Capítulo 16 - O tentador feromônio III

2.1K 372 770
                                    

Hu Long abriu os olhos depois de três longos dias inconsciente e adormecido profundamente. Durante esse tempo, Fai Chen nem sequer saiu por um minuto de seu lado, apenas ficando em silêncio, meditando e esperando ansiosamente que o jovem assassino ficasse bem. Foi a primeira vez que o cultivador tinha presenciado algo daquele tipo em sua vida. Nunca poderia ter imaginado o que um feromônio de raposa causaria no corpo humano e realmente era algo que ninguém, nem mesmo a pessoa mais resistente do mundo, conseguiria suportar.

Quando Fai Chen escutou movimentos mais bruscos, virou seu corpo para a região onde Hu Long descansava e imediatamente levou sua mão ao rosto do jovem, que ainda estava deitado, mas dessa vez com seus olhos bem abertos. Mesmo o cultivador não enxergando graças a venda já colocada, o outro olhava para o mais alto, tentando entender o que o deixou tão preocupado com sua saúde.

"Cegueta, eu dormi?", as primeiras palavras que Fai Chen escutou, depois de três dias sem ouvir algo sair da boca do jovem, deixaram-no muito mais do que satisfeito, mesmo ele continuando a chamá-lo de Cegueta.

"Sim. Como você se sente? Está doendo algum lugar?"

"Por que eu estaria com dor em algum lugar?"

"Eu passei energia espiritual para seu corpo. Você não se lembra?", Fai Chen o questionou, um tanto surpreso por essas perguntas saírem da boca de Hu Long que, aparentemente, estava confuso sobre tudo o que havia acontecido desde o acidente com a raposa.

"A última coisa que consigo lembrar... É de um nevoeiro. Eu te puxei para uma caverna e depois disso tive o sonho mais satisfatório de todos os tempos, com todo respeito", o jovem assassino respondeu, rindo de leve enquanto movia seu corpo para se sentar ao lado do cultivador, que não expressava nada além de uma grande preocupação em seu rosto. "Não me chame de pervertido, mas sonhei que uma Hulijing apareceu, espalhou um tipo de feromônio nos ares, só que eu, como um bom homem, protegi o pobre cultivador inocente das garras do prazer."

"Hu Zhuang..."

"Espera, eu não terminei!", ele continuou, completamente empolgado para contar. "Depois que eu fui envenenado, você me ajudou a acabar com toda a tesão do meu corpo! No caso, você me beijou. Foi emocionante, parecia muito real."

Fai Chen mordeu os lábios, pensando no que deveria ser feito em uma situação como essa. Se ele optasse por omitir, Hu Long jamais saberia sobre o beijo. Por outro lado, se ele dissesse a verdade, o outro jovem iria perturbá-lo ainda mais e dizer gracinhas que os ouvidos do cultivador não aguentariam escutar por tamanha vergonha.

"Um sonho peculiar", o cultivador respondeu, escolhendo omitir a verdade e ter um pouco de paz em seu coração.

"Cegueta... Você vai mentir para mim? O meu beijo é tão ruim assim?", Hu Long falou com uma voz manhosa, deixando claro o que havia feito. O assassino tinha mentido para Fai Chen que havia "sonhado" com o acidente para observar e analisar o que o cultivador faria com aquele dado. Fai Chen caiu perfeitamente em sua armadilha.

O cultivador, com medo de suas próprias reações, levantou-se do chão e começou a andar para fora da caverna, deixando para trás o assassino com suas ideias mirabolantes. Obviamente, essa distância teve como resultado mais perseguições de Hu Long. Em poucos segundos, o jovem já estava ao lado do mais alto e rindo.

"Não precisa ter vergonha, Cegueta. Eu sei que é tentador."

"Somente lhe beijei para salvar a sua sanidade", Fai Chen respondeu um pouco frio, tentando deixar evidente que não queria tocar nesse assunto.

"Esse foi o melhor jeito de passar energia espiritual, certo? Podemos fazer novamente? Oh... Ai... Estou com tanta dor... Cegueta, me ajude!"

Hu Long iniciou uma série de dramas corporais na tentativa de fazer o cultivador perder a linha e ir até ele, porém Fai Chen sabia se controlar.

The Cultivation of the GazeWhere stories live. Discover now