Vinte e Nove - Noivado e Outros Problemas (Parte 1)

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Quando achei que o dia estava acabando, e o conjunto de acontecimentos estranhos e suspeitos tinha chegado ao fim, Hayden estava, pela terceira e inconveniente vez, à minha espera na porta do dormitório. O sangue subiu à cabeça tão rapidamente, que não pensei direito. Ao dar por mim, já tinha caminhado a passos duros na direção dele, meu dedo estava em riste em seu nariz.

— Você só pode estar brincadeira! Não deveria estar preso?

— Eu fugi antes que a polícia chegasse. Trevor não era a melhor pessoa para ser deixada de olho em mim. — deu de ombros, um sorriso de triunfo.

Como se ele fosse o rei da parada.

— Não tem problema, eu chamo Dylan e ele já resolve a situação. Tenho certeza de que dele você não consegue fugir. — meu sorriso foi irônico, o tom de voz também, e ele sentiu a atitude atingi-lo em cheio.

— Ele é seu namorado agora? O que houve com Trevor?

Dei risada. A ironia só aumentou.

— A minha vida não é da sua conta, Hayden. — respondi, virei as costas e fui embora.

Não tinha paciência para mais uma conversa com ele. Não tinha estrutura emocional. Por desencargo de consciência, comecei a discar o número de Dylan.

— Você não deveria me deixar falando sozinho. — Hayden falou.

Parei onde estava. A voz de Dylan falou do outro lado da linha.

— Oi.

— Oi. Preciso de você. — ouvi os passos de Hayden aproximando-se de mim. — Estou na frente do prédio dos dormitórios.

Não tive tempo de ouvir a resposta dele. Hayden tomou o celular da minha mão e desligou. Devolveu-o logo em seguida.

— Que merda acha que está fazendo, Hayden? — quase gritei.

— Quero sua atenção por cinco minutos. Se Trevor tem, o tal Dylan tem, e eles não são nem um pouco confiáveis, também quero ter.

— Eles certamente são muito mais confiáveis do que você.

Ele negou com a cabeça lentamente, as mãos na cintura. O cheiro da jaqueta de couro tão conhecido embaralhou meus pensamentos por um instante. Então eu estava de volta.

— Está enganada. Só quero abrir seus olhos, Maddie.

— Certo. — bufei e o puxei pela mão até que sentasse em um dos bancos de madeira do jardim. Fiquei em pé, para demonstrar quem estava no comando ali — Pode começar a falar.

— Aqui? — ele olhou em volta.

— Não vou a lugar algum com você.

Ele cruzou os braços, descontente com minha atitude.

— Tudo bem. Não quer se sentar?

— Fala de uma vez! Ou a próxima ligação vai ser para a polícia!

— Sem polícia. — ele levantou as mãos na altura dos ombros — Você sabia que Trevor só está com você porque as suas famílias o obrigaram? O casamento precisa acontecer para unir o poder político de vocês. Eles querem eleger Trevor presidente um dia.

— Sim, eu sei.

— E você concorda com isso?

— Não é da sua conta. Se era só isso que tinha para falar, pode ir embora.

— Não, não é só isso. — ele me analisou clinicamente por um momento, provavelmente tentando me decifrar. Não encontraria nada. — Não quer saber como eu sei disso?

Desvio de CondutaWhere stories live. Discover now