Dez - Sex Appeal e Outros Problemas

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Uma coisa eu havia aprendido naquela noite: nada de misturar tequila, com champanhe, com cerveja.

Com body shots.

Com Dylan Campbell.

Não, não. Péssima maneira de se entorpecer. Era perigosa e a dor de cabeça que causava no dia seguinte seria quase insuportável. Também traria consequências com as quais eu talvez não pudesse lidar, muito embora, no momento da embriaguez, tivesse jogado de lado como se não fossem nada.

Uma hora antes...

-Você é uma pessoa muito curiosa, senhor Dylan Campbell. – comentei distraidamente, enquanto caminhávamos lado a lado pela rua.

Ele me levava até em casa, porque eu não estava em condições de voltar sozinha. Imogen havia sumido da festa, Aaron também e, mesmo bêbada, era capaz de ligar os pontos e concluir o que provavelmente eles estavam fazendo. Eu não queria interrompê-los.

-Por que acha isso, senhorita Turner? – Dylan perguntou.

Havia um sorriso divertido em seus lábios desde o momento em que aquele body shot havia sido sugerido. Então realizado. E mesmo depois dele, quando eu mal consegui levantar da mesa sem ajuda, hiperventilando que estava. Meu coração ainda sentia os efeitos daquela que havia sido uma das coisas mais eróticas que aconteceram em minha vida.

Na verdade, Dylan Campbell era uma das coisas mais eróticas que aconteceram em minha vida, ele só precisava respirar.

Não pude deixar de notar, inclusive, que usou o mesmo termo que o professor Vidal gostava de aplicar quando falava comigo. Se de propósito ou não, não sabia, mas eu gostei. Muito. Porque a ideia de juntar Dylan Campbell e o professor Vidal em uma única pessoa era tão tentadora e obscena que deveria ser proibida.

-O senhor decidiu, no instante em que se sentou ao meu lado naquela primeira aula de Direito Constitucional, que me seduziria. Até aí tudo bem. – gesticulei, efeito da bebida, claro – Então você foi lá e me ajudou com aquele bando de bregas na rua no outro dia. E depois quis me chamar para um café. E mesmo sabendo que eu tenho um noivo – frisei de um modo bastante dramático essa parte, arrancando de Dylan uma risada gostosa – Continuou a tentar me seduzir. Até aí tudo bem. – repeti novamente, sem ter ideia do que realmente estava falando. Não deveria deixar o álcool assumir o controle de minha boca, mas já era tarde para ponderar isso – Então você tem a chance de me beijar, e a desperdiça assim... – meus braços balançaram no ar, indignados como eu. – O que me leva a questionar: o que você quer, afinal, senhor Dylan Campbell?

Fui impedida de continuar andando pela mão dele que segurou a minha. Aquela maldita corrente elétrica que passava por meu sangue e ativava o nível máximo de batimentos em meu coração foi instantânea. Dylan me puxou até que ficasse, pela terceira vez naquela noite, frente a frente com ele. Próxima, muito próxima de seu rosto. Se eu ficasse na ponta dos pés, poderia, finalmente, dar aquele maldito beijo de uma vez e continuar com a minha vida sabendo que desfrutei daquele pequeno, porém muito necessário, prazer.

Quando as mãos dele envolveram todo o meu rosto, um suspiro escapou por meus lábios. Os olhos azuis, aqueles malditos olhos azuis, prenderam os meus sem qualquer esforço. Eram intensos, escurecidos, dominados de uma seriedade que eu definitivamente não esperava para o momento. Havia luxúria também, mas eu desconfiava a essa altura de que ele era feito de luxúria vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana.

-Não era o que eu buscava quando entrei na sala naquele primeiro dia de aula, porém bastou colocar meus olhos em você pela primeira vez, e tudo mudou, Madison. – ele sussurrou, inserindo-nos naquela sua bolha mágica da sedução – Eu não esperava me sentir do modo como me senti, mas a partir de então, tudo o que eu consigo pensar é em você.

Desvio de CondutaWhere stories live. Discover now