Capítulo 44.

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De noite, após ir na praia, ele quis pra irmos jantar fora mas eu quis ficar em casa com ele comendo pipoca, sorvete e nosso bolo gostoso

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De noite, após ir na praia, ele quis pra irmos jantar fora mas eu quis ficar em
casa com ele comendo pipoca, sorvete e nosso bolo gostoso. A gente tomou um banho juntos pra tirar o sal do corpo e o protetor solar que Bruno me obrigou a passar. Depois só vesti uma calcinha e uma blusinha do pijama e me deitei com ele, nós decidimos assistir um filme de terror.

Era a melhor sensação ficar ali, só eu e ele, nós dois abraçados e assistindo. Eu sentindo seu cheiro delicioso e seu calor que me dava um conforto indescritível.

Eu estava quase pegando no sono ali, mas ele ficava comentando cada parte do filme e brigando com os personagens.

Eu não levei muito susto, até porque fingia estar assistindo mas ficava de pálpebras fechadas com a cabeça sobre o peito de Bruno.

Quando o filme finalmente terminou Bruno me chamou pra jogar vídeo game, e eu coloquei uma meia já que o tempo estava frio e uma camisa larga dele. Ele ficou apenas de calça moletom.

Fomos pra sala e ele ligou o xbox colocando "Doom - a porta para o inferno".

─ Vamos fazer uma aposta? ─ ele me olha antes de dar play no jogo.

─ Qual? ─ arqueio a sobrancelha.

─ Quem matar mais monstros têm direito à um pedido.

─ Ok! ─ me acomodo no sofá segurando firme o controle.

─ Espero que não tenha medo de monstros rastejantes com os órgãos de fora e muito sangue ─ ele faz uma voz grossa e "assustadora", me faz cócegas e acabo gargalhando.

─ Não tenho medo. Arthur me fazia jogar essas coisas com ele quando tinha sete/oito anos ─ explico.

─ Então qual seu medo, senhora ranzinza? ─ pergunta me olhando.

O analiso, sua mandíbula quadrada e perfeita, os olhos cor de mel brilhantes meio que alaranjados, os lábios bem desenhados, o nariz fino e reto, a barba marcada em seu rosto por fazer, tudo nele era lindo e harmônico, e me dava aquele tique no coração.

─ Meu medo? ─ ele consente com a cabeça. Faço um ar pensativo. ─ Beber de novo e ter fotos e vídeos meus espalhados por aí.

Ele fica em silêncio e olha pra frente trincando a mandíbula.

─ E você? Qual seu medo? ─ pergunto afim de quebrar aquele clima que eu mesma havia formado.

─ Meu medo? Bom... ─ coça a cabeça e deixa escapar uma risadinha. ─ Acho que é ser abandonado e esquecido, e também tenho medo de ficar sozinho.

Eu me aproximo dele e entrelaço nossas mãos, o beijo na bochecha.

─ Você não está mais sozinho ─ sussurro e o mesmo ri.

Solto sua mão para enfim podermos jogar.

O jogo era muito louco, tínhamos que andar por um hispital no espaço lotado de monstros e zumbis deformados, eu matava todos que via pela frente e Bruno também. Eu estava na frente de Bruno, mas em certa parte eu vacilei e veio dois monstros a cima de mim. Resultou que eu morri e Bruno venceu.

─ Você é péssima nisso também, lerda! ─ ri pelo nariz.

─ Qual seu pedido? ─ me debruço no sofá.

Ele me manda esperar e dá uma corridinha até a cozinha onde desaparece. Ele fica por uns dois minutos na cozinha e o espero fazendo circulos em minha coxa e quase caindo de sono.

Ele regressa até a sala com uma garrafa de vinho e duas taças na mão. Dou um sorriso e coloco a mão no rosto.

─ É um da coleção do meu pai... peguei quando fui embora de casa, é bem antigo, mas é aquele ditado: quanto mais velho, melhor.

Ele se senta ao meu lado e coloca o vinho em uma taça pra mim.

─ Bruno... ─ choramingo. ─ Quer me ver chorando é?

─ Não, você não vai chorar, eu não vou deixar isso acontecer ─ ele toca meu rosto e acaricia minha bochecha.

