Vinte e Seis - Como Seduzir o Professor Vidal e Outros Problemas (Parte 1)

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Depois de experimentar o poder, não sabia pensar em outra coisa. Culpa da minha recém-descoberta ousadia, que fez nascer a femme fatale, cada dia mais faminta. E o prato favorito era um só, único interesse: Mason Dylan Carter. Muito embora devesse estar mais preocupada com as provas que se aproximavam, com o trabalho de Direito Constitucional que estava atrasado, até mesmo com o caso que me fora designado no estágio na semana passada, minha cabeça, rebelde que estava, achava muito mais interessante maquinar planos mirabolantes de sedução.

Porque, bem, novamente, o gostinho do poder era bom demais, estava viciada. E não era um poder qualquer, de um mestre sobre um servo submisso. Não. Era o de uma mulher que sabia o que queria, e faria o necessário para ter. Não era uma relação de poder baseada no medo, mas no respeito. Dylan respeitava minha condição, e parecia estar bastante disposto a entrar naquele jogo. Era muito melhor quando dois jogavam, com certeza.

A verdade era que, ante minha situação, as provas, o trabalho de Constitucional, e até mesmo o caso do estágio (um moleque mimado que estava encrencado por ter dado um soco no professor de matemática), eram questões que poderiam ser postergadas para análise posterior.

Além de ter que lidar com o fogo no meio das minhas pernas, tinha milhares de questões mafiosas rondando minha cabeça. Repassei todas as informações arrancadas de Trevor e Dylan durante todas as horas seguintes do final de semana, e não consegui concluir muito mais do que já tinha concluído. Porque achava que as novas respostas de que precisava, talvez estivessem com o professor Vidal.

Por que outro motivo ele praticamente me induziria a um encontro com Anthony Muñoz? Por que outro motivo ele diria que não tinha nada a ver com Anthony Muñoz quando, claramente, tinha absolutamente tudo a ver com o grande chefe da máfia da Costa Oeste? Ele guardava algo grande, sim, e por isso era o novo caminho que precisava seguir para finalmente atingir o fim do túnel misterioso. E evitar que mais alguém fosse baleado. E afastar de uma vez a porcaria do FBI do meu pé. Só precisava incorporar a Madison Fatale também com o professor no momento certo.

Diante dos claros olhares e sorrisos de interesse que ele me lançara desde a primeira vez em que o vira, não havia dúvidas de que a melhor forma de arrancar as informações que queria, era essa. E a não ser que ele fosse um homem de princípios absolutamente inabaláveis (o que eu não tinha tanta certeza), abriria a boca e me contaria o que eu queria saber. Talvez ele até mesmo quisesse me falar alguma coisa, talvez até mesmo estivesse esperando o meu movimento, e que ele fosse um movimento desse tipo, então daria esse pequeno prazer a ele. Especialmente porque tinha uma enorme curiosidade sobre diversos aspectos de seu ar misterioso latino. Como bem disse Imogen uma vez: team Dylan durante a semana, team professor Vidal aos finais de semana, porque ninguém é de ferro.

Enquanto não tinha a chance de arrancar informações do professor Vidal, entretanto, treinaria com Dylan, concluí assim que adentrei a sala de aula na segunda-feira de manhã. Isso porque não havia homem na face da Terra que me fazia eu me sentir tão poderosa quanto ele, pois era capaz de causar uma explosão de hormônios dentro de mim com um simples sorriso de canto. Queria seduzi-lo, porque queria ser tudo em que pensava, queria dominar cada centímetro seu, ser a causa e consequência de todas as suas ações. O tipo de sensação que antes jamais havia feito parte de mim, uma pequena obsessão que tinha prazer em carregar comigo.

Ele estava sentado em seu lugar, tão lindo, tranquilo, relaxado, que concluí estar pronto para se tornar vítima mais uma vez das minhas peripécias. A ameaça dele ainda estava viva em minha mente, era claro. Teria volta. Eu o deixara na mão no grande momento da noite, a maior maldade que poderia cometer com ele, depois das mentiras que me foram contadas durante todos aqueles meses. Embora soubesse que a questão era apenas uma consequência de sua situação como agente infiltrado do FBI, eu ainda assim havia sido vítima de uma mentira, e meu ego ainda não aprendera a lidar com isso. Não me arrependeria jamais da pequena vingança. Ele que tentasse me superar. Só tornaria as coisas ainda mais interessantes.

Desvio de CondutaWhere stories live. Discover now