Capítulo 37 - As novas missões

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Desde que Hu Long iniciou um treinamento sigiloso com sua companheira Li Ming-Yue, aos 15 anos já tinha conquistado um porte físico que chamava a atenção tanto de jovens como de damas. Com o passar desses anos, a personalidade do pré-adolescente mudou drasticamente. Antes, suas características eram ligadas ao sentimento de medo, temor de guerra. Mas agora, Hu Long não tinha pavor de nada exceto a possibilidade de perder seus amigos em alguma batalha contra um inimigo forte e destemido.

Na tarde de um dia, o líder do clã Hong pediu para seu trio de jovens o acompanhar junto com sua esposa, Hong Tao, em um jantar à luz do luar, ou seja, no pátio ao ar livre. Hu Long estava descansando em sua cama, aproveitando para pensar sobre sua força extraordinária e seu cultivo que, graças aos ensinamentos de seu Shizun e de Li Ming-Yue, estava se tornando grandioso. Sem perceber e perdido em seus pensamentos, não ouviu a porta do quarto se abrindo e Hong Shaoran entrando, segurando sua nova arma espiritual que foi adquirida em uma missão dos três jovens.

Essa missão, de início, foi pronunciada apenas para que os jovens arrancassem o sangue de um temível yaomo que passava pela parte mais sombria da floresta. Entretanto, no dia, Hu Long tropeçou em um chão falso e caiu em um subsolo que jamais pensou que existisse. O solo era gelado e as paredes eram todas rodeadas de cristais. No centro, havia uma grande mesa de armas e isso claramente chamou a atenção dos outros dois, que assim que o mais novo caiu, entraram juntos no subsolo, a fim de resgatá-lo.

Quando Hu Long se aproximou da mesa e pegou uma grande lança que lá havia, sombras vermelhas escuras saíram da ponta e rodearam, em questão de minutos, o jovem. Li Ming-Yue e Hong Shaoran estavam nervosos, então acabaram pegando outras armas a fim de salvar Hu Long. Porém, assim que Li Ming-Yue tocou em uma espada, sombras pretas a envolveram; já Hong Shaoran, no meio de tanto nervosismo, pegou um leque que tinha certas características marcantes. Lembrava um leque de plumas com suas folhas vermelhas ao redor e uma imagem pequena de um lobo no centro. Percebendo que nenhuma sombra havia o prendido, o jovem mais velho abriu o leque com força e abanou as sombras que cercavam seus companheiros.

A partir do momento que usou aquela arma espiritual pela primeira vez, uma luz dourada quase o cegou, deixando-o completamente tonto ao ponto de até desmaiar. Quando os outros dois jovens foram soltos, olharam Hong Shaoran desmaiado no chão gelado. Enquanto Li Ming-Yue o colocava em seus ombros, Hu Long arregalou seus olhos, olhando uma certa áurea envolvendo seu irmão. Era como se um lobo feroz tivesse entrado na alma do maior, pois desde aquela missão Hong Shaoran nunca mais foi o mesmo e muito menos usou o leque que havia pego como arma.

"Por que você ainda não se vestiu?", perguntou o mais velho, que agora tinha 18 anos.

"Por que eu devo ir? A Madame Hong irá me olhar com desdém, como sempre faz nos jantares", Hu Long respondeu, esticando suas mãos para trás de sua cabeça e abrindo um sorriso ladino, enquanto olhava para Hong Shaoran.

Durante esses anos, não foi apenas Hu Long que ganhou massa corporal. Hong Shaoran estava irreconhecível. Seus olhos cor de mel esverdeados estavam afiados, como um felino raivoso; sua pele bronzeada, juntamente com seu corpo, parecia ter sido esculpida pelos deuses. Os braços do mais velho tinham algumas veias ressaltadas, mostrando o tamanho de força que existiam neles. E por fim, seus cabelos castanhos estavam presos em um coque alto, deixando apenas uma franja lateral, que batia em seu queixo. Era uma imagem bem formosa.

Hu Long, por sinal, não conseguia entender o motivo de Hong Shaoran ainda estar solteiro.

"Minha mãe tem seus momentos de irritação. Para que isso não aconteça, é melhor você permanecer calado durante o jantar. Consegue fazer isso?", o tom grosso da voz do mais velho fez o couro do mais novo se arrepiar. Odiava quando seu irmão usava aquele tipo de voz, pois lembrava muito bem de como o mesmo tratava os prisioneiros ou inimigos. Era exatamente com essa tonalidade vocal e com um imenso sorriso sádico no rosto.

The Cultivation of the GazeWhere stories live. Discover now