Treze - Estágio e Outros Problemas

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Dylan, Dylan, Dylan, DYLAN, D-Y-L-A-N, dylan, Dylan...

Dylan me jogando na parede, Dylan puxando meu cabelo, Dylan pressionando seu quadril contra o meu (o volume absurdo entre as pernas de Dylan), Dylan me beijando, Dylan chamando minha língua de sua, Dylan reivindicando minha alma para ser levada ao inferno junto da sua. Ou ao paraíso. Dylan parecia ter a chave dele guardada em sua calça, entre as pernas...

Desviar sua conduta...

Era muito difícil não pensar o tempo todo nele quando tudo o que ele queria fazer era desviar minha conduta. Ah, eu queria. Queria muito que ele desviasse minha conduta e qualquer coisa mais que pudesse ser desviada. Estava disposta a qualquer coisa. Mal conseguia conter a excitação que suas poderosas palavras me causaram... Tão ansiosa por isso que me pegava, às vezes, apertando as coxas, uma contra a outra, em busca de alívio para as fantasias que minha mente, com invejável maestria, criava...

Assim, tudo sobre mim parecia girar em tordo de Dylan maldito Campbell.

Uma merda.

Senti-me uma porcaria de uma adolescente de hormônios descontrolados, não uma mulher com objetivos bem claros na vida: advogada militante dos direitos humanos formada em Harvard, primeira da classe, Washington, me aguarde.

Logo na segunda semana de aula não tinha nada sobre a segunda emenda à Constituição norte-americana na minha cabeça – aula sobre a qual o professor tagarelava lá na frente -, mas sobre Dylan... Sobre Dylan tinha tudo. Sabia cada mínimo aspecto sobre a boca de Dylan que havia para saber, de cor e salteado. A segunda emenda? Mal sabia do que se tratava – armas, alguma coisa a ver com armas? -, mas da língua de Dylan recordava a maciez, da boca o tamanho dos lábios, o gosto... Era de tequila e limão. Amava tequila e limão a partir daquele momento.

Claro que ele foi embora novamente depois de me beijar. Estava virando uma tortuosa rotina. Especialmente porque demonstrava que, do round 2, ele já era o primeiro vencedor. E eu precisaria fazer alguma coisa para equilibrar aquela disputa. Deixar de lado a menininha encantada, despertar em mim a mulher fatal que nem sabia existir, e, principalmente, parar de pensar em homem durante a aula, porque o Direito Constitucional não se ensinaria sozinho na minha cabeça. Dylan não me faria passar no exame da ordem, de modo que o senhor Kensington, naquele quesito (e apenas naquele), tinha uma vantagem considerável sobre meu colega de classe.

Com esse pensamento em mente, foi mais fácil ignorá-lo nas aulas seguintes. Mantive-me firme, inclusive, quando o horário do almoço chegou e Imogen se juntou a mim no refeitório. Sentamos em uma mesa dupla, assim nem Aaron, nem Dylan, teriam espaço para se juntarem a nós. De qualquer modo, nenhum dos dois apareceu no refeitório, então a medida se mostrou bastante inútil. Por outro lado, foi útil porque, novamente, usamos nosso tempo para falar de amenidades e da vida das celebridades, especialmente sobre o abdômen do Adam Levine e o almoço passou com tranquilidade.

Aquele era o primeiro dia de estágio no escritório do professor Vidal. Seria mais um motivo para manter minha mente trabalhando no que deveria me interessar, contudo Dylan também faria parte disso, de modo que teria que esforçar em dobro para manter a mente sã. A verdade era que ainda não tinha uma estratégia boa o suficiente para colocar em prática no round dois, uma que o fizesse ficar de quatro por mim, implorando pelo meu beijo, meu toque, motivo pelo qual entendi que era melhor me manter distante. De qualquer modo, ainda não havia terminado com Trevor, outra razão para ficar o mais longe possível.

Peguei meu carro pela primeira vez desde que chegara a Cambridge. Nada chamativo como o Mini Cooper vermelho de Imogen, meu New Beetle preto conversível (talvez um pouco chamativo). O GPS me levou ao prédio em que ficava o escritório do professor Vidal, não tão distante quanto achei que seria. Um quilômetro ou dois de distância, mas que seriam dificultosamente percorridos de salto alto e saia justa. Não soube o motivo, porém, naquela manhã, decidi que seria um bom dia para sair muito bem arrumada.

Desvio de CondutaWo Geschichten leben. Entdecke jetzt