The Cultivation of the Gaze

Capítulo 130 - O festival de recomeço

Ao despertar, Fai Chen percebeu o quão claro estava a área interna da cabana. Então, abriu lentamente os olhos para que aquela iluminação solar não o incomodasse. Aos poucos foi se acostumando e começou a espreguiçar seu corpo, que estava totalmente grudado ao de Hu Long.

O líder atual do clã Fai olhou afetuosamente para seu amado, sorrindo apaixonado enquanto observava cada detalhe único de seu rosto.

Por mais que se sentisse culpado pelo mais novo ter perdido a sua visão do olho esquerdo, ele também achava aquela cicatriz bela. O motivo estava mais relacionado à história que passou e como, na pior das situações, ambos ainda protegeram um ao outro com todas suas forças.

Com esse pensamento, levantou da cama e foi em direção a área da cozinha da cabana. Estava inspirado a preparar uma pequena refeição para Hu Long. No caso, decidiu cozinhar baozi, uma espécie de pãozinho cozido no vapor em grandes cestas de bambu. A massa era feita com água, trigo e fermento ficando bem leve e agradável para saborear com qualquer coisa; o recheio que decidiu colocar fora alguns legumes e um dedo de tempero.

O cheiro estava deixando o próprio cozinheiro com água na boca. Hu Long, sentindo aquele aroma, despertou rapidamente e correu em direção a cozinha. Assim que Fai Chen percebeu a nova presença na área, abriu um sorriso e afirmou:

"Está com fome, Hu Long? Estou cozinhando baozi. É bem suave e gostoso, aposto que você irá gostar!"

"Eu gosto de tudo que você cozinha, Cegueta", o menor respondeu, chegando perto do outro e deixando um rápido beijo em sua bochecha. "Pensando melhor... Faz tempo que não como algo que você prepara. No clã Fai há cozinheiros e cozinheiras muito bons, mas nenhum supera meu Cegueta."

O cultivador não conseguiu segurar o riso e caiu em um mar de gargalhadas. Para o guerreiro líder do clã Fai, essa cena era uma das mais que o deixava apaixonado.

Ver seu amado se divertindo era o que ele mais desejava.

Depois de um tempo, os baozis foram cozidos e colocados na mesa. Ambos desfrutaram do alimento e após a refeição, como uma tradição, agradeceram novamente aos céus por aquele fruto bem sucedido.

"Cegueta, estava aqui pensando. Hoje será o Festival da Raposa, certo?", Hu Long perguntou ao mais velho, que logo concordou. "A-Ran continuou com a tradição do clã Wei feita por Huli em sua homenagem. Isso é bem foda."

"Sim. Hong Shaoran mostrou à sociedade que, por mais que um clã caia, sua história ainda se manterá viva e bem, é como você disse... Ele também continuou com o Festival da Raposa em nome de Huli, seu grande companheiro e amigo...", Fai Chen respondeu com um ar melancólico. Ambos sabiam que Huli havia marcado a vida de Hong Shaoran e ao mesmo tempo que achavam tal ação impressionante, sabiam o quanto o mais velho estava sofrendo internamente por aquilo. "Espero que seu irmão possa descansar e aproveitar o festival. Soube que contratou até grandes contadores de histórias para o público."

"A-Ran preparou um festival perfeito. Até porque, essa data também será como um recomeço para ele."

De início, as palavras de Hu Long não fizeram muito sentido para Fai Chen. Porém, o mais velho as entendeu quando, à noite, chegaram nos domínios do clã Hong e puderam usufruir do Festival da Raposa.

Antes, esse festival era dentro da casa principal do clã Wei e só eram convidados pessoas de alto nível. Agora, Hong Shaoran abriu a festa para todos os públicos. Crianças com vestimentas mais simples corriam pelo enorme jardim da praça principal do clã Hong; belas jovens dançavam com seus companheiros seguindo a melodia dos músicos; e até líderes estavam sentados tomando bebidas juntos enquanto conversavam e riam. O ambiente apresentava-se bem harmonioso. Além do mais, haviam diversas lanternas vermelhas espalhadas, algumas esculturas de raposas e desenhos das mesmas pendurados em galhos de árvores de cerejeiras.