Capítulo 23 - O gatinho audacioso

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O jovem vendado e ainda com a máscara cobrindo seu rosto delicado se sentiu cansado de carregar o assassino em suas costas e nunca chegar na casa do costureiro Xiao Yan. Todas as informações que Hu Long falava na orelha de Fai Chen o deixavam ainda mais perdido, pois como estava bêbado, não dizia nenhuma frase com sentido. Então, percebendo que essa situação não os levaria a lugar algum, o maior se concentrou em sua audição e logo caminhou para uma esquina próxima, na qual se situava um grupo de pessoas conversando a respeito de um assunto que não conseguia identificar. De qualquer maneira, esse era o único jeito de encontrar informações sobre o estabelecimento desejado.

"Boa noite. Por favor, saberiam onde fica a loja de costuras de Xiao Yan?", o cultivador exausto perguntou aos jovens, segurando com mais força Hu Long em suas costas com medo de que acidentalmente caísse.

"Não é muito difícil de achá-la. Siga reto por essa mesma rua e depois bata na segunda porta ao final dela. A loja fica lá", um dos jovens respondeu encarando o jovem cultivador, que ainda estava com seu rosto coberto pela máscara, dificultando os outros perceberem sua expressão.

Segundos depois, Fai Chen já havia agradecido o grupo pela resposta imediata e partiu o mais rápido possível para o final da rua mencionada com esperanças que não tivesse sido enganado. E realmente isso não havia ocorrido. A informação estava correta e finalmente ele sentiu um peso sair de seu coração.

Assim, já em frente à loja, Fai Chen soltou uma de suas mãos das coxas de Hu Long e bateu na porta, ansioso para que Xiao Yan pudesse ajudá-los. Mas, antes que o anfitrião pudesse recebê-los, o jovem preocupado sentiu algo estranho roçar em seu pescoço. Uma sensação de arrepio percorreu por sua pele, deixando-o imediatamente quente e esperando que fosse apenas uma folha grudada. Porém, assim que sua mão foi ao encontro dessa área, seus dedos tocaram levemente os lábios de Hu Long, que estavam descansando por lá.

"Cegueta, você tem um gosto bom...", o assassino murmurou, esfregando sua boca ainda mais no pescoço do mais velho.

Ao sentir novamente a sensação de antes, Fai Chen ficou completamente vermelho e a única coisa que soube fazer foi soltar o corpo de Hu Long, deixando-o cair de bunda no chão. O cultivador deu um passo para frente e virou seu corpo para ficar frente a frente ao assassino, que agora estava resmungando no piso em que fora deixado.

"Minha bunda está doendo. Cegueta, você não sabe ser nem um pouco gentil comigo."

"Hu Zhuang, o que você acha que estava fazendo? Me lambendo daquele jeito...", a frase com duplo sentido imenso resultou em bochechas coradas na face do cultivador, que não aguentava mais aquela quentura. Irritado, pegou a máscara que permanecia em seu rosto e atirou-a no chão. "Você não é um gato para ficar lambendo os outros. Preste atenção no que faz ou eu..."

A princípio, Fai Chen não estava mais ligando para a situação em que Hu Long se encontrava diante dele e iria repreendê-lo naquele momento, mas assim que sentiu sua perna ser agarrada, as palavras que antes estavam montadas em sua mente desapareceram como espíritos de uma montanha, no caso, rapidamente.

"E se eu me tornar um gato? Vou poder te lamber mais vezes?", o assassino perguntou, com uma voz manhosa e acariciando com sua cabeça a perna do outro. "Cegueta... Eu vou ter que miar para você me responder?"

O cultivador estava em um imenso pânico interno. Sua mente foi raptada pelo assassino e logo já estava conseguindo imaginar perfeitamente a cena do mesmo ronronando e pedindo por carinho, como um gatinho pequeno e indefeso, cortando o coração de Fai Chen em pedaços por não lhe dar afeto o suficiente. Mas, por mais que a cena tivesse sido atrativa e adorável, ele se recusou a cair em imoralidades e antes de selar os lábios de Hu Long com o encantamento já conhecido, uma voz fina foi ouvida em suas costas.

"O que vocês dois estão fazendo na frente da minha loja? Se confundiram com um bordel? Quantas frases complicadas..."

