalha com o torso molhado e as gotas deslizando por seu corpo delicioso ficaram como um marco em minha memória. Fechei a porta com tudo e fui pro elevador.

─ Briga? ─ pediu o elevador de serviço.

─ Aham ─ dou de ombros segurando minha mochila.

─ Por quê? ─ indaga curioso.

─ Porque não dá certo ─ suspiro olhando pros meus pés.

─ Claro que dá ─ diz após um tempo. ─ Só basta fazerem dar certo.

─ Esse é o problema, Léo ─ o elevador se abre e saio segurando a mochila por uma alça só. ─ Não fazemos dar certo.

Ele fica calado e entro em seu carro, coloco os fones pra evitar uma conversa que não queria iniciar.

Quando chego na escola me despeço dele com um beijo no rosto e vou pra aula.

***

Os horários voam praticamente, e não consigo prestar atenção nas aulas porque estou focada em Bruno. No que aconteceu ontem e como estava abalada por isso, será que ele não sente nada por mim?

Será que ele só me usou? Que só quis sexo comigo e nada mais? Ah, mas que burra eu sou. É óbvio que ele queria só isso, deixou claro no princípio, mas eu me apaixonei.

Eu não sabia o que fazer daqui pra frente, é tão ruim gostar de alguém e não ser recíproco. Era tão ruim estar apaixonada, só queria poder não ter dado início nisso tudo, só queria ter desistido dele enquanto dava tempo. Eu fui idiota em acreditar que nosso amor e ódio eterno seria recíproco.

O intervalo bate e pego meu celular checando as mensagens, não havia nenhuma, e geralmente nesse horário ele já estaria me indagando se já comi e pedindo foto da comida pra comprovar. Só de pensar um sorriso bobo brota em meus lábios, mas desaparece quando meus pensamentos voltam à situação atual.

Compro um lanche e vou me sentar no pátio, onde o pessoal ficava conversando, mas me sento meio afastada, fico revendo minhas fotos com ele no celular, e sinto meu nariz arder. Por que tinha que ser tão difícil? Por que ele ainda não falou nada? Ele iria me ignorar pra sempre? Tais perguntas circulavam minha mente de forma incessante.

Eu comia olhando pro nada, até que Júlia se sentou na minha frente. Ela mastigava um pedaço de picanha e segurava na mão outro pedaço enorme, as pessoas olhavam pra ela.

─ Onde conseguiu essa picanha? ─ pergunto bebericando meu suco de goiaba.

─ Papai assou ontem... acha mesmo que vou dar três reais em uma coxinha? Nem que a vaca tussa! ─ ela bufa.

Paraísos PerdidosWhere stories live. Discover now