Oito - Festa e Outros Problemas

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-Quer atender a porcaria do seu noivo e dizer para ele parar de me ligar?! – Imogen adentrou o dormitório sem nem sequer bater na porta, chacoalhando o telefone celular.

Eu estava sentada na penteadeira, indecisa entre um batom vermelho sangue e um nude rosado sem graça, sem qualquer ideia para combinar com meu vestido vermelho sangue colado ao corpo. Casey acabava de sair do banheiro, enrolada em uma toalha.

-O que está acontecendo? – perguntou minha colega de quarto, desconfortável, apertando mais a toalha contra o corpo.

-Essa é Imogen, minha amiga mal educada. – apresentei.

-Prazer. – Imogen abriu um sorriso forçado para ela, e voltou a atenção para mim novamente, sem esperar por uma resposta – Se quiser atender sua mãe também, seria maravilhoso! Ela me ligou umas cinco vezes hoje. Eu disse "Linda, acho que Maddy está ocupada com o início das aulas, ela logo deve ligar para você", mas ela insistiu. Queria saber sobre o casamento, enrolei o quanto pude, mas da próxima vez, terei que ser grosseira...

-Não quero falar com nenhum dos dois, lide com isso por mim, Imogen.

-Vou mudar meu número de celular. – ela apontou o indicador na direção de meu nariz, ameaçadora – Se eu tiver que me incomodar a esse ponto, teremos problemas, você e eu. E você sabe que gosto da sua mãe, mas não tenho problema algum em mandar Trevor tomar no meio do-

-Ok, já entendi! – ergui as mãos em derrota, no mesmo instante em que o celular dela começava a vibrar e mostrava o nome de Trevor no visor.

Ela bufou irritada e jogou o aparelho em minhas mãos.

-Atenda! – ordenou, então cruzou os braços e ficou me encarando.

Imogen poderia ser bastante persuasiva quando queria. Meu estômago afundou de nervoso e eu respirei bem fundo antes de apertar o botão verde na tela e aceitar a ligação de Trevor. Tinha os olhos de Casey bem atentos a cada movimento meu.

-Pare de incomodar Imogen, Trevor, ela já está me ameaçando. – foi o que eu disse, ignorando a parte em que eu deveria dizer um 'alô' cordial.

-Foi o único jeito que eu encontrei de fazer você falar comigo. Sabia que ela se encheria e a obrigaria a me atender. – a voz dele estava mais serena, embora sentisse certo ar de empáfia por trás de suas palavras.

-Já atendi, agora pode falar.

-Ainda está brava comigo?

Olhei para Casey antes de responder. Ela ainda estava parada no meio do quarto, de toalha, me olhando como se eu fosse um programa de televisão muito interessante.

-Estou.

-Estou com saudades, preciso de te ver, você não pode ficar brava comigo eternamente.

-Não vou, Trevor, já disse quando é que vai passar, e pode começar com você me pedindo desculpas sinceras. – quase sussurrei a última parte, esperando que minha colega de quarto enxerida não ouvisse.

Imogen de repente estava ao meu lado, como uma guarda-costas, muito interessada no que eu diria. As mãos pousadas na cintura fina coberta por uma saia preta plissada, os Laboutin igualmente pretos batendo no chão.

-Mad...

-Não tem Mad, Trevor, tem atitudes.

-Tudo bem, podemos jantar hoje à noite? Para que eu possa pedir desculpas apropriadamente? – ele pediu, e, pela primeira vez desde que atendi a ligação, parecia muito próximo daquele Trevor que eu conhecia, aquele de antes do início da campanha política.

Desvio de CondutaWhere stories live. Discover now