Capítulo 101 - A Deusa Curandeira I

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AVISOS: Fim do flashback da Li Ming-Yue. Retorno ao tempo presente, narrado em terceira pessoa do ponto de vista do protagonista, Fai Chen.

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A sala de memórias foi fechada e Fai Chen conseguiu visualizar o ambiente em que encontravam-se novamente.

O céu escuro indicava o começo de uma tarde sombria. As nuvens apresentavam-se cinzas e pesadas, deixando evidente que logo uma chuva ou tempestade apareceria e deveriam tomar cuidado, já que estavam expostos ao ar livre.

A mente do cultivador permanecia um pouco perdida pelas tantas passagens de tempo passado que foram colocadas diante de si em uma forma tão rápida.

De acordo com o que viu, entendeu que Li Ming-Yue era realmente uma das mulheres mais fortes do cultivo que já tivera o prazer de conhecer pessoalmente. Entretanto, todo esse poder teve um custo.

A cultivação demoníaca não era para qualquer um. Quem optava por seguir essa linha, deveria ter na cabeça o quão ruim seriam suas consequências tanto para o corpo quanto para a própria alma. Li Ming-Yue, como qualquer outra cultivadora que praticou firmemente o cultivo demoníaco, teve sua alma e energia danificadas, o que a levou a perda de controle. Além do mais, sua mente ficou transtornada com outras almas que a atormentavam.

Diante da situação atual, depois de ver o passado de Li Ming-Yue, Fai Chen não sabia reagir e apenas permaneceu em silêncio, com a cabeça baixa. Por outro lado, Hu Long ficou de joelhos no chão e com as duas mãos na cabeça, quase começando a puxar seus próprios cabelos.

"A-Yue... Eu sinto muito... Se ao menos tivesse tido forças naquela batalha... Você...", as palavras que saíam dos lábios do assassino eram melancólicas, deixando tanto Fai Chen quanto Li Ming-Yue de coração partido.

"Por favor, não diga essas coisas. Você não tem culpa de nada. Se quer culpar alguém, culpe o líder Hong", Li Ming-Yue mencionou, cruzando os braços e abrindo um sorriso de lado.

Ela retornou seu olhar para Hu Long e passou rapidamente seus olhos para Fai Chen, que levantou seu rosto para olhá-la melhor. De certa forma, a cultivadora, nesse instante, não expressava uma feição fria ou reprimida e sim uma que demonstrou uma leveza, como se ao falar de seu passado, um peso saísse de suas costas.

"Afinal, lhes mostrei meu passado para compreenderem minha nova imagem e os motivos de eu estar de tal forma perante a outras vidas humanas", Li Ming-Yue complementou sua fala, andando de um lado para o outro e observando mais Hu Long, que ainda não tinha se levantado do chão.

Fai Chen se ajoelhou ao lado do mais novo e tocou levemente a nuca do rapaz, acariciando-a com o intuito de que ele se acalmasse e não pensasse sobre "culpa" mais. Sabia que um simples carinho não iria retirar todos os pensamentos ligados a tal sentimento, mas pelo menos, na visão do cultivador, poderiam diminuí-los.

Hu Long olhou para seu amado e abriu um sorriso gentil, agradecendo com aquele gesto as carícias em sua nuca e como elas vieram no momento certo.

"Tentarei não me culpar pelo seu passado, A-Yue. Mas... Me diga, por que estou sentindo tanta dor de cabeça depois de sair daquela sala de memórias? Eu sei que as passagens foram pesadas, mas essa dor de cabeça está insuportável", o assassino comentou, apontando para precisamente sua testa, que era o local mais doloroso no momento.

"Hum... Acredito que seja por você e o Jovem Mestre Fai não estarem acostumados com esse tipo de investimento de energia demoníaca que é relacionada às memórias. Usei praticamente os mesmos requisitos naquela sombra escura. Lembram dela? Ela tinha memórias as quais vocês não puderam ter o prazer ou desprazer de passar cara a cara, mas, de uma forma ou outra, elas fazem parte de suas histórias", Li Ming-Yue respondeu, sentando novamente no chão e olhando para Xia Ling, ainda adormecida. "Não tenho controle sobre as memórias que passam em cada mente, mas acredito que Xia Ling tenha visto algo relacionado comigo..."

The Cultivation of the GazeWhere stories live. Discover now