Capítulo 114 - A farsante amizade

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Nos anos que se passaram, Wei Huli ia entendendo cada vez mais as ações dos humanos e a construção do caráter. O caráter pode ser definido como um conjunto de traços relativos à maneira de agir e reagir de um indivíduo ou de um grupo seguindo os valores éticos. É um feitio moral. Definindo assim, a total personalidade e a índole de uma pessoa.

Então, um indivíduo conhecido como "sem caráter", geralmente é aquele que não garante os valores éticos e morais em suas ações. Para Wei Huli, Fai Xin era um exemplo perfeito para entender uma pessoa de "mau caráter".

Dentro desse tempo que se passou, a raposa branca já tinha escutado novas novidades de Fai Chen. Aos seus 13 anos, diante de tantos problemas financeiros, graças às ações de seu pai desonesto, começou a ser utilizado como troca de mercadorias obviamente para gerar grande lucro, que possivelmente pudesse levar o clã Fai novamente a um patamar de grande poder de domínio.

Na tradição, a família sempre foi considerada como o centro da vida social, e a devoção a ela era considerada uma grande virtude. Os pais, de uma certa forma, eram os responsáveis pela transmissão dos ensinamentos, portanto, deveriam obrigatoriamente dar a eles uma imagem moral. O que, para Fai Chen, foi completamente ao contrário.

Wei Huli via o quanto Fai Xin falhava miseravelmente em seu papel de "pai".

Quando o jovem de cabelos acinzentados pensava a respeito desse papel, ele automaticamente lembrava de BingWen, a raposa responsável por aquele vilarejo que viveu por volta de alguns anos. Ele era claramente aquele "pai" idealizado por diversas crianças. Um que pudesse se orgulhar, admirar, agradecer e amar. Bem diferente de Fai Xin, que só causava sentimentos de dor em sua família, principalmente sob Fai Chen.

Porém, isso não era problema de Wei Huli. Ele estava até que feliz em saber que aquele jovem de olhos azuis escuros estava sofrendo nas mãos de seu próprio pai. Esse tópico, então, não trouxe nenhum incômodo para a raposa continuar seu plano.

Ao saber que Fai Chen estava sendo servido como uma "troca de mercadorias", o mais velho logo tomou partido para próxima etapa, que poderia deixar futuramente o Jovem Mestre Fai vulnerável.

Wei Huli deveria se tornar amigo de Fai Chen.

Em seus estudos sobre os humanos, a raposa percebeu que não há nada mais doloroso para um do que uma traição de uma pessoa próxima ou querida.

Como já haviam passado certos anos, seus poderes estavam cada vez mais fortes graças às energias vitais que consumiu e a raposa branca já tinha conseguido manipular a mente de Wei Ming para deixá-lo sair do quarto normalmente. Porém, Wei Huli deixou claro, visualmente, que ele deveria ser considerado como um jovem fraco em seu físico, mantendo a aparência de "criança frágil". Assim, o Jovem Mestre Wei saiu de seus aposentos, usando a atual versão de 15 anos, e caminhou até o quarto do líder Wei, o qual tomou um breve susto quando o viu.

"O que você quer, Huli? Alguma serva o irritou?", Wei Ming perguntou, voltando a pentear seus longos e macios cabelos. "Sabe o que deve ser feito quando uma serva o incomoda..."

O garoto de cabelos acinzentados chegou mais perto do homem belo e aproximou seus lábios de seu ouvido, dizendo em um tom de voz baixo e persuasivo:

"Eu quero que pague pela criança do clã Fai, no caso, Fai Chen. Escute seu filho. Se fizer isso, conseguirá bons resultados dentro de seu clã."

Sua mente já estava bem danificada, graças a incontáveis vezes que a raposa branca o manipulou. Então, Wei Ming apenas abaixou a cabeça e aceitou suas ordens.

Em poucas horas depois, Fai Xin já havia sido alertado sobre o interesse do líder Wei sobre seu filho e sem resistir, o vendeu por uma noite para o outro clã, que estava sendo conhecido por ser o mais sábio de todos e extremamente bem-sucedido nas batalhas cruzadas até agora.