Dou um sorriso nervoso e fico meia em dúvida de beber ou não.

─ Lara, quem está te dando esse vinho sou eu, acha que vou fazer algo contra você? Eu só quero te ajudar à superar esse medo.

Eu pego a taça meio na dúvida, e levo nos lábios bebericando o líquido doce e gostoso. Ele também bebe do vinho. Coloca uma música baixa pra tocar enquanto bebemos.

Nós conversávamos sobre qualquer coisa, e gargalhavamos de nossas histórias compartilhadas. Dentro de minutos já estava em minha terceira taça, mas ao contrário do que me aconteceu no dia em que Ruan me ofereceu bebida, eu me sentia em segurança, me sentia bem na companhia de Bruno e meu consciente estava tranquilo. Sabia que ele não iria fazer nada comigo.

─ Já te contei que quando estava no Canadá eu fugi do internato? Eu e um amigo chamado Caio, mas ele era muito certo, muito certo mesmo. A gente bolou o plano por dois meses, ele também era inteligente, pegamos a chave da professora de letras após eu dar uns beijos nela... ela era gata, sério. O primeiro lugar que fomos foi em um cassino, eu tinha dinheiro na conta, ficamos loucos lá, muita droga e bebida, mal sabíamos quando era dia ou noite ─ ele contava e eu só sabia rir. ─ Passamos uma semana fora do internato, meu pai estava louco, havia mandado polícia e todo o inferno atrás de mim. Sou filho único, apesar dele nunca ter me amado mas ele precisa de um herdeiro. A gente se perdeu depois que saímos do cassino, e nossa, foi bem doido, fomos confundidos com drogados e passamos a noite na prisão, meu pai foi do Brasil até o Canadá fervendo de raiva comigo. Mas valeu à pena...

Eu gargalho histérica da história dele, Bruno é idiota. Quem foge e fica uma semana em um cassino?

Eu coço os olhos e bocejo, o álcool do vinho já havia surgido efeito em mim. Estava meio tonta, sentia minhas pernas dormentes e minha visão embaçada.

Bruno vê meu estado e me leva pro colo dele me confortando e beijando minha cabeça.

─ Quer ir pra cama? ─ eu apenas concordo com a cabeça e ele se levanta me agarrando nos braços, vamos nós dois cambaleando pelo corredor até o quarto.

E nos jogamos juntos na cama também rindo.

Eu tirei a camisa que usava e fiquei somente de meia, minha vista estava meia embaçada e eu sorria muito do nada.

Me virei e montei em cima de Bruno que estava deitado ao meu lado, passei meus dedos por seu abdômen beijando seu peitoral, ele arfou e sorriu. Fui fazendo uma trilha de beijos de seu peitoral até seus lábios, onde os beijei com prazer. Eu os mordisco e ele ri dentre o beijo, deito sobre ele enquanto o beijo. Ele segura em minha nuca de leve, nós sorriamos inebriados.

Ele tocou minha pele com a ponta de seu dedo trilhando caminhos por minha barriga, meus seios e meu busto. Eu arfava ao seu toque delicado, era como se eu fosse frágil e seu maior medo fosse me machucar.

Eu volto a beijar sua boca de modo lento e dou término ao beijo com dois selinhos molhados.

─ Quer fazer isso? ─ ele pergunta quando eu começo a me mexer em seu colo.

─ Quero ─ digo certa disso.

E então Bruno se levanta e se senta ainda me deixando sobre seu colo, ele pega por minha nuca e beija meu pescoço delicadamente, me arrepio. Ele continua me beijando e tocando meu rosto e cabelo com cuidado.

Me deito na cama e ele deita por cima de mim, nossos corpos se enroscam em sincronia perfeita.

Eu me sentia segura, me sentia bem. E queria mais que tudo fazer aquilo... com ele. Meu idiota, meu brutamontes petulante, minha paixão e meu paraíso.

E naquela noite compartilhamos nossos paraísos interiores, naquela noite eu soube que estava completamente apaixonada por Bruno Rocco. Um advogado metido e insuportável. O meu amor.

Paraísos PerdidosWhere stories live. Discover now