Trinta e Três - Coração e Outros Problemas

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Linda King-Turner (minha mãe);

Alan Turner (meu pai?);

Patrick King (meu avô);

Trevor James Williams II (pior homem que passou pela minha vida);

Hayden Collins (pior homem que passou pela minha vida 2);

E, finalmente:

Mason Dylan Carter (o deus grego, o agente do FBI, o Dylan Campbell que nem sequer existia de verdade).

A lista de pessoas com quem precisaria ter uma longa e profunda conversa repassou em minha mente como um mantra, enquanto o elevador me levava da cobertura do professor Vidal para a segurança do andar térreo. Onde não havia revelações para evidenciar o quanto minha vida era uma farsa. Onde não havia motivos para me decepcionar com as pessoas que achava serem as mais importantes da minha vida.

Ainda que a lista fosse longa, naquele instante, quando cheguei à calçada e o vento frio da manhã fez meu corpo estremecer, eu só queria confrontar uma daquelas pessoas, porque, ao lado da minha mãe, que estava a alguns quilômetros de distância, seria a que mais partiria meu coração se tivesse alguma ideia de que meu verdadeiro pai não era quem eu achava que era.

Que meu verdadeiro pai era Anthony Muñoz, o grande chefe da máfia da Costa Oeste, traficante de drogas e pessoas, ladrão, bandido, pessoa muito, muito ruim, embora, por fora, aparentasse ser um cavalheiro e, quando falou, tenha soado como o pai mais amoroso e atencioso que uma garota poderia querer.

Especialmente uma garota que enfrentou inúmeros problemas na adolescência porque era inexplicavelmente rejeitada pelo homem que achava ser seu pai.

Sabia que estava atordoada, em razão da junção de milhões de circunstâncias desfavoráveis que me atingiram no dia anterior, mas estava decidida, assim que cheguei ao meu carro, ainda estacionado a uma quadra do prédio, a fazer o que tinha que fazer de uma vez. Porque tinha plena certeza de que não conseguiria continuar vivendo se não colocasse Dylan Mason contra a parede. Havia muito a ser digerido, a ser considerado, a ser esclarecido. E a hora finalmente tinha chegado para ele. Não havia mais espaço para mentiras entre nós, para segredos, para o que quer que o FBI estivesse planejando.

Eu não tinha intenção de ir para a aula, apesar de ainda ser terça-feira e a semana de provas já iniciasse na próxima segunda-feira. Obviamente minha cabeça não estaria na aula de vitimologia, mas no meu colega de classe, que provavelmente estaria sentado ao meu lado, e no quanto ele sabia sobre mim que nem eu mesma sabia.

Por isso, quando cheguei ao campus da Universidade, fui direto ao meu quarto. Casey não estava mais lá, porque faltavam apenas cinco minutos para o início da aula. Sua cama estava arrumada, assim como a minha, intocada desde o dia anterior. Peguei o celular e enviei uma mensagem para Dylan Mason, dizendo que precisava falar com ele no meu dormitório URGENTEMENTE.

Não esperei por uma resposta, fui direto ao banheiro. Precisava de um banho, para livrar meu corpo dos resquícios da noite anterior. Do toque do professor Vidal em minha pele, que tinha me marcado, tinha enlouquecido meus hormônios e cumprido todas as promessas silenciosas de que eu teria, sim, uma boa foda, como ele dissera.

Quando pensei nele, lembrei de que estava muito ferrada, porque tinha sido maravilhoso, mas ele era, comprovadamente, um maldito mafioso, o braço direito de meu "pai", como sempre desconfiei... Como poderia repetir aquela noite? Como poderia passar por cima de todos os meus princípios em troca de um orgasmo de fazer os olhos revirarem nas órbitas?

Desvio de CondutaWhere stories live. Discover now