Quando Fai Chen chegou na casa principal do clã Wei, logo foi introduzido para uma sala contendo um dos prisioneiros de Wei Ming, que seguidamente foi morto pelo mesmo.

Foram cenas aterrorizantes as quais o jovem com o dom da verdade teve que presenciar.

Em compensação, por mais que estivesse atento ao que estava acontecendo, Wei Huli se divertia com tudo aquilo.

Quando o "show" de Wei Ming terminou e todos saíram da sala, foi a hora da raposa branca estrelar sua "primeira aparição" mais íntima com Fai Chen.

Ao abrie a porta, Wei Huli viu o garoto de olhos azuis escuros em desespero por tanto sangue estar o cobrindo. A raposa branca engoliu o seco. Ele entendia bem o sentimento de angústia em ter sangue de outros em seu corpo.

"Pare de chorar... Venha comigo...", Wei Huli disse, já bem próximo a Fai Chen, que levantou seu rosto repleto de lágrimas. "Eu sei que você está com medo... Meu pai não é uma das melhores pessoas... Mas, você se sujou, vou te ajudar..."

Aquelas frases que o jovem de cabelos acinzentados estava soltando de seus lábios entraram no coração de Fai Chen de uma forma calorenta. Porém, para o próprio Wei Huli, aquelas palavras não eram nada menos do que espinhos sendo lançados durante uma tempestade de neve.

Eram frases frias e sem sentimentos.

Sendo assim, pegou a mão de Fai Chen e levantou-o do chão. Antes de sair, Wei Huli olhou para o homem de manta preta e apontou para o guerreiro falecido no chão, induzindo que retirassem aquele corpo do local.

Tirando o Jovem Mestre Fai da sala, o mais velho o levou para seu próprio quarto. Ao chegaram, ele fez questão de levar delicadamente o mais novo para a cama e sentá-lo.

"Não se preocupe, eu só irei lavar seu rosto e um outro guerreiro irá te levar para casa, está bem? Agora, levante a cabeça. Eu preciso te limpar!", disse Wei Huli, com um lencinho nas mãos.

"Não quero olhar para você... Eu posso ver o que tem...", Fai Chen murmurou, com as mãos trêmulas.

"Eu sei que você tem o dom da verdade, meu pai me contou. Mas, eu não tenho medo", por mais que o mais velho dissesse essas palavras, Fai Chen ainda não ousou levantar seu rosto. Sem contestar, o jovem começou a limpar a face do menor dessa forma, por mais que fosse um tanto complicada. "Seu nome é Fai Chen, certo? O meu é Wei Huli!"

"Por que está me dizendo seu nome?"

Um pequeno sorriso de lado foi exposto no rosto de Wei Huli. Ele poderia muito bem dizer a verdade e acabar com Fai Chen naquele momento. Entretanto, isso não traria nenhum pingo de diversão e uma boa vingança.

"Para você se lembrar de mim no futuro como um conhecido que não precisa ter medo...", o jovem de olhos roxos respondeu, ainda com o sorriso em sua face. "Eu nunca serei como meu pai... Acredite em mim, Fai Chen."

Certamente ele não seria como Wei Ming. Pois, o que aquele líder de clã fez no passado, não chegaria nem aos pés do que Wei Huli faria com Fai Chen.

- ale yang on -

Oba! Eu voltei!

Desculpem por não postar ontem! Tive uns imprevistos.

Aliás, o concurso da semana passada foi bem puxado e difícil. Mas, pelo menos tentei... (carinha de desespero)

Bom, esse capítulo trouxe a passagem do capítulo 12 no ponto de vista/narrativa de Wei Huli. Sim, esse personagem realmente estava atrás de muitas coisas. Como puderam ver no capítulo, Wei Ming foi apenas uma marionete para que Wei Huli pudesse agilizar seus planos e ter uma aproximação com o Jovem Mestre Fai.

Obrigada por todo o apoio!

Até domingo!

The Cultivation of the GazeDonde viven las historias. Descúbrelo ahora