Capítulo 30 - O laço fortalecido

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Um dia se passou e Hu Long não expressava mais uma aparência de dor por estragar os planos do cultivador que, agora, estava na cozinha preparando uma comida para todos. Fai Chen tinha os dons da cozinha e dentro de todos esses anos sozinho cuidou de si mesmo com tudo que já sabia. Agora, só precisava cozinhar para mais duas pessoas. Não seria algo difícil e ele ainda se divertiria, de uma certa maneira.

"Cegueta! Cegueta!", Hu Long apareceu ao lado de Fai Chen, chamando-o de uma maneira infantil, como se precisasse urgentemente de sua atenção.

"Precisa de algo?"

"O que você está cozinhando? Está um cheiro tão gostoso."

"Hum... Xiao Yan passou em uma feira e comprou algumas verduras, então estou fazendo uma sopa simples. Nada demais", o cultivador respondeu, mexendo mais algumas vezes com a colher de madeira na panela de porte médio.

"Simples? Pelo que eu me lembre, da última vez que comi algo que você cozinhou, estava gostoso. Então, essa sopa vai ficar também", Hu Long ainda mantinha uma voz alegre, mostrando que estava ansioso para provar a comida do outro. Mas, o assassino, vendo aquela chance, não pôde deixar de continuar a dizer e obviamente flertar com o mais alto. "Eu tenho uma dúvida."

"Hum? Qual seria?"

"Será que o cozinheiro é tão gostoso quanto os pratos que cozinha? Eu precisaria prová-lo para ter minha dúvida saciada e...", antes de continuar a dizer, uma alface que tinha sobrado foi em direção ao seu rosto, tapando-o.

"Se está com tanta fome, pegue esse alface."

"..."

Hu Long não conseguiu se segurar e começou a gargalhar alto. Já Fai Chen sentia suas bochechas queimarem como de costume, mas não ousou responder mais e apenas focou em sua sopa, que logo estaria pronta.

Depois de alguns minutos, Fai Chen a colocou na mesa e os três homens se sentaram. Xiao Yan suspirou, cansado por ter costurado tantas roupas, e Hu Long nem sequer abriu a boca para falar, e sim apenas para degustar o alimento em seu potinho. Um sorriso amável foi estampado em seu rosto enquanto olhava para o cultivador, que tomava sua parte da sopa calmamente.

Três dias se passaram e depois da manhã complicada com os dois guerreiros vasculhando a casa, enquanto Xiao Yan estava na loja, Fai Chen aproveitou para ajudar na lavagem de roupas, no caso, na parte de trás da casa, junto com Hu Long, que as pendurava em varais.

"Cegueta, você não está com calor? O sol está forte demais", o assassino comentou, olhando para o balde de água, no qual Fai Chen lavava as roupas e sentindo uma imensa vontade de jogar toda aquela quantidade de água em seu próprio corpo, como um meio de se refrescar.

"Na verdade, estou com muito calor, mas posso continuar a lavar as roupas sem problemas", o cultivador respondeu, ainda com as mãos dentro da água, já quente.

"Por que não tira a roupa?"

"O que você disse?"

A partir do momento que o homem vendado ouviu tal questionamento, imaginou por breves segundos Hu Long retirando suas roupas e as jogando para qualquer lado do quintal a fim de se refrescar. A visão em sua mente o deixou constrangido, pois para ele era inapropriado pensar num corpo tão definido daqueles e justamente o do jovem.

"Digo, por que não tira seus robes superiores? Eu acabei de fazer isso", o assassino respondeu.

"Espera... Você está..."

Hu Long inclinou o rosto e olhou para Fai Chen, que agora estava com a boca um pouco trêmula e suas orelhas queimando. O assassino achou adorável a cena diante de seus olhos, não podendo perder a oportunidade caindo de bandeja.

The Cultivation of the GazeWhere stories live. Discover now