Capítulo 100 - Os olhos pecaminosos de XieYe II

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AVISOS: Contém violência e incêndio.

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Quatro longos anos se passaram desde a primeira tortura física que Li Ming-Yue sofreu nas mãos da mulher mais lunática daquele clã cheio de fanatismo por suas crenças, que por uma série de testes, algumas coisas davam até que certo. Por exemplo, usar o sangue da prisioneira para poções, com a finalidade de curar doenças das pessoas de elite ou machucados de guerreiros feridos.

Por entenderem bem sobre a cultivação demoníaca, seus encantamentos eram ligados a sacrifícios.

A população que cercava o clã SiRou, aos olhos de Li Ming-Yue, era uma das mais inofensivas em questão intelectual. Acreditavam nas palavras de seus superiores religiosos com os olhos fechados e sequer ligavam para o que estava por trás de todo aquele poder.

Acreditavam vir dos deuses e deveriam ser gratos a isso.

Porém, a elite sabia muito bem da verdadeira história por trás daquelas inúmeras poções feitas e armas mais resistentes.

Assim que XieYe dava em mãos aos homens a caixinha com certos cortes de pele da jovem cultivadora aprisionada, eles quebravam a barreira com Diyu e faziam seus acordos com as criaturas de lá, a fim de deixar o sangue de Li Ming-Yue com um maior poder demoníaco e fortalecer quem o consumisse de qualquer forma.

Li Ming-Yue descobriu sobre essas coisas porque a própria XieYe contou a ela. Por mais que a cultivadora demoníaca do clã SiRou torturasse incontrolavelmente a outra jovem, as duas tiravam um tempo para conversar.

No caso, XieYe tirava um tempo para si e desabafava sobre alguns temas com Li Ming-Yue, que, na maioria das vezes, dormia no meio do assunto.

Mas, uma certa vez, quando elas estavam conversando sobre os métodos que o clã SiRou utilizava para melhorar suas habilidades no cultivo, a vítima ensanguentada e tentando reconstruir sua pele, viu uma ação vinda de XieYe que começou a acontecer diariamente.

Após terminar as sessões, a mais velha sempre pegava uma pequena parte do tecido do corpo de Li Ming-Yue e guardava no bolso, como se fosse usar para fins lucrativos a si mesma, o que se os seus superiores descobrissem, poderiam acabar com sua vida.

De início, Li Ming-Yue decidiu não perguntar sobre isso a outra, pois tinha medo de que ela ficasse mais agressiva com seu corpo e estragasse mais partes de sua pele. Porém, em uma tarde nublada e com um vento gelado, a cultivadora aprisionada ousou desafiar finalmente seu destino.

Enquanto XieYe secava suas mãos cheias de sangue em seu próprio hanfu, Li Ming-Yue estava deitada no chão, usando o cultivo de sangue para aprimorar sua cura e regeneração, do jeitinho que a cultivadora mais velha havia lhe dito. Usando esse tempo, ela também aproveitou para descansar e tentar controlar a imensa dor que a cercava, pois essa tarde fora extremamente traumatizante, já que XieYe fez um estrago em seus braços.

Eles estavam completamente em carne viva, o que fez Li Ming-Yue também quase vomitar quando viu o resultado da "nova arte".

"Li Ming-Yue você está viva, né?", XieYe questionou a mais nova, que apenas murmurou baixinho uma confirmação da sua pergunta. "Eu acabei extrapolando hoje, devo admitir. Mas, pense por um lado bom, todo esse sangue e pele que coletei, será útil para curar diversas pessoas dentro do clã. Deveria se orgulhar, Li Ming-Yue!"

"Me orgulhar?", uma risada rancorosa saiu da garganta seca da cultivadora machucada, que começou a erguer seu corpo contra a parede, usando-a como um apoio. "De salvar pessoas desse clã? Isso é extremamente ridículo..."

Salvar pessoas.

No passado, Li Ming-Yue dizia para Xia Ling e seus amigos que salvaria todos que pudessem e não iria deixar nenhum homem bom para trás. Porém, seu pensamento mudou drasticamente depois de passar quatro anos dentro do clã SiRou.

The Cultivation of the GazeWhere stories live. Discover now