Capítulo 74 - A culpa eterna

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AVISOS: Contém violência.

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A reunião com Hong Lan foi uma catástrofe. O modo no qual Fai Xin falou com sua esposa não lhe caiu bem e os outros líderes da sala começaram a conversar entre si. Inicialmente, disseram que Madame Fai não estava trazendo prazer ao seu marido na cama.

Era sempre assim.

Quando havia problemas de casal, achavam que a mulher estava em uma "crise" e indisposta a dar todas as sensações de prazer ao seu único homem. Sendo assim, as fofocas começaram a rodear a cidade até o ponto em que especularam uma traição vinda de Fai Wen.

Sim, todos estavam supondo que ela estivesse traindo o líder Fai. Mas, como as consequências do adultério são graves, os servos, como um gesto de carinho, nunca abriram a boca sobre isso e Fai Xin ainda não sabia desse pequeno detalhe das fofocas perambulantes.

Enquanto esse tempo todo se passava, Fai Chen continuou estudando com sua mãe os jeitos possíveis de utilizar seu dom e trabalhando ao lado do pai com um horário regrado, pois se líder Fai não fizesse isso, certamente Fai Wen iria gritar até que outros países escutassem. E como aquilo daria dor de cabeça em excesso, o líder, já farto de sua esposa se metendo nos seus assuntos políticos, aceitou esse termo e aproveitou seu filho o máximo que pode.

Fai Chen continuou daquela forma até seus 13 anos de idade. Seu pai o levava para reuniões, mas a maioria delas de olhos vendados, pois ainda havia homens que viam a criança como uma aberração e não como uma bênção dos deuses. A ideia das vendas foi de Fai Wen. Ela sabia lidar com outros humanos juntamente com suas maldades. Além do mais, sabia que esse dia chegaria. Então para a saúde de seu filho, preferiu colocar uma venda sob seus olhos e pedir para Fai Xin tirá-la apenas quando necessário. No caso, para o líder Fai, o momento exato de tirá-la era para verificar os verdadeiros desejos dos líderes e aproveitar para conquistá-los, pois assim, ganharia mais aliados e poderia pagar suas dívidas.

Isso poderia até continuar dando certo, se não fosse uma brincadeira entre os dois irmãos Fai que mudaria todo o rumo dessa história.

Fai Shuang estava bastante animada, pulando nas costas do mais velho e pedindo que a carregasse desse modo o dia inteiro, pois na cabeça angelical da pequena, em todos seus aniversários, ela deveria ser tratada com um carinho excessivo e atenção única de seu irmão, Fai Chen.

"A-Chen! Você está muito lerdo!", Fai Shuang disse, batendo de leve nos ombros do irmão.

"Eu estou cansado. Não dormi muito bem, Shuang... Desculpe...", Fai Chen respondeu, com um sorriso sincero no rosto e assoprando os fios da franja que caíam sob seus lindos olhos azuis.

"A-Chen por que não prende sua franjinha com um grampo? Eu tenho um com uma linda borboleta de enfeite! Vou buscar rapidinho! ", a garota pulou das costas do mais velho para o chão e correu o mais rápido possível até seu quarto, a fim de encontrar o tal grampo especial.

Após alguns minutos, Fai Shuang retornou ao quarto do irmão e mostrou a ele o grampo decorado. Provavelmente foi alguma das servas que dera a ela, pois era claro que fora feito manualmente e de um jeito simples. Entretanto, aos olhos da pequena, era como um presente divino e que deveria ser apreciado de todas as maneiras possíveis, pois a deixaria linda.

"A-Chen, posso prender sua franja?", ela perguntou ao irmão, que nem sequer havia respondido e já sentira as mãozinhas pequenas de Fai Shuang pegando seu braço. "Senta no chão, A-Chen! "

Fai Chen nem ousou retrucar, apenas sentou no piso de madeira e fechou os olhos, esperando sua irmã fazer o trabalho que quisesse com seus cabelos, que já estavam quase chegando em sua cintura.

The Cultivation of the GazeWhere stories live. Discover now