Capítulo 110 - Chuva de sangue

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AVISOS: Extermínio/Genocídio de um grupo. Contém violência.

O conflito sangrento entre grupos é um dos períodos mais sombrios que os homens presenciaram. Mas, mesmo em um momento tão triste e catastrófico, poderia servir como lições de batalhas. BingWen sempre ensinou seu filho e sua filha a serem perspicazes e astutos.

Não era preciso ter olhos abertos para ver o sol, nem era preciso ter ouvidos afiados para ouvir o trovão. Para ser vitorioso em um conflito, apenas é preciso ver o que não está visível. No caso, conhecer o seu inimigo como a si mesmo e não temer o resultado.

Por mais que aqueles três líderes aparentassem uma força de cem soldados, BingWen cruzou os dedos de suas duas mãos e estalou-os, seguidamente soltando um suspiro decepcionado. Ele podia estar sem paciência, mas continuava confiante e com um ar puxado a calmaria, combinando com os sons da água correndo e passando pelas pedras do Rio Amarelo.

Depois daquele estalo de dedos, nas palmas de suas mãos apareceram chamas azuis escuras, o que fez aquela situação mudar por completo, pois, assim que aquela magia despertou em seu corpo, as outras raposas mais velhas, vendo-o como um exemplo a ser seguido, fizeram o mesmo, sem um pingo de medo ou receio das futuras consequências.

Observando aquela repercussão, BingWen se pronunciou:

"Eu tentaria dialogar... Mas, vejo que seu desejo é complicado, líder Fai. Se quer tanto nos exterminar, lhe desejo uma boa sorte", após sua frase, a raposa preta mostrou uma nova forma na frente de todos.

A altura de BingWen foi aumentada, ficando por volta de uns 2 metros de altura e alguns centímetros. Como um animal enfurecido, suas unhas, mais especificamente, garras, se tornaram mais fortes e afiadas. Sua cauda preta foi exposta, enquanto seus cabelos cresceram, chegando em seus joelhos. Por fim, suas orelhas humanas se tornaram pontudas, com uma certa quantidade de pelo e aguçadas, conseguindo ouvir quaisquer novos sons do ambiente que o cercava.

A raposa branca olhou para sua irmã, JiaYing, que observava seu pai e não acreditava que, de fato, estava vendo uma transformação tão rápida.

Lembrando-se vagamente da conversa que tivera com a mais nova, o irmão mais velho arregalou seus olhos e, enquanto caminhava lentamente até a outra, dizia em um tom baixinho:

"Nosso pai mostrou uma aparência muito superior a qualquer outra raposa. Ele estava chegando a sua idade de imortalidade, mas... Para ter todo esse poder..."

"Sim. Ele consumiu uma grande energia vital. Só não sabemos que tipo...", JiaYing cochichou de volta, não tirando os olhos de seu pai e dos outros líderes. "Eu sabia desde o começo que um diálogo entre papai e o líder Fai não iria adiantar... Mas, o que pode acontecer agora, gege? Nosso pai é realmente mais forte do que os humanos?"

De repente, antes que JiaYing finalizasse seus questionamentos, as árvores que abrangiam o vilarejo foram incendiadas pelo fogo azul de BingWen. Sem entender de início, a raposa branca gritou, em um momento de desespero:

"PAI!"

A voz daquela raposa persuadiu a todos os ouvidos presentes naquele local. Fai Xin olhou com desgosto para a criança e sem perder tempo, voltou a notar as árvores que queimavam de uma forma nem um pouco natural. Sua textura estava virando um tipo de musgo, que automaticamente assustou e queimou os guerreiros e arqueiros que estavam escondidos, prontos para atacar as raposas.

BingWen abriu um sorriso calmo, mostrando suas presas brilhantes e prontas para realmente atacar qualquer um daqueles três líderes medíocres que viessem para cima de si ou de uma das raposas de seu vilarejo.

The Cultivation of the GazeWhere stories live. Discover now