Capítulo 59 - A atitude inesperada

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Na noite da fuga de Hu Long, o caos reinou dentro do clã Hong. Os guerreiros foram postos para irem a uma caçada, a fim de capturar o Assassino de Olhos Sanguinários que, por algum motivo inexplicável, conseguiu escapar das mãos do futuro líder do clã Hong.

Mas, na verdade, Hong Shaoran sabia de tudo. Agora estava na frente de seu pai com as mãos cruzadas e fingindo nervosismo sobre tal situação que tinha construído junto com Xia Ling, a jovem concubina que fora encontrada desacordada perto do Subsolo.

Para que seu pai não desconfiasse de absolutamente nada, Hong Shaoran, já cara a cara ao mais velho, que graças ao cultivo ainda mantinha uma aparência intocável, ergueu a postura e se pronunciou a respeito:

"Irei mandar um grande número de guerreiros atrás de Hu Long. Não se preocupe com esse problema", o mais novo disse, jogando seu manto vermelho para trás, a fim de mostrar sua postura dominante e concentrada. Sem medos ou erros. Como um verdadeiro líder faria. "Algo mais que deseja saber, pai?"

"Definitivamente não, A-Ran. Sua posição sobre o acontecimento já é o suficiente", respondeu Hong Lan, virando-se de costas e indo ao encontro dos superiores que o esperavam na sala, a fim de conversar sobre outros assuntos. Porém, antes de finalizar por completo sua conversa com seu filho, o mais velho estalou seus dedos e falou: "Será uma grande perda para o clã Hong se não encontrar Hu Long, sabe o nível de poder que ele nos trouxe, A-Ran. Não ouse deixar seu brinquedinho para trás. Você sabia controlá-lo sabiamente."

Ao ouvir as palavras finais de seu pai, Hong Shaoran nem ousou respondê-lo e apenas soltou um rápido riso, como se estivesse concordando com suas frases. Porém, no lado mais sincero dentro dele, sabia que a palavra "controle" o afetava muito e machucava completamente seu psicológico. Odiava saber que as pessoas o viam como um futuro líder controlador e que não deixava seus guerreiros, servos ou as pessoas próximas terem seu próprio futuro, pois o mesmo estava em suas mãos rudes e manchadas de sangue.

De qualquer forma, ele não queria ficar mais perto de seu pai. Hong Shaoran foi para o jardim de seu clã, que tinha várias peônias. Como havia chegado a estação do ano em que elas floresciam melhor, a visão era perfeitamente esplêndida.

Graças a essa paisagem, a mente de Hong Shaoran se tornou mais leve e ele não reparou na presença de uma segunda pessoa no jardim, que tocou levemente seu ombro e disse:

"Shaoran, você precisa de ajuda para capturar Hu Long?", a voz que acabara de chegar aos ouvidos do Jovem Mestre Hong era uma que ele conhecia bem e cada vez que sentia mais perto de si, seu coração mudava e suas emoções ficavam ainda mais sensíveis.

"Caralho, eu não tenho um minuto longe de você, Huli?", respondeu o homem de cabelos escuros, virando seu corpo e olhando para o outro, que tinha olhos tão profundos e misteriosos.

Um sorriso gentil apareceu no rostinho doce de Wei Huli, que estava com duas mechas de seus cabelos acinzentados presos para trás, criando uma verdadeira imagem de um homem divino e surreal para esse mundo cheio de males. O Jovem Mestre Wei, logo depois da frase rude dita pelo outro, pousou delicadamente sua mão no queixo do outro.

"Não há ninguém por perto, então não há necessidade em me tratar assim, Shaoran..."

"Tira a mão de mim, idiota", Hong Shaoran disse violentamente, retirando a mão pálida de seu queixo, fugindo de qualquer aproximação entre eles, pois se não se controlasse, poderia facilmente ficar corado. "O que você faz aqui?"

"Já disse. Vim perguntar se precisa de ajuda para capturar Hu Long. Você terá sérios problemas caso não o ache. Estou certo?"

"Como futuro líder, com toda certeza. Me verão como um homem fraco e que pode perder suas peças de batalha na velocidade da luz", Hong Shaoran cruzou os braços, irritado pelas futuras complicações que teria que suportar, mas também tentando deixá-las de lado para comemorar internamente a liberdade de seu irmão. "E aliás, está chegando o Campeonato dos Peões e meu pai, como sempre, quer mostrar seu grande poder. Enfim, preciso achá-lo, mesmo..."

The Cultivation of the GazeWhere stories live. Discover now