Capítulo 71 - O pesadelo realista

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Depois das palavras de Hong Wu, Fai Wen pensou bastante a respeito sobre o dom de seu filho. Era extremamente poderoso para uma criança e caso não fosse controlado, poderia causar catástrofes. Ela tinha essa análise clara pois sabia muito bem que havia seres humanos muito sujos e, caso Fai Chen não se preparasse mentalmente, poderia ter um colapso imenso pela dor da verdade. E isso acabara de acontecer quando Fai Chen viu as brigas internas entre sua mãe e pai. Visto isso, Madame Fai se recusava a deixar seu filho sofrer novamente. Entretanto, os problemas entre o casal do clã Fai, começaram a piorar ainda mais quando a mulher contou sobre o dom de seu filho ao marido.

Fai Xin já queria treiná-lo para a guerra, na qual poderia usá-lo como um recurso de saber os verdadeiros locais de restabelecimento dos inimigos. Já Fai Wen, gostaria de treiná-lo para ajudar as pessoas à soltarem seus medos, se tornando livres dos pesadelos que corroem suas almas.

Mas quem ditava as regras a serem seguidas era sempre seu marido. Então, sua ideia foi negada e o homem a obrigou treinar Fai Chen para as guerras, ensinando-o as frases certas para descobrir territórios dos prisioneiros, os tipos de métodos de tortura, as armas e muito mais. Como Fai Wen estava grávida pela segunda vez, não ousou aumentar a voz contra seu marido e apenas aceitou.

O começo do treinamento foi aos 6 anos. Fai Wen entregou diversos livros militares para Fai Chen. O pequeno estava certo que poderia ajudar seus pais no futuro, mas sua felicidade estava longe de ser alcançada. Ele não gostava da guerra e muito menos da ideia de participar da mesma.

Tinha medo.

Sendo assim, quando sua mãe viu seu olhar entristecido lendo um dos livros propostos, ela sentou ao seu lado e teve uma ideia: Fai Chen estudaria sobre a guerra e sua manipulação, porém, nas horas livres e que Fai Xin estivesse muito ocupado, ela o ensinaria como usar seu dom em diversas ocasiões, tanto para ajudar quanto para se proteger dos males.

Ao decretar isso para seu filho, ambos já ficaram mais animados e viveram ótimas manhãs, tardes e noites com treinamentos saudáveis e sem pressão por meses. Esse tempo passou tão rápido que Fai Wen mal percebeu que já estava no momento certo do nascimento de sua segunda criança.

Quando a mesma nasceu, a cidade novamente foi a loucura e comemoraram a existência da nova vida dentro do clã Fai. Fai Wen estava encantada, pois os deuses haviam a presenteado com uma menina.

Fai Chen, estava todo feliz e ansioso para poder brincar com sua irmãzinha o mais rápido possível. Ele até chegou ao ponto de perguntar para sua mãe porque a pequena não o respondia. Essa cena foi adorável aos olhos da mulher, vendo que seu filho estava tão contente que mal pensou que a nova integrante da família não falava pois tinha acabado de nascer.

Por outro lado, quando Fai Xin entrou no quarto do parto e viu sua esposa segurando uma nova vida em seus braços, sentiu seu coração palpitar de nervoso.

Era uma menina.

Mulheres não faziam nada além de procriar.

Então, mesmo não gostando do gênero da criança, ele aceitou e saiu rapidamente do quarto. Pensando em quão inútil ela seria dentro do clã.

Assim que Fai Chen também saiu para ir dormir, Fai Wen pensou sobre o tratamento de seu marido ao ver Fai Shuang. Ela caiu no choro na frente de suas servas, que a ajudaram assim que viram a primeira lágrima descer pela bochecha.

Enquanto essa cena melancólica acontecia, Fai Chen estava preparando sua cama para adormecer de uma vez por todas, pois esse dia havia sido extremamente corrido. Mal teve tempo para brincar com os servos que tinham em torno de 16 anos. Apenas treinou e ajudou sua mãe quando ela precisava. Nos afazeres, ele não usava tanta força, pois ainda tinha apenas 6 anos e seu físico era de uma criança. Mas, quando viu sua mãe gritar de incômodo por ter uma água saindo do meio de suas pernas, o garoto correu rápido para encontrar as servas curandeiras. Sua mãe havia ficado orgulhosa da agilidade e isso já tinha feito o dia de Fai Chen.

The Cultivation of the GazeWhere stories live. Discover now