Capítulo 79 - A calamidade do esquecimento

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Um novo dia começou e logo quando Fai Chen acordou, olhou para a janela do quarto e percebeu como o vento estava forte. O vento é intangível, praticamente impossível de ser controlado. Trata-se de uma força da natureza que pode tanto destruir quanto refrescar. E pelo que estava observando, o mesmo trouxe nuvens cinzas para a região, deixando evidente uma futura chuva forte.

Fai Chen, odiava tempestades.

Principalmente hoje que, a tal havia aparecido diante de um sonho que não fora nem um pouco agradável e o deixou com imensas dores de cabeça ao levantar da cama. Esse incômodo na saúde, permitiu a fraqueza. Quase caiu de frente ao chão se não fosse sua serva particular, que acabara de entrar em seu quarto e conseguiu segurar seu corpo antes de cair. Essa serva era a que o ajudava nos assuntos matutinos e vespertinos. Então, Fai Chen e ela já tinham uma ligação de afinidade.

Dessa forma, a serva preocupada e observando que o Jovem Mestre Fai não estava em um dos seus melhores dias e o clima poderia não contribuir para a sua melhora, optou por acompanhá-lo até o toalete e ajustar a temperatura da água da banheira, a fim de deixá-lo ter um banho confortável.

Como sempre, Fai Chen ficou grato pelo tratamento exemplar da serva e a agradeceu de forma sincera e amável. Após agradecer, a jovem saiu do toalete e mencionou que ficaria por perto, caso acontecesse algo.

Fai Chen assentiu e entrou na banheira. Logo que pode encostar sua cabeça na beirada, sentiu o vapor e o cheirinho de pêssego pelos ares. Ficou extremamente contente por sua serva ter usado essa fragrância na água que lembrava de tal aroma doce e confortante.

Já relaxado, o Jovem Mestre olhou para o teto de seu banheiro e suspirou forte, lembrando do sonho que tivera, no qual poderia ter sido um dos pontos principais para que sua dor de cabeça tivesse aparecido tão forte.

No sonho, ele estava ao lado de Hu Long, seu amado servo. Ambos jogavam pedrinhas em um pequeno lago, a fim de competirem quem conseguirá jogá-las na maior distância. Por Fai Chen estar com vendas, Hu Long trapaceava incontáveis vezes e os dois riam depois de tantas brincadeiras.

Era uma memória incrível de se passar em um sonho.

"Ei, gatinho! Tente jogar mais forte!", dizia Hu Long, apertando a bochecha direita de Fai Chen enquanto beijava seus dedinhos da mão esquerda. "Vamos, estou te passando toda minha sorte nos arremessos para ganhar de mim. Agradeça por isso."

"Você é um bobo, Hu Long", um riso amável saiu dos lábios de Fai Chen, que ao sentir seus dedos sendo beijados de uma forma tão carinhosa, não conseguira segurar toda a emoção e seu rosto ficou facilmente corado. "Estou usando vendas, mas consigo sentir até onde a minha pedra atingiu."

"Realmente, não há como enganá-lo. Esse é o meu gatinho...", Hu Long se aproximou da orelha do mais baixo e deu uma rápida lambida em seu lóbulo.

"Tem certeza que entre nós, eu sou o gato?", Fai Chen comentou, rindo e dando um beijo rápido na bochecha do mais novo. "Certo... Vamos parar por aqui ou ficarei com vontade de beijá-lo e estamos ao ar livre. Qualquer um que passar por perto poderá ver e..."

Sem escutar, Hu Long apoiou sua mão direita na cintura de Fai Chen e puxou seu corpo para perto do dele, deixando a distância entre eles quase mínima.

"Se deseja me beijar, faça isso agora. Não tem ninguém por perto, gatinho", a voz de Hu Long estava ainda bem próxima do ouvido de Fai Chen, resultando em um grande arrepio correndo pela espinha do mesmo.

Porém, antes mesmo de Fai Chen recuperar seu estado sereno, uma salva de palmas foi executada bem próxima dos jovens. Como o mais novo estava vendado, não conseguiu saber de quem se tratava, porém, o cheiro da terceira pessoa era familiar.

The Cultivation of the GazeWhere stories live. Discover now