Capítulo 43 - Luta pela consciência

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Quando Hu Long abriu seus olhos, não entendia em que lugar estava. De acordo com o seu conhecimento sobre territórios, o local em que pisava não era nem um pouco habitual. Havia pedras e plantas venenosas por perto, mostrando que poderia até mesmo ser uma área para batalhas e lutas desastrosas. Entretanto, Hu Long sabia que estava sonhando.

Nos últimos ensinamentos que seu Shizun lhe dera, disse que se fossem pegos por algum tipo de demônio do sonho, deveriam olhar para a imagem de si mesmo, pois nos sonhos a imagem que vemos tende a ser distorcida. Então, Hu Long estendeu suas mãos e olhou para cada uma. Em ambas havia um dedo a mais, ou seja, cada palma continha 6 dedos.

Por mais que estivesse dentro de um sonho, sentia que tudo o que o cercava era bem real. Ainda mais depois de ter ouvido as palavras de seu grande companheiro e irmão, Hong Shaoran.

"Há um encantamento de desvio... Como se não quisessem ser achados", disse o jovem de cabelos escuros com olhos mel esverdeados, enquanto olhava para o horizonte, que permanecia com uma duvidosa neblina.

Ao seu lado, Hu Long podia ver algo que o deixou ainda mais surpreso. Era ele mesmo, porém, uma versão diferente. Seus cabelos estavam presos em um rabo de cavalo alto e em suas mãos estava sua lança. Isso era algo de costume realmente. Porém, o que deixava clara a mudança eram os olhos sanguinários, que podiam ser vistos com clareza em sua face.

"Shaoran, o que eu devo fazer?", Hu Long do sonho perguntou, inclinando seu rosto para o mais alto e sorrindo de um jeito sádico e tenebroso.

"Ainda pergunta? Haverá pelo menos 50 guerreiros à frente, protegendo o artefato que papai tanto quer para sua coleção. Deixe apenas um vivo e mate o resto", assim que Hong Shaoran respondeu, o jovem assassino soltou uma risada e em uma velocidade da luz, correu em direção à tal neblina no horizonte.

A cena do sonho mudou. Agora Hu Long estava vendo seu outro "eu" dentro de um palácio abandonado, mas com exatamente os 49 guerreiros que Hong Shaoran havia mencionado, caídos no chão e ensopados de sangue. A maioria dos mortos tinha um grande rasgo no tórax e alguns tinham até suas tripas dilaceradas e saindo de seus corpos cortados.

O Assassino de Olhos Sanguinários era o culpado por aquilo e Hu Long estava começando a entender o motivo pelo qual começaram o chamar dessa forma há quatro anos atrás.

Ele chegou mais perto do assassino, que agora brincava com o único sobrevivente de um jeito perverso.

"Hum? O que foi? Está com medo de mim? Não há porque ter medo. Shaoran ordenou que eu o deixasse vivo", o assassino comentou, pousando seu indicador no queixo do rapaz que estava quase deixando sua urina deslizar pelo meio das pernas e sujar sua calça. "Seus olhos estão apavorados. Isso é tão lindo..."

"Hu Long. Não é hora para flertes. Já pegou o artefato?", Hong Shaoran apareceu dentro da sala, criando um certo vento em seu rosto com seu leque.

"Claro. Mas por que eu não posso brincar com esse novo prisioneiro?"

"Seus flertes me dão dor de cabeça. Prefiro que faça silêncio."

Hu Long estava observando todo aquele diálogo de longe, mas sentia que as emoções que Hong Shaoran tinha por ele mudaram conforme o tempo foi passando e agora, o mais velho realmente o via como uma grande máquina de matar e de conquistar o que desejasse.

"Hu Long, estarei te esperando do lado de fora. Enquanto isso, queime os corpos", disse Hong Shaoran por fim, virando de costas e saindo da sala junto com o sobrevivente.

A sala ficou em silêncio depois da saída dos outros homens. Apenas com o assassino olhando para os corpos e Hu Long, que sonhava a respeito, observando a si mesmo. Nunca pensara que poderia ser alguém tão forte e também, facilmente usado.

The Cultivation of the GazeWhere stories live. Discover now