Capítulo 119 - Tempestade de catástrofes

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Como havia decidido, Wei Huli não contou sobre o acontecimento daquela noite, deixou esse segredo dentro de seu coração e continuou a tratar Hong Shaoran da mesma forma para que não houvesse interpretações erradas.

Mesmo o Jovem Mestre Wei dando uma maior atenção a esse caso, a mente de seu companheiro, por outro lado, estava ocupada demais pensando sobre o terrível acontecimento que devastou todos os discípulos do clã Hong.

A morte de Hong Wu "pelas mãos" de Li Ming-Yue.

Logo de início, quando Hong Shaoran comentou a respeito, Wei Huli já sentia que tinha alguma coisa errada. A guerreira e cultivadora mais fiel a seu Shizun, o mataria por qual motivo?

Isso não fazia sentido.

Após uma semana de luto, Hong Shaoran estava bem mais tenso a respeito da futura missão na qual os guerreiros do clã Hong teriam que enfrentar.

A tão esperada luta contra o clã SiRou.

No começo, Wei Huli não tinha muitas informações a respeito desse clã. Então, com o tempo, fez questão de estudar e depois compartilhar seus pensamentos com o Jovem Mestre Hong.

Depois de meses conversando a respeito, ambos decidiram marcar um encontro no restaurante que, pelas críticas, tinha o melhor preparo de wonton.

"A-Ran, faltam dois dias para a luta contra o clã SiRou. Você conseguiu se preparar adequadamente?", Wei Huli questionou o outro, que comia os wontons com extrema delicadeza. Nem parecia que o rapaz tinha uma personalidade bruta.

"Claro que sim! Meu tio me treinou todos os dias e...", antes que Hong Shaoran pudesse concluir a frase, o jovem à sua frente abriu um sorriso encantador. "O que? Por que está sorrindo para mim?"

"Estou orgulhoso de seu rendimento, A-Ran. Apenas isso."

O jovem de olhos mel esverdeados soltou o potinho de wontons e levemente tremeu seus dedos após escutar tal comentário sendo direcionada a si. Ao ver aquela reação, um novo sorriso apareceu no rosto do Jovem Mestre Wei.

"Pare de sorrir, idiota...", Hong Shaoran disse, colocando o pulso da mão próximo aos seus lábios, querendo esconder a reação que tivera.

"Por que? Eu estou feliz por você, A-Ran!", Wei Huli continuou com um sorriso no rosto. "Dará tudo certo. Tenho certeza."

O moreno levantou seu olhar novamente e apenas revirou os olhos, voltando a se estabilizar depois de tamanhas emoções.

"Espero que esteja certo, Huli. Se eu falhar, será mais um motivo para meu pai me menosprezar e minha mãe...", ao citar a Madame Tao, as pupilas dos olhos de Hong Shaoran tremeram. "Pode me ver como um incompetente."

Wei Huli soltou um suspiro. Sabia que os pais do maior eram extremamente rigorosos. Porém, por mais que Madame Tao tenha seu jeito rude e frio, ela ainda era mãe e desejava proteger o filho. Ainda mais sabendo que ele tinha um núcleo dourado danificado.

"O coração de Madame Tao nunca criará esse pensamento de você, A-Ran. Já ouviu aquele ditado?", a raposa branca pousou o dedo indicador no queixo, lembrando-se de uma frase que havia escutado a tempos atrás. "O coração de uma mãe é um abismo no fundo do qual se encontra sempre um perdão. Então, se a luta contra o clã SiRou for perdida, sua mãe entenderá. É claro."

Hong Shaoran abriu um sorriso gentil e respondeu:

"Você sempre sabe o que me dizer, Huli. Isso é impressionante."

"Eu apenas tento o meu melhor, A-Ran", Wei Huli soltou um riso e aproveitou para voltar a comer os wontons.

Com o passar da noite, os dois jovens mestres conversaram sobre outros assuntos militares e políticos. No final, Wei Huli sentia que se o clã Hong usasse sua melhor estratégia, poderia realmente ganhar a batalha.

The Cultivation of the GazeWhere stories live. Discover now