Capítulo 3 - Hu Long e seus olhos sanguinários I

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A mão do jovem estava quente, criando uma leve preocupação vinda de Fai Chen. Porém, esse sentimento cessou assim que ele o soltou, respirando forte em seguida. Nesse momento, o cultivador, um pouco mais tranquilizado, abriu um sorriso gentil e trouxe seu braço para mais próximo do corpo, a fim de não ser agarrado daquela forma inesperada pela segunda vez.

"Você não precisa saber quem eu sou. Apenas salvei sua vida. Isso já é o suficiente, não acha? ", Fai Chen respondeu, levantando da cama sem movimentos bruscos e ficando de frente com o garoto deitado.

"Por que me salvou?", o jovem questionou, em um tom de voz mais sério do que anteriormente, trazendo consigo um ar de perguntas, querendo ser urgentemente respondido.

"Porque você pediu."

"Espera, eu pedi para um cego me salvar?"

Fai Chen confirmou com um aceno, utilizando sua cabeça para realizá-lo, já percebendo que o jovem a sua frente era orgulhoso e com certeza, se envergonharia por ter sido salvo por um enfermo.

"Hum... Nunca pedi para alguém me salvar antes...", o homem na cama murmurou, seguindo de risos baixos. "Foi você que colocou todos esses curativos em meu corpo?"

"Sim."

As risadas retornaram, deixando Fai Chen um pouco confuso com a demonstração do jovem perante suas palavras. E logo a confusão de pensamentos se intensificou, quando ele abriu a boca novamente e o cultivador refletiu se deveria tê-lo salvo ou deixá-lo morrer no meio da floresta.

"Quer dizer que o Cegueta tocou meu corpo? Hein? "

"O que você quer dizer com isso?"

"Em outras palavras, estou perguntando se você gostou do que tocou, Cegueta."

O homem em pé diante da cama sentiu uma imensa vontade de socar o garoto a sua frente, que devia ter a sua idade, mas se comportava infantilmente. Para o bem de si mesmo, deveria continuar a manter o personagem cego e delicado, então, abriu, por mais que fosse falso, um sorriso.

"Não me entenda mal. Eu só coloquei os curativos em seu corpo porque não queria sangue em minha cama", o cultivador respondeu, cruzando seus braços e encostando seu corpo em uma das paredes próximas a cama, se distanciando do jovem pervertido. "Falando nisso, por que seu corpo estava tão machucado? Deixe-me adivinhar. Estava fugindo? "

Fai Chen escutou o momento no qual o outro homem em seu quarto levantou da cama e começou a tirar suas vestes, provavelmente querendo trocá-las pelas novas deixadas na beirada do lugar confortável em que seu corpo repousava segundos atrás.

"Cegueta, você não se importa em me trocar na sua frente, certo? Você é cego, de qualquer maneira. "

"Se troque rápido e responda minha pergunta."

Um resmungo do jovem machucado foi escutado e Fai Chen levantou sua manga para cobrir o rosto, pois um riso baixo tinha surgido de repente. Segundos depois, o jovem já estava vestido com as roupas novas e o clima tenso entre os dois homens diminuiu. Sem mais demoras, o cultivador começou a escutar a resposta que ele desejava do outro, ou seja, a explicação da situação que o havia encontrado.

"Bem, meus pais sempre foram muito rígidos quanto ao meu futuro, querendo que eu me casasse com a mulher que eles escolhessem. Então, com minhas forças, decidi fugir de todos que me cercavam e ir em busca do meu verdadeiro amor e, obviamente, comer o homem certo."

"O que você...", Fai Chen começou a dizer, mas logo foi cortado com outra frase descarada do outro.

"Acho que você seria uma ótima opção. Quer experimentar? "

The Cultivation of the GazeWhere stories live. Discover now