Capítulo 11 - Palavras sedutoras

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A ideia de Hu Long não era ruim, até porque ambos tinham lutado com um yaomo na noite passada e certamente precisavam de um banho, nem que fosse apenas para tirar o suor. Então, Fai Chen abriu um breve sorriso, assentindo com sua cabeça e dizendo em seguida uma frase curta, mas que só enfatizava sua posição em relação a ideia do outro.

"Não vamos demorar muito, certo? Eu não gosto de me banhar com outras pessoas ao meu redor."

"Espera, você nunca se banhou com mais alguém? Nunca foi em uma fonte termal?", Hu Long o questionou, mudando o tom de voz para curioso e ao mesmo tempo animado pela resposta e por possivelmente ser o primeiro que tomaria banho juntamente ao cultivador.

"Exato. Não gosto de me expor", Fai Chen o respondeu, dando um passo para trás, a fim de acabar com essa proximidade corporal de ambos, já que isso estava começando a deixá-lo nervoso. "Vamos. Antes que eu mude de ideia."

Não foram ouvidas respostas de Hu Long ou alguma provocação, o que deixou o ar um pouco caótico de tão silencioso que ficou sem a voz do mais baixo, irritando assim Fai Chen.

De qualquer maneira, esse ambiente quieto foi interrompido quando o cultivador sentiu algo ser jogado em seus braços e logo apertou o objeto, que na verdade, pelo seu destaque no volume e pelo toque macio, era uma toalha.

"É uma toalha de ombros, não tão grande, mas o suficiente para cobrir suas costas quando sair das fontes. Também tem calças finas no armário, caso alguém não goste de entrar inteiramente nu. Isso serve para você, Cegueta?", o jovem assassino voltou a dizer, explicando brevemente o que tinha jogado no corpo do cultivador, que já estava achando todos aqueles gestos bondosos muito suspeitos.

"Sim. Prefiro entrar com uma calça fina, poderia me entregá-la também?", Fai Chen respondeu, estendendo a mão e em alguns segundos foi colocado em suas mãos um outro tecido que, pela textura, era uma calça realmente fina.

"Ótimo, eu vou te esperar no corredor."

"E você? Não vai se trocar?"

"Por que? Eu adoro exibir meu corpo, Cegueta. Vou tirar minhas roupas quando chegar lá. Se desejar, eu posso descrevê-lo em detalhes para você."

"Você..."

"Estou esperando lá fora".

Depois dessa frase de Hu Long, Fai Chen conseguiu ouvir o barulho da porta abrindo e se fechando em seguida, provavelmente sendo o jovem assassino saindo do quarto e esperando o cultivador do lado de fora.

Então, por meros minutos, Fai Chen levantou sua venda para olhar tanto a calça quanto a toalha oferecida. Estava imensamente grato por ter tecidos tão bons como esse nessa pousada e para não demorar muito, começou a se despir, apenas deixando seu corpo com a calça fina e a parte interior de seus robes, a fim de esconder seu abdômen que, aos olhos de quem visse, seria considerado como bem definido.

Por sentir insuficiência desde pequeno, tinha uma grande vergonha e medo de expor seu corpo, já que também é cheio de marcas de chicote nos ombros e nas costas devido aos castigos antigos de seu pai. Porém, por alguma razão que Fai Chen ainda não conhecia, não estava com vergonha de tomar banho com o assassino, que o deixava tão irritado com cada frase que soltava de sua boca.

De qualquer maneira, o cultivador não quis pensar a respeito nesse momento, então, arrumou sua venda novamente e foi a caminho da porta, abrindo-a e escutando um assobio assim que pisou no corredor.

"Cegueta, você vai tirar esse robe de cima, certo?", Hu Long perguntou, enquanto olhava o cultivador, que estava tão diferente do habitual e de certa forma, com uma grande curiosidade de ver seus detalhes.

The Cultivation of the GazeWhere stories live. Discover now