Capítulo 47 - O pequeno lobo solitário

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O jovem com os olhos da verdade foi levado para um quarto e foi literalmente chutado para a cama do cômodo. Fai Chen caiu de frente para o colchão, apertando-o com força e virando de leve seu rosto, tentando compreender o porquê daquele tratamento tão agressivo com ele, já que Hong Shaoran havia dito para não o machucarem.

"O que houve, garotinho fugitivo?", perguntou um dos guerreiros com mais prontidão para a batalha, ou seja, músculos fortes.

"Ei... Eu não acho que seja uma boa ideia. Hong Shaoran quer usá-lo como Peão para o Campeonato e se o machucarmos...", um outro guerreiro, com uma voz mais sutil, mencionou enquanto olhava para as costas de Fai Chen, mordendo seus lábios ao perceber como de fato o homem à sua frente tinha um corpo bem esbelto. "Mas... Podemos ainda apreciá-lo... vendo melhor. O que acham?"

Os três guerreiros assentiram e um deles estalou seus dedos, preparando a próxima ação, que seria retirar as vestimentas que cobriam o corpo do cultivador, o qual já tivera sua identidade revelada para todos. Porém, por mais que tivessem descoberto, isso não significava que Fai Chen se tornaria fraco, principalmente em um momento como esse.

Ele virou seu corpo com força, sentou-se na cama e esticou suas pernas para frente, empurrando para longe o guerreiro mais robusto. Depois, quando os dois guerreiros que não foram chutados reparam na imensa energia que Fai Chen tinha, cada um foi para um dos lados do cultivador e agarrou seu braço, levando-o para trás.

Assim que foi tocado daquela maneira, o cultivador com os dons da verdade soltou um riso, que poucas vezes saía de seus lábios e disse ainda com o rosto abaixado:

"Lembrem-se, essas mesmas mãos que me agarram agora serão arrancadas por mim", o tom de voz de Fai Chen era extremamente frio e perturbador, tanto que quase fez os guerreiros perderem a postura de arrogantes se não fosse o guerreiro que antes fora chutado pelo maior agarrar o colarinho do hanfu roxo do cultivador e puxar seu corpo para perto de si.

"Você acha que é quem para me empurrar daquela forma? Todos pensaram que você estava morto e agora, pelos seus pecados, deve me deixar tocá-lo da maneira que eu quero! ", disse o guerreiro robusto, sorrindo perversamente e levantando à força o rosto de Fai Chen, agarrando seu queixo e olhando diretamente para os olhos profundos que tantos homens desejavam entender. "Oh, você realmente tem olhos belíssimos. Agora me diga, que desejos consegue ver dentro de mim?"

"Hum...", Fai Chen murmurou, cerrando seus olhos claros e depois soltando um suspiro irônico. "Eu posso ver que é virgem."

Os dois guerreiros que seguravam os braços de Fai Chen soltaram um riso, lembrando das vezes que o guerreiro robusto se vangloriava sobre as mulheres de sua vida e como pediam por mais toda noite. Agora, entendiam certamente que todas aquelas palavras eram falsas, já que o jovem tinha dons da verdade e não mentiria a respeito. Entretanto, diferente da reação dos dois ajudantes, o homem forte ergueu seu punho e socou o rosto suave de Fai Chen que, ao entrar em atrito com aquela nova ação, teve como consequência um grande vermelhão em sua bochecha direita.

"Senhor... Um soco não fará mudar sua virgindade...", Fai Chen sussurrou, querendo rir numa situação como aquela. Mas, antes mesmo que pudesse reagir, um novo soco foi deixado em seu rosto e dessa vez, bem rente ao seu olho direito, dando-lhe uma ardência pelo sangue escorrendo.

"Já chega! Jovem Mestre Hong arrancará nossas cabeças!", o mesmo guerreiro da voz sutil voltou a dizer, soltando rapidamente o braço esquerdo de Fai Chen e correndo para fora do quarto. "Eu me recuso a ficar aqui! Quero viver!"

Depois das palavras de tal guerreiro, os outros dois se deram conta da situação e fizeram o mesmo, deixando o jovem fugitivo do clã Fai sozinho no quarto com machucados péssimos em seu rosto. Porém, não demorou muito para que aquele cômodo tivesse mais uma nova presença.

The Cultivation of the GazeWhere stories live. Discover now