Capítulo 102 - A Deusa Curandeira II

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Li Ming-Yue decidiu ficar um pouco distante da cabana. Xia Ling ainda estava em seus braços e a cultivadora preferiu permanecer dessa maneira ao invés de investigar o local provavelmente abandonado. Então, deixou esse trabalho nas mãos dos dois jovens, que já estavam bem próximos da residência.

Por mais que a cabana estivesse pouco cuidada, era impressionante ver a construção a qual levou-a ser feita. A cabana era feita de troncos de madeira. Em sua porta da frente, havia também dois caules de bambu, o que poderia até trazer um charme a ela, mesmo que naquele estado deplorável.

Fai Chen, ao se aproximar mais, cobriu seu nariz com a manga do hanfu por causa do pó que lá tinha e o vento jogava-o bem no seu rosto. Seus olhos arderam um pouco, graças a esse novo ambiente e ainda mais por estar rodeado de sujeira. Hu Long, por sua vez, subiu os poucos degraus para chegar à porta e olhou atentamente para a trave.

"Parece que a cabana não foi usada a tempos... Olhe essas teias...", o mais novo apontou para os painéis da porta, que tinham alguns desenhos ilustrados. Porém, por conta do desgaste, não era possível identificar, de fato, o que estavam sendo representados. "Cegueta, você acha uma boa ideia entrar?"

"Talvez não seja uma boa ideia. Mas, não temos outras opções, certo?", Fai Chen respondeu, abaixando a manga de seu hanfu e subindo também os degraus, para chegar ao lado do menor. "A cabana está destruída. Qualquer um que venha para essas redondezas pensará nisso. Entretanto..."

"Entretanto?"

"Tem um encantamento na porta."

"Há um encantamento aqui? Como isso é possível?", o jovem assassino perguntou com os olhos arregalados e cruzando os braços, voltando a encarar a porta e tentando achar algum detalhe de energia o cercando. "Não estou vendo ou sentindo nada, Cegueta."

O cultivador levantou seus dedos indicadores e tocou uma única vez em um dos desenhos que estavam nos painéis da porta. O desenho, em pouco tempo, começou a ser reconstruído e uma imagem mais clara apareceu diante deles.

Eram duas raposas. Enquanto uma era completamente branca e tinha olhos dourados, a outra tinha um pelo caramelo e seus olhos eram tons de violeta. Entre elas, havia uma pequena frase escrita em uma das linguagens antigas, pouco usadas no período de tempo ao qual estavam.

"Hu Long, você consegue ler?", Fai Chen perguntou ao jovem assassino, que estava com a boca aberta. O cultivador lembrou de uma certa vez que ambos tinham encontrado um casco de tartaruga e nele estava escrito uma lenda histórica. Hu Long tinha conseguido ler um pouco, graças aos seus estudos históricos do clã Hong. Então, juntou suas esperanças no menor e esperou ansiosamente para que o ajudasse.

Um sorriso adorável apareceu no rosto do assassino, que ao escutar aquele pedido de seu amado, se sentiu muito importante.

"Eu não sou tão bom em traduzir textos antigos, mas essa frase está fácil", Hu Long passou seus dedos pelas palavras e fechou os olhos, como se quisesse senti-las. "Aqui diz que Todos merecem uma segunda chance. O que essa frase tem haver com a pintura? Aliás, o encantamento estava relacionado à ela? E qual o sentido disso?"

As perguntas de Hu Long conduziam as de Fai Chen. O cultivador estava tão curioso quanto o assassino. Porém, ambas as mentes dispensaram respostas quando um barulho de dentro da cabana foi ouvido. Os dois jovens viraram seus rostos um para o outro e ao lado de suas intuições, abriram a porta.

O interior da pequena cabana perto do Rio Amarelo era bem bagunçada. Tinha vários livros jogados no chão e muitas flores de lótus ao redor de cômodos ou acima deles.

Essas flores já estavam mortas, porém, Fai Chen podia sentir a energia e como tinha, mesmo não confirmado, alguma relação com a cabana em si.

The Cultivation of the GazeNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