Assim que Fai Chen escutou a voz, virou todo seu corpo para o dono da loja, no caso, Xiao Yan e abriu um sorriso que expressava gratidão ou, mais precisamente, que um milagre havia aparecido em sua vida.

"Xiao Yan, sou o Daozhang que veio há horas atrás à sua loja junto com Hu Zhuang e..."

"Eu sei quem você é, Daozhang. Quem mais poderia ter feito uma roupa tão linda como a que você está usando?", uma risada meiga foi escutada em seguida de sua frase, mostrando que Xiao Yan não estava nem um pouco irritado ou com raiva de o terem perturbado nessa noite.

"Então, você pode... Ajudá-lo?", o cultivador, ainda sem poder se mover muito, apontou para sua perna esquerda, na qual havia um homem a segurando e acariciando, parecendo realmente um animal querendo atenção.

Xiao Yan levou seus olhos para baixo e viu a cena diante de si, não conseguindo segurar o riso.

"Ele está bêbado?", o costureiro perguntou, abaixando-se diante de Fai Chen e puxando com força Hu Long para desgrudar do maior, mas não adiantou muito, pois assim que Xiao Yan tentou puxá-lo, o assassino rosnou. A reação do assassino deixou o cultivador sem graça e o outro homem confuso por essa transformação, mas já entendendo o que se passava. "Está bem. Ele está realmente bêbado. Se Daozhang puder, ande com calma e traga ele para dentro. Levarei vocês dois para o piso superior, que é onde eu moro."

Fai Chen concordou com as palavras de Xiao Yan, abaixando-se e pegando Hu Long pela segunda vez, colocando-o em suas costas. O mais baixo nem sequer soltou uma reclamação, pois na cabeça do mesmo estava ainda mais próxima do cultivador dessa maneira. Então, após entrarem no estabelecimento, Xiao Yan pegou a bainha do robe superior do jovem vendado e começou a conduzi-lo a andar na mesma direção que ele, subindo as escadas e logo chegando no piso superior que, como havia dito, era considerado sua residência.

"Prontinho! Bem... Acho que vou preparar um banho na banheira de madeira, Hu Long ficará confortável e eu poderei cuidar dele", Xiao Yan mencionou, tocando de leve no ombro do cultivador, deixando claro que poderia soltar o assassino e se possível, deixá-lo levar à toalete. Entretanto, por alguma razão Fai Chen não o soltou, deixando o costureiro sem respostas. "Daozhang? Preciso que me entregue Hu Long para que eu possa lavá-lo e..."

"Eu faço isso", Fai Chen respondeu em um tom de voz mais firme.

"Tem certeza? Você já não está cansado de segurá-lo todo esse tempo? Pode descansar!"

"Eu posso cuidar dele, não se preocupe comigo", o cultivador lançou um sorriso que, aos olhos de Xiao Yan, foi verdadeiro e cheio de sentimentos preocupados com o jovem bêbado nas suas costas.

O costureiro então sorriu de volta e depois apenas mencionou que deixaria a banheira pronta para que o cultivador cuidasse de Hu Long.

A partir do momento que Xiao Yan saiu, Fai Chen suspirou. De início, ele não tinha entendido o motivo de ter ficado tão determinado e talvez tivesse sido um pouco frio com o rapaz, que tem uma alma tão boa.

Mas, ao pensar em Hu Long sendo banhado e cuidado por outro homem, sua mente entrou em conflito. Além dela, seu corpo também reagia de uma forma inesperada. Seu peito fervia e suas mãos tremiam. Seus lábios estavam ressecados e seu coração palpitava de uma maneira incontrolável, sentindo que a qualquer momento poderia ter um ataque cardíaco.

Na verdade, para Fai Chen, ele preferia mil vezes que fosse algum problema físico no coração, mas, na verdade, o grande problema dentro dele era emocional.

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- ale yang on -

Sentiram o vinagre? (risos perversos)

Preparem o coração, pois haverá mais desse tipo de interação e de reações (principalmente as físicas cof cof) de Fai Chen. Hu Long vai dar muito trabalho.

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Até domingo!

The Cultivation of the GazeWhere stories live. Discover now