Capítulo 81 - A fuga pela liberdade

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AVISOS: A partir desse capítulo, o flashback acaba e volta ao tempo atual, narrado do ponto de vista do Fai Chen.

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A noite é sempre uma boa oportunidade para o ser humano refletir sobre suas atitudes e resultados.

Graças a um versículo de conexão de mentes que recitou, Fai Chen acabou de mostrar todo seu passado para Hu Long, a fim de que o assassino pudesse ver a maioria de suas passagens de vida até o momento no qual ambos se encontraram novamente.

Após a finalização, o jovem cultivador abriu os olhos juntamente aos de Hu Long que, a partir do momento que seu olhar caiu sob o mais velho, sentiu como se acabasse de perder uma parte de si, pela tamanha dor que Fai Chen teve que aguentar durante tanto tempo.

Os olhos vermelhos de Hu Long estavam trêmulos, deixando claro seus sentimentos em relação a tudo que acabou de descobrir. Fai Chen, vendo a situação, pousou suas mãos quentinhas no rosto do menor e apertou suas bochechas, que pareciam necessitar de carinho.

"Não fique assustado. Eu deveria ter avisado antes... Sobre alguns pontos meio complicados de serem absorvidos...", o cultivador mencionou, rindo baixinho. "Desculpe por isso, nunca foi a minha intenção deixá-lo dessa forma e..."

Antes que Fai Chen pudesse finalizar sua frase, sentiu um peteleco na sua testa. Hu Long tinha movido rapidamente sua mão direita para cima e com seu indicador, realizado tal ato.

"Você sempre está se desculpando e isso só o deixará mais inseguro. Veja, eu escolhi ver seu passado para entender melhor suas ações e não me arrependo de absolutamente nada", Hu Long olhou para Fai Chen mais calmo, graças às carícias efetuadas em suas bochechinhas.

"Mas... Seus olhos estavam desesperados..."

"Sim. Estavam. É meio óbvio o motivo", Hu Long inclinou gentilmente seu rosto para a palma da mão esquerda de Fai Chen, dando um beijo na mesma. "Você sofreu tanto e eu, sem cabeça, não consegui entender o motivo pelo qual tinha agido daquela maneira comigo... Sobre sua identidade ser revelada... Enfim. Me desculpe, Cegueta. Eu fui imaturo demais. Você me perdoa?"

Dessa vez, foi Fai Chen que arregalou os olhos. Sabia que Hu Long era compreensível, mas sua maneira de tratá-lo, tão gentilmente, fez com que sua confiança pelo jovem aumentasse 10x mais. Em consequência desse sentimento, um sorriso largo foi esboçado no rosto do cultivador, deixando evidente que, essa manifestação dos lábios, era graças aos seus olhos que encontraram o que seu coração tanto procurou.

"Por favor, não diga uma coisa dessas. Ambos erraram...", respondeu Fai Chen, tímido ao encarar o assassino.

"Cegueta", Hu Long continuou com os olhos fixos aos do cultivador, não deixando terminar aquele contato visual tão fácil. "Por favor, me diga. Você me perdoa?"

"Hu Long..."

"Vamos. Eu não posso continuar a viver se não tiver o perdão do meu gatinho..."

Um riso amável saiu dos lábios de Fai Chen, o que deixou o ambiente tenebroso muito mais acessível aos sentimentos de ambos.

"Está bem. Eu lhe perdoo, Hu Long. Agora, pare de me chamar de gatinho."

"Hum? Você prefere Cegueta?", Hu Long soltou uma piscadinha para Fai Chen, deixando-o corado. "Entendo a resposta. Vou continuar chamando-o de Cegueta."

"Hu Long!"

Fai Chen jogou seu corpo para trás, se distanciando do outro jovem e abaixando seu rosto pela tamanha vergonha que o assassino fazia-o passar. Ele não se importava com esse jeito maroto de Hu Long, pelo contrário, amava cada pedacinho dele.

The Cultivation of the GazeWhere stories live. Discover now