Capítulo 120 - Manipulação fatal

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Com o desaparecimento de Hu Long, Hong Shaoran apenas ganhou mais dor de cabeça durante um mês inteiro e poucas vezes voltava a conversar direito com Wei Huli. O jovem de cabelos acinzentados não o culpou, até porque a fuga do Assassino de Olhos Sanguinário foi bem problemática.

Hu Zhuang tinha matado 2.000 guerreiros do clã Hong.

A raposa branca sempre achou que Hong Lan perderia aquele jovem. Na verdade, era bem evidente que isso aconteceria algum dia. Somente tolos pensariam que um humano, cujo sangue foi misturado com o de um yaomo, nunca se voltaria contra o clã que o transformou em uma máquina de matar.

Enquanto Hong Shaoran procurava pelo irmão, Wei Huli aproveitou a oportunidade para verificar se seu plano estava dando resultados. Como mencionado por Qiang, as notícias da Deusa Curandeira chegaram até os ouvidos de Fai Chen e, com esperança, ele acreditou e iria atrás da mulher desconhecida.

Mas, o que a jiangshi não havia mencionado foi sobre o encontro entre Fai Chen e Hu Long.

O Jovem Mestre Wei acabou descobrindo por si mesmo em uma de suas idas à cidade Manyue junto com Hong Shaoran. Ele encontrou os dois jovens descansando nas águas termais em uma das pousadas mais quietas e reservadas daquela região.

Ao voltar para o clã Wei, a raposa branca foi diretamente ao quarto da nova dançarina e abriu a porta com força, fazendo com que Qiang, que penteava seus longos cabelos, tomasse um susto.

"HULI! EU PODERIA MORRER DE SUSTO!", Qiang comentou, colocando sua mão direita no lado esquerdo do peito. "Ah. É mesmo... Eu já estou morta!"

"Qiang, me dê uma boa explicação para você ter mantido em sigilo sobre Fai Chen e Hu Long. Por que eles estão juntos?", a raposa branca questionou-a, sentindo sua paciência começando a ir aos ares. "Ambos estão juntos procurando pela Deusa Curandeira e..."

"Espere, Huli! Não fique estressado!", a jovem de cabelos pretos soltou o pente e se levantou do banquinho, caminhando em direção ao maior. "O Assassino de Olhos Sanguinários não percebeu que o Daozhang é na verdade seu amado. E bem... o Jovem Mestre Fai não se lembra direito do namoradinho graças às manipulações de uma severa raposa."

Wei Huli deu de ombros.

"Irei repetir minha pergunta. Por que eles estão juntos?"

"Fai Chen salvou Hu Long na floresta. Como uma forma de retribuição, o assassino quer ajudá-lo na busca pela Deusa Curandeira do Rio Amarelo", a jiangshi estalou o pescoço. "Não se preocupe, Huli. Eu continuarei vendo os passos de seu querido amiguinho. Aliás, mudando rapidinho de assunto, como está o líder Wei?"

Wei Huli revirou os olhos, deixando de lado o fato de ter sido provocado por uma morta viva.

"Você pegou muita energia dele pela manhã, Qiang. Se não se comportar, ele pode morrer."

"Ah! Isso não é justo! Aquele líder tem um qi horrível de se alimentar. Então, se eu pegar apenas um pouquinho... Nem dá um sabor!"

No decorrer das ajudas da jiangshi, a hulijing disponibilizou uma porção de humanos fracos, à beira da morte, para ela se alimentar. Porém, parecia que nada era o suficiente para aquela mulher. Então, como uma forma de se vingar também das atrocidades que Wei Ming fez no passado, Wei Huli ofereceu aquele corpo para Qiang.

Mesmo assim ela reclamou.

Já irritado, o maior não abriu mais a boca. Apenas decidiu se retirar do quarto para não perder total paciência com a menor, que parecia não ter medo do que uma raposa de alto nível de poder poderia fazer consigo.

"Ela nem sequer tem medo da morte, porque já está morta...", a raposa branca murmurou, caminhando em direção ao seu quarto. Enquanto pensava a respeito, começou a sentir um certo receio de deixar seu plano nas mãos daquela jiangshi.

The Cultivation of the GazeWhere stories live. Discover now