The Cultivation of the Gaze

Capítulo 58 - O controle forçado

Cinco anos se passaram e o futuro líder do clã Hong tinha seus 28 anos, chegando a fase adulta e se tornando um grande homem aos olhares de muitos superiores.

Antes, era conhecido por sua impotência de utilizar a cultivação ao seu favor, porém, depois de longas batalhas utilizando a nova arma fatal do clã Hong, esses olhares passados foram deixados de lado pelo medo.

As notícias corriam rápido por todos os clãs da região. Alguns homens comentavam mais a respeito de seu lado sádico, que era algo que ninguém nunca poderia imaginar vindo do rapaz que, em uma certa época, teve o sorriso que iluminava os dias dos funcionários do clã Hong. Entretanto, o único sorriso que se esbaldava em seu rosto nos dias de então era voltado ao prazer das almas arruinadas de seus inimigos. Por outro lado, algumas mulheres, ao falarem a respeito do poderoso Jovem Mestre Hong, voltavam-se claramente para sua beleza exuberante, que era algo considerado de outro mundo, já que tinha traços tão único e sensuais; mas, essa admiração pela sua beleza, sempre era cortada quando relembravam da sua força extrema, seus olhos brilhando pela insanidade e sem nenhum pingo de piedade com seus inimigos e até mesmo com as pessoas próximas a ele.

Esse último tópico foi passado por diversas bocas graças a atitude tão desumana de Hong Shaoran: considerar o guerreiro Hu Zhuang como uma nova carne para se deliciar até conquistar as novas terras. Em outras palavras, ele controlava o guerreiro, então conhecido tenebrosamente por Assassino de Olhos Sanguinários. Essa nova relação entre os dois jovens, foi motivo para a maioria da população ter um pavor a mais sobre o Jovem Mestre Hong, que mostrava não se importar com nenhuma relação afetuosa e apenas com o crescimento de seu domínio e poder.

Mas, de qualquer maneira, a única pessoa que sabia realmente o que estava acontecendo dentro do clã Hong e todas as relações que lá havia era o próprio Hong Shaoran, o qual optou por fazer uma escolha para o próprio bem de Hu Long. Desde que começou a controlar seu irmão de um jeito que não o agradava, todas as noites olhava seu reflexo no espelho e gritava, pensando no que ele havia se tornado graças ao medo de que as coisas fossem piores se o líder Hong usasse Hu Long.

Mesmo maltratando-o na frente de todos e principalmente de seu pai, estudava as noites inteiras para reverter a situação e recuperar seu irmão, para deixa-lo livre novamente. Dessa maneira, certa vez quando estudava em sua própria sala de reuniões, Xia Ling apareceu com uma pequena bandeja contendo dois copos e um potinho de uvas no meio.

A partir do momento que os olhares de ambos se encontraram, Hong Shaoran sentiu o que a jovem falsa concubina falaria, já que sua boca estava seca e seus braços, por mais que tentassem segurar com força a bandeja, estavam tremendo, como se estivesse vendo uma calamidade a sua frente.

"Xia Ling, o que quer de mim a essa hora da noite? Está me atrapalhando", mencionou Hong Shaoran, fechando o livro que estava em suas mãos e arqueou a sobrancelha ao perceber que a jovem de 24 anos tinha leves lágrimas escorrendo em suas bochechas. "Merda. Vá para um banheiro chorar, não tenho paciência para uma cena dessas e..."

A jovem deixou a bandeja sob a mesa à frente e secou as lágrimas com a palma da mão. Logo, olhou fixamente para o Jovem Mestre Hong e respondeu, com uma voz fraca:

"A-Ran... Por que está agindo desse jeito tão nojento com todos? Até comigo... Você me trata com desprezo. Acha mesmo que isso não interferiria em nossa amizade?"

"Eu sou o futuro líder do clã Hong. Deveria ter piedade com meros servos?", Hong Shaoran retrucou, cruzando os braços e segurando o grito desesperador que havia em sua garganta. Sabia que Xia Ling não merecia esse tratamento. Na verdade, ninguém merecia. Mas se baixasse a guarda por um segundo, tudo que ele estudou serviria para nada.