Quinze - Madison Fatale e Outros Problemas

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Pernas bambas. Falta de ar. Membros adormecidos. Pensamentos embaralhados.

Eu poderia estar prestes a ter um ataque cardíaco, mas era só o efeito do orgasmo de Dylan Campbell, o vencedor do round dois.

Maldito deus grego. Maldito dia em que o deixei sentar ao meu lado na aula de Direito Constitucional. Maldito o dia em que respondi para ele que dia era. E que o deixei ver minhas anotações e rir delas. Que o deixei fazer um body shot em mim. Então que o deixei me beijar. Que tive a pachorra de desafiá-lo. Sabia que, no fundo, não tinha em mim a parcela de mulher fatal sedutora necessária para vencê-lo.

A culpa era do body shot, sempre seria.

Eu havia sido derrotada. E havia sido tão fácil para ele... Eu o deixara me tocar, e ele soube onde, então não encontrei um meio efetivo de obriga-lo a lutar um pouco mais. Vergonhoso. Uma vergonhosa derrota.

Contudo, enquanto me recuperava, ainda na biblioteca, de meu estado momentâneo de puro êxtase, tive também uma libertadora epifania. Porque Madison Turner poderia ter sido facilmente seduzida por Dylan Campbell (e que mulher heterossexual em sã consciência não seria?), mas não era mulher de abaixar a cabeça, simplesmente aceitar a derrota, e deixar as coisas como estavam.

Ah, não. Não, não, não. Não mesmo!

Meu orgulho estava profundamente ferido, muito embora meus hormônios parcialmente satisfeitos, e eu não poderia viver em paz enquanto não tivesse virado aquele jogo.

Teria um round três.

E eu seria a maldita vencedora.

Era questão de honra.

Aquele deus da língua e dos dedos mágicos não sairia por cima, nem que fosse a última coisa que eu fizesse em vida. Madison Turner incorporaria a Madison Fatale e Dylan Campbell rastejaria pela chance de tocar mais uma vez aquele espacinho entre minhas pernas.

Ras-te-ja-ria.

Imploraria por mim. Um beijo. Um toque. Uma mordida. Minhas mãos. Minha língua. Tudo.

Na segunda-feira, decidida a iniciar meus planos, vesti meu melhor vestido comportado/sedutor. Justo e curto o suficiente para que ele visse o que precisava ver, sem que eu chamasse mais atenção do que o necessário por não vestir exatamente a roupa mais adequada para a aula. Perto das roupas de Casey Trent, entretanto, a minha parecia feita sob medida para uma freira recatada.

Fiz questão de entrar na sala somente depois que Dylan já estava acomodado. Para ter que, obrigatoriamente, passar na frente dele entre as fileiras apertadas. Para que ele, obrigatoriamente, perdesse longos instantes de sua vida analisando a bunda que não poderia tocar até que implorasse por isso.

Enquanto me apertava entre as pernas esticadas de meus colegas já sentados, concluí que quase não podia reconhecer aquela Madison pensando na minha cabeça. Mas gostava dela, da Madison Fatale. Queria que ela ficasse mais, tomasse o chá da tarde e nunca mais fosse embora, porque a sensação de poder, mesmo que mínima, era maravilhosa. E eu mal havia experimentado. Até ali, resumia-se, apenas, aos longos instantes que Dylan, de fato, perdeu analisando minha bunda passando na sua frente, bem próxima de seus olhos. Inclusive, fiz questão de fingir tropeçar em seus pés (" – Ah, estas porcarias de saltos!" ) para aproximá-la ainda mais dele.

Quando finalmente sentei ao seu lado, percebi que tinha a boca entreaberta, um brilho no olhar especialmente azulado daquela manhã e um projeto de sorriso brincando no canto dos lábios. Estava muito interessado no que vira. Sorri e soltei uma piscadela. Não cedi nada mais do que isso de atenção para ele, contudo. Dylan deveria ceder toda a sua atenção para mim. Cruzei minhas pernas, as coxas à mostra na medida certa e, de imediato, tive toda ela para chamar de minha.

Desvio de CondutaWhere stories live. Discover